NOTÍCIAS 4ANY1
15/10/2024 - Aulus Sellmer
"Viagem daCorrida"
"Viagem daCorrida"
17/09/2024 - Aulus Sellmer
"Em Busca da Corrida Perfeita"
"Em Busca da Corrida Perfeita"
12/08/2024 - Aulus Sellmer
"Saúde Mental na Corrida"
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18/07/2024 - Aulus Sellmer
Um pouco de história da corrida nas Olimpíadas
Um pouco de história da corrida nas Olimpíadas
11/06/2024 - Aulus Sellmer
Salte,para correr melhor e mais rápido
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21/05/2024 - Aulus Sellmer
"Seu CORE é forte"
"Seu CORE é forte"
16/04/2024 - Aulus Sellmer
"Mais eficiência para completar uma maratona"
"Mais eficiência para completar uma maratona"
12/03/2024 - Aulus Sellmer
"NOSSOS DEVERES COMO CORREDORES"
"NOSSOS DEVERES COMO CORREDORES"
21/02/2024 - Aulus Sellmer
"Massagem pós treino"
"Massagem pós treino"
06/01/2024 - Aulus Sellmer
"Corredor de Sucesso"
"Corredor de Sucesso"
12/12/2023 - Aulus Sellmer
"Equilíbrio"
"Equilíbrio"
10/11/2023 - Aulus Sellmer
"Paciência'
"Paciência'
15/10/2023 - Aulus Sellmer
"Corrida com ou sem Música"
"Corrida com ou sem Música"
06/09/2023 - Aulus Sellmer
"Quase descalço" - tênis minimalista
"Quase descalço" - tênis minimalista
09/08/2023 - Aulus Sellmer
"Dor e prazer combinam em uma maratona?"
"Dor e prazer combinam em uma maratona?"
11/07/2023 - Aulus Sellmer
"Cuidados para Correr no Frio"
"Cuidados para Correr no Frio"
27/06/2023 - Aulus Sellmer
A genética na Corrida
A genética na Corrida
12/05/2023 - Aulus Sellmer
"Pressão na Corrida"
"Pressão na Corrida"
13/04/2023 - Aulus Sellmer
"Lesão Além da Carne"
"Lesão Além da Carne"
13/03/2023 - Aulus Sellmer
"Músculo tem Memória?"
"Músculo tem Memória?"
13/02/2023 - Aulus Sellmer
"Evoluções - Tênis de Corrida"
"Evoluções - Tênis de Corrida"
10/01/2023 - Aulus Sellmer
"GPS é preciso?"
"GPS é preciso?"
13/12/2022 - Aulus Sellmer
"Equilíbrio - treinos na esteira e na rua"
"Equilíbrio - treinos na esteira e na rua"
11/11/2022 - Aulus Sellmer
O teste ergoespirométrico e suas particularidades
O teste ergoespirométrico e suas particularidades
13/10/2022 - Aulus Sellmer
Piriri na corrida ou no treino!!!
Piriri na corrida ou no treino!!!
14/09/2022 - Aulus Sellmer
Qual o Melhor piso para correr
Qual o Melhor piso para correr
15/08/2022 - Aulus Sellmer
"Fake Training"
"Fake Training"
18/07/2022 - Aulus Sellmer
"Meu Ventrículo Esquerdo e a Corrida"
"Meu Ventrículo Esquerdo e a Corrida"
14/06/2022 - Aulus Sellmer
"Gripe, Resfriado, Vacina e Corrida Combinam?"
"Gripe, Resfriado, Vacina e Corrida Combinam?"
11/05/2022 - Aulus Sellmer
Sustentabilidade e Corrida
Sustentabilidade e Corrida
19/04/2022 - Aulus Sellmer
Nossos deveres como corredores
Nossos deveres como corredores
07/03/2022 - Aulus Sellmer
Regras para Correr uma Maratona
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15/02/2022 - Aulus Sellmer
"O mito da massagem pós treino"
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12/01/2022 - Aulus Sellmer
Influência da Genética
Influência da Genética
14/12/2021 - Aulus Sellmer
Equilíbrio nos treinos
Equilíbrio nos treinos
10/11/2021 - Aulus Sellmer
"Correr cura o Câncer"
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14/10/2021 - Aulus Sellmer
Mais eficiência para completar a sua maratona
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13/09/2021 - Aulus Sellmer
Saúde Mental na Corrida
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13/08/2021 - Aulus Sellmer
Fake Training
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12/07/2021 - Aulus Sellmer
Pé Grande de corredor
Pé Grande de corredor
14/06/2021 - Aulus Sellmer
Corredor Cabeça
Corredor Cabeça
13/05/2021 - Aulus Sellmer
Lesão Além da Carne
Lesão Além da Carne
14/01/2021 - Por Aulus Sellmer
Tênis que batem recordes
Tênis que batem recordes
27/03/2018 - 4any1
Padrão de Corrida
Padrão de Corrida
09/01/2017 - 4any1
Emagrecimento Saudável
Emagrecimento Saudável
28/08/2020 - Os Treinos Votaram
Reinício dos treinos
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29/07/2020 - Planos e Metas
PLANOS E METAS
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26/05/2020 - Quarentena
Jogos para o seu cérebro
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23/04/2020 - Filmes Para Assistir Na Quarentena
Dez filmes perfeitos para corredores
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24/03/2020 - 20 Preciosos Minutos
Treino HIIT
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13/02/2020 - Treinando Pela Manhã
CORREDORES MATUTINOS
CORREDORES MATUTINOS
19/06/2019 - Coluna Treinador Aulus Sellmer
SUSTENTABILIDADE E CORRIDA
SUSTENTABILIDADE E CORRIDA
15/10/2024 - Aulus Sellmer
"Viagem daCorrida"
Maratona internacional. Todo corredor já sonhou com esse momento, mesmo num devaneio rápido, numa imaginação repentina, que logo se tornou inalcançável. Especialmente para o iniciante, que acompanha essas palavras, afirmo com todas as letras que já testemunhei muitos desses devaneios cruzarem a linha de chegada após 42km internacionais de muito suor. É melhor deixar claro logo no começo: suor não só do esforço físico da maratona, mas também de todos os bastidores de sua organização. Para aguçar ainda mais a sua imaginação saiba que, atualmente, o lugar no mundo que sempre sonhou em visitar terá uma maratona te esperando. Porém, a logística pode ser tão árdua quanto o treinamento. A cada ano que passa aumenta a dificuldade para conseguir uma vaga nas principais maratonas do mundo. Às vezes, é necessário aguardar em frente ao computador o momento que as inscrições são abertas na internet, pois em algumas horas elas se acabam. Estranho pensar nisso, em maratona com 50.000 vagas. Mas hoje temos Operadoras de Turismo especializadas. Sim, elas possuem acordos com os organizadores das provas, bloqueando inscrições. O valor do pacote está atrelado à parte terrestre para assim conseguir uma inscrição - e sempre com um valor um pouco mais caro. Depois de garantir a inscrição e meses de treinamento – aqui só menciono o treino, mas saiba que não é para qualquer um – os “detalhes” tomam conta da organização da viagem. Por exemplo, a esposa vai junto, mas depois ou antes da maratona? A viagem será prolongada? Filhos? Hotel perto da largada? Qual a temperatura ambiente no período da maratona? Visto? Seguro saúde? Como é a gastronomia local? Cifras Por isso, antes de mais nada, é essencial calcular o tamanho desse investimento. Essa conta não pode somente ser relacionada com a viagem. Abra uma planilha no seu computador e adicione, além do pacote de viagem, roupas esportivas, tênis de corrida, suplementos, avaliações médicas, consultas com nutricionista, mensalidade da assessoria esportiva. Vale à pena também deixar uma reserva para sessões de massagem, fisioterapia e consultas com ortopedistas. Sempre em uma programação para maratonas temos lesões no meio do caminho e precisamos estar preparados financeira e psicologicamente para vencer todos esses obstáculos. Com a conta na ponta do lápis, é possível ver o tamanho do investimento e, mais importante, se é viável ou não neste momento da sua vida. Ida Viajar significa esperar. Esperar significa comer. Duas horas no terminal de um aeroporto podem significar 2 mil calorias extras no seu corpo. A comida que você leva na bagagem é tão importante quanto as suas roupas. Sugestão: barras energéticas com 20 gramas de proteínas e água. Nas refeições dê preferência para castanhas, carne, legumes e verduras. Evite batatas fritas, massas, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Em voos de longa duração, faça uma “caminhada” dentro do avião. O uso de meias compressão é recomendado, pois vão aliviar bem suas pernas no final da viagem. Ao chegar, não se esqueça de ajustar-se ao fuso horário. O organismo precisa de um dia de adaptação para cada hora de fuso. Difícil fazer essa adaptação, porém evite chegar à véspera da prova. Outras maratonas Além de atender à programação da prova, uma outra agenda exige bastante do corpo. Antes da maratona em si, ocorrem as maratonas das compras, dos museus, dos parques, dos jantares etc. Nesses dias o melhor seria descansar, mas é inevitável querer aproveitar o tempo para explorar o novo local. Faça um planejamento antes de viajar contemplando as outras maratonas após os 42km. Deixe os dias que antecedem a prova para relaxar, comer nos horários corretos, aproveitar a excelente cama do hotel para descansar. Só assim os riscos de algum problema poderão ser evitados. Aproveite também para, de carro, conhecer o percurso da prova. Isso ajuda muito na estratégia montada com o seu treinador Pode parecer um sonho distante, não só pelo preparo físico, mas também por toda a complexa logística que envolve uma maratona internacional. Contudo, posso afirmar com muita certeza: será uma das experiências mais valiosas de sua vida.
"Viagem daCorrida"
Maratona internacional. Todo corredor já sonhou com esse momento, mesmo num devaneio rápido, numa imaginação repentina, que logo se tornou inalcançável. Especialmente para o iniciante, que acompanha essas palavras, afirmo com todas as letras que já testemunhei muitos desses devaneios cruzarem a linha de chegada após 42km internacionais de muito suor. É melhor deixar claro logo no começo: suor não só do esforço físico da maratona, mas também de todos os bastidores de sua organização. Para aguçar ainda mais a sua imaginação saiba que, atualmente, o lugar no mundo que sempre sonhou em visitar terá uma maratona te esperando. Porém, a logística pode ser tão árdua quanto o treinamento. A cada ano que passa aumenta a dificuldade para conseguir uma vaga nas principais maratonas do mundo. Às vezes, é necessário aguardar em frente ao computador o momento que as inscrições são abertas na internet, pois em algumas horas elas se acabam. Estranho pensar nisso, em maratona com 50.000 vagas. Mas hoje temos Operadoras de Turismo especializadas. Sim, elas possuem acordos com os organizadores das provas, bloqueando inscrições. O valor do pacote está atrelado à parte terrestre para assim conseguir uma inscrição - e sempre com um valor um pouco mais caro. Depois de garantir a inscrição e meses de treinamento – aqui só menciono o treino, mas saiba que não é para qualquer um – os “detalhes” tomam conta da organização da viagem. Por exemplo, a esposa vai junto, mas depois ou antes da maratona? A viagem será prolongada? Filhos? Hotel perto da largada? Qual a temperatura ambiente no período da maratona? Visto? Seguro saúde? Como é a gastronomia local? Cifras Por isso, antes de mais nada, é essencial calcular o tamanho desse investimento. Essa conta não pode somente ser relacionada com a viagem. Abra uma planilha no seu computador e adicione, além do pacote de viagem, roupas esportivas, tênis de corrida, suplementos, avaliações médicas, consultas com nutricionista, mensalidade da assessoria esportiva. Vale à pena também deixar uma reserva para sessões de massagem, fisioterapia e consultas com ortopedistas. Sempre em uma programação para maratonas temos lesões no meio do caminho e precisamos estar preparados financeira e psicologicamente para vencer todos esses obstáculos. Com a conta na ponta do lápis, é possível ver o tamanho do investimento e, mais importante, se é viável ou não neste momento da sua vida. Ida Viajar significa esperar. Esperar significa comer. Duas horas no terminal de um aeroporto podem significar 2 mil calorias extras no seu corpo. A comida que você leva na bagagem é tão importante quanto as suas roupas. Sugestão: barras energéticas com 20 gramas de proteínas e água. Nas refeições dê preferência para castanhas, carne, legumes e verduras. Evite batatas fritas, massas, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Em voos de longa duração, faça uma “caminhada” dentro do avião. O uso de meias compressão é recomendado, pois vão aliviar bem suas pernas no final da viagem. Ao chegar, não se esqueça de ajustar-se ao fuso horário. O organismo precisa de um dia de adaptação para cada hora de fuso. Difícil fazer essa adaptação, porém evite chegar à véspera da prova. Outras maratonas Além de atender à programação da prova, uma outra agenda exige bastante do corpo. Antes da maratona em si, ocorrem as maratonas das compras, dos museus, dos parques, dos jantares etc. Nesses dias o melhor seria descansar, mas é inevitável querer aproveitar o tempo para explorar o novo local. Faça um planejamento antes de viajar contemplando as outras maratonas após os 42km. Deixe os dias que antecedem a prova para relaxar, comer nos horários corretos, aproveitar a excelente cama do hotel para descansar. Só assim os riscos de algum problema poderão ser evitados. Aproveite também para, de carro, conhecer o percurso da prova. Isso ajuda muito na estratégia montada com o seu treinador Pode parecer um sonho distante, não só pelo preparo físico, mas também por toda a complexa logística que envolve uma maratona internacional. Contudo, posso afirmar com muita certeza: será uma das experiências mais valiosas de sua vida.
17/09/2024 - Aulus Sellmer
"Em Busca da Corrida Perfeita"
Se você é um corredor já deve ter questionado se a sua postura quando corre é a correta. Quando estamos correndo, nós conseguimos perceber quando vemos corredores com uma excelente eficiência mecânica e corredores que não conseguem ter um padrão de movimento adequado, com braços em uma posição não recomendada, ou passadas mais curtas, posição do tronco muito a frente entre outros erros que, mesmo não sendo especialistas conseguimos perceber os erros. Nosso sistema nervoso central (SNC) é o grande responsável pelo planejamento e execução de todos estes movimentos. Cada detalhe é programado por ele. Durante a corrida é a mesma coisa, porém, com dois objetivos maiores: cumprir o objetivo proposto (finalizar a tarefa) e gastar menos energia. Assim, seu sistema nervoso realiza uma determinada programação. Integra uma rede especifica de conexões e cria, dentre milhares de vias neurais e possibilidades, a sua forma de correr. Todo este padrão de movimento adquirido é uma resposta de uma vida inteira de movimentos realizados até hoje, que no final faz com que o nosso cérebro determine um padrão que pode não ser o mais adequado, gerando desvios articulares, pontos de sobrecarga mecânica, potencialização de lesões e, obviamente, menor desempenho. Para solucionar padrões de movimento adquiridos na corrida que foge do recomendado, precisamos ensinar novamente o nosso SNC a melhor maneira de reprogramar o movimento menos lesivo e que cumpra o mesmo objetivo de correr. Como faço isso? Quais exercícios devo fazer para ensinar o cérebro a movimentar o corpo corretamente? A reposta seria trabalhar com a Reeducação Funcional do Movimento (RFM). Uma teoria desenvolvida por fisioterapeutas e pesquisadores que estudam o movimento humano em diversas modalidades esportivas, inclusive na corrida. O princípio da RFM é corrigir e aprimorar movimentos ou gestos esportivos da maneira mais próxima possível do recomendado para conseguir correr com o menor gasto de energia possível, sem realizar movimentos exagerados dos braços, acertar a flexão do seu pé para aterrissar no chão entre outros erros que podemos realizar quando corremos. Ao realizar esta avaliação funcional conseguimos detectar erros biomecânicos e estruturas com sobrecarga mecânica, os quais, consequentemente, representam maiores riscos de lesão, gastos energéticos e menor rendimento. Com estes erros determinados começamos todo o processo de uma nova forma com que a informação que vem do seu cérebro seja reprogramado e assim conseguir não mais cometer os mesmos erros na corrida. Para que isto aconteça, precisamos fracionar o movimento da corrida e corrigir uma postura não recomendada por vez. Para entender melhor seria um trabalho específico sobre os músculos que não estão sendo recrutados, com o objetivo de promover uma maior estabilidade de seu corpo e assim evitar oscilações desnecessárias na corrida. Nesta primeira fase, o fisioterapeuta, através de uma filmagem de sua corrida, mostra os erros mais importantes que cometemos quando corremos. Seria na verdade uma avaliação funcional do seu padrão de movimento. Quando somos filmados e com a ajuda de um especialista, conseguimos enxergar nossos erros com uma facilidade bem maior. Assim conseguimos ter uma atenção e concentração redobrada de como devemos aprimorar a ativação ou recrutamento muscular, o tempo de ativação correto e ganho de força quando necessário. Tudo isto através do uso da visão e prestando atenção nas recomendações de como acertar o seu padrão de movimento quando corre. Depois dos erros ou vícios detectados, temos que ir para a próxima fase que seria a execução do movimento de verdade, pois temos que criar e desenvolver um novo padrão de movimento, com menos desvios articulares e menor gasto energético. Os exercícios são realizados de forma segmentada e orientada. Cada fase de sua corrida terá um ou mais exercícios específicos. Também teremos práticas simuladas com exigências motoras especificas para que seja possível aperfeiçoar a técnica da corrida e eliminar vícios prejudiciais que temos. Finalmente chegamos na terceira fase, na minha opinião a mais importante, pois iremos executar o que foi aprendido e treinado separadamente de maneira independente em um único gesto motor, ou seja, durante a corrida. Aqui, cada detalhe da técnica correta será incorporado ao novo padrão de movimento e repetido no momento em que estiver correndo até que o movimento seja automatizado pelo seu cérebro. É a fase mais difícil, pois precisamos o maior número de vezes quando corremos direcionar nossos pensamentos para corrigir nossos movimentos. Muitas vezes, acreditamos que atingimos nosso pico de performance, porém há sempre espaço para melhorarias. Mesmo em um nível avançado, como em corredores experientes, aprimorar um movimento pode gerar um ganho importante ou até evitar dores ou lesões. Que tal refletir um pouco se você já conseguiu atingir sua corrida perfeita? Vale a pena ser filmado quando corre e passar por uma avaliação de Reeducação Funcional do Movimento (RFM). Pense nisso e bons treinos.
"Em Busca da Corrida Perfeita"
Se você é um corredor já deve ter questionado se a sua postura quando corre é a correta. Quando estamos correndo, nós conseguimos perceber quando vemos corredores com uma excelente eficiência mecânica e corredores que não conseguem ter um padrão de movimento adequado, com braços em uma posição não recomendada, ou passadas mais curtas, posição do tronco muito a frente entre outros erros que, mesmo não sendo especialistas conseguimos perceber os erros. Nosso sistema nervoso central (SNC) é o grande responsável pelo planejamento e execução de todos estes movimentos. Cada detalhe é programado por ele. Durante a corrida é a mesma coisa, porém, com dois objetivos maiores: cumprir o objetivo proposto (finalizar a tarefa) e gastar menos energia. Assim, seu sistema nervoso realiza uma determinada programação. Integra uma rede especifica de conexões e cria, dentre milhares de vias neurais e possibilidades, a sua forma de correr. Todo este padrão de movimento adquirido é uma resposta de uma vida inteira de movimentos realizados até hoje, que no final faz com que o nosso cérebro determine um padrão que pode não ser o mais adequado, gerando desvios articulares, pontos de sobrecarga mecânica, potencialização de lesões e, obviamente, menor desempenho. Para solucionar padrões de movimento adquiridos na corrida que foge do recomendado, precisamos ensinar novamente o nosso SNC a melhor maneira de reprogramar o movimento menos lesivo e que cumpra o mesmo objetivo de correr. Como faço isso? Quais exercícios devo fazer para ensinar o cérebro a movimentar o corpo corretamente? A reposta seria trabalhar com a Reeducação Funcional do Movimento (RFM). Uma teoria desenvolvida por fisioterapeutas e pesquisadores que estudam o movimento humano em diversas modalidades esportivas, inclusive na corrida. O princípio da RFM é corrigir e aprimorar movimentos ou gestos esportivos da maneira mais próxima possível do recomendado para conseguir correr com o menor gasto de energia possível, sem realizar movimentos exagerados dos braços, acertar a flexão do seu pé para aterrissar no chão entre outros erros que podemos realizar quando corremos. Ao realizar esta avaliação funcional conseguimos detectar erros biomecânicos e estruturas com sobrecarga mecânica, os quais, consequentemente, representam maiores riscos de lesão, gastos energéticos e menor rendimento. Com estes erros determinados começamos todo o processo de uma nova forma com que a informação que vem do seu cérebro seja reprogramado e assim conseguir não mais cometer os mesmos erros na corrida. Para que isto aconteça, precisamos fracionar o movimento da corrida e corrigir uma postura não recomendada por vez. Para entender melhor seria um trabalho específico sobre os músculos que não estão sendo recrutados, com o objetivo de promover uma maior estabilidade de seu corpo e assim evitar oscilações desnecessárias na corrida. Nesta primeira fase, o fisioterapeuta, através de uma filmagem de sua corrida, mostra os erros mais importantes que cometemos quando corremos. Seria na verdade uma avaliação funcional do seu padrão de movimento. Quando somos filmados e com a ajuda de um especialista, conseguimos enxergar nossos erros com uma facilidade bem maior. Assim conseguimos ter uma atenção e concentração redobrada de como devemos aprimorar a ativação ou recrutamento muscular, o tempo de ativação correto e ganho de força quando necessário. Tudo isto através do uso da visão e prestando atenção nas recomendações de como acertar o seu padrão de movimento quando corre. Depois dos erros ou vícios detectados, temos que ir para a próxima fase que seria a execução do movimento de verdade, pois temos que criar e desenvolver um novo padrão de movimento, com menos desvios articulares e menor gasto energético. Os exercícios são realizados de forma segmentada e orientada. Cada fase de sua corrida terá um ou mais exercícios específicos. Também teremos práticas simuladas com exigências motoras especificas para que seja possível aperfeiçoar a técnica da corrida e eliminar vícios prejudiciais que temos. Finalmente chegamos na terceira fase, na minha opinião a mais importante, pois iremos executar o que foi aprendido e treinado separadamente de maneira independente em um único gesto motor, ou seja, durante a corrida. Aqui, cada detalhe da técnica correta será incorporado ao novo padrão de movimento e repetido no momento em que estiver correndo até que o movimento seja automatizado pelo seu cérebro. É a fase mais difícil, pois precisamos o maior número de vezes quando corremos direcionar nossos pensamentos para corrigir nossos movimentos. Muitas vezes, acreditamos que atingimos nosso pico de performance, porém há sempre espaço para melhorarias. Mesmo em um nível avançado, como em corredores experientes, aprimorar um movimento pode gerar um ganho importante ou até evitar dores ou lesões. Que tal refletir um pouco se você já conseguiu atingir sua corrida perfeita? Vale a pena ser filmado quando corre e passar por uma avaliação de Reeducação Funcional do Movimento (RFM). Pense nisso e bons treinos.
12/08/2024 - Aulus Sellmer
"Saúde Mental na Corrida"
Saúde Mental na Corrida Aulus Sellmer Os Jogos Olímpicos de Tóquio trouxeram à tona um problema muito atual, que é a nossa saúde mental. A ginasta norte-americana Simone Biles, favoritíssima a diversas medalhas de ouro, tomou uma das atitudes mais corajosas que uma atleta já teve em Olimpíadas: não competir para cuidar de sua saúde mental. Felizmente, o tema foi amplamente discutido, de forma científica, no mundo todo e não colocado simplesmente como uma “fraqueza”, o que de fato não é. Poucos meses antes, a tenista japonesa Naomi Osaka também tomou a mesma decisão ao anunciar sua saída do torneio de Roland Garros, na França. A saúde mental já vinha sendo tema de debates e estudos desde o ano de 2019, quando a pandemia da Covid-19 teve início, se agravou e provocou uma mudança drástica em nossa maneira de viver. Infelizmente, ainda temos reflexos desta pandemia, tendo de lidar com medo, angústia, perda de renda, desemprego e o sofrimento pela morte de parentes e amigos. No mundo da corrida, eu também percebo que a saúde mental de alguns corredores é preocupante, principalmente pela cobrança excessiva por resultados e estética, deixando de lado o fator fundamental; a prática de exercícios como promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida. Um exemplo comum é a paranoia das redes sociais. A cada dia, temos de postar para mostrar que estamos produtivos e no caminho certo, com corpos perfeitos, o melhor e mais caro tênis, relógio etc. É um fardo contaminante, pois mais e mais corredores reproduzem essa atitude, trocando o propósito de prazer desse esporte pela obrigação de se mostrar em suas contas nas mídias sociais. Quando percebemos, estamos totalmente viciados em postar e ver o que os outros postam. Interessante ver que ninguém publica uma lesão, no caso, significado de fracasso ou derrota para o mundo em que vivemos. Outra situação é até um pouco mais antiga, porém também se encaixa dentro desse tópico: o exagero na prática da corrida. Atletas amadores passam do limite em relação aos treinos, provas e restrições alimentares para atingir objetivos que não serão benéficos tanto para a saúde física como mental. Quantas relações pessoais foram desfeitas pelo fato de um simples treino longo ser sempre a prioridade? Quantos momentos em família foram deixados em segundo plano por conta de sucessivas provas? Mesmo as refeições, que precisam ser prazerosas começam a se tornar um sacrifício? Esse é o momento no qual perde-se a autoconsciência, pois se está totalmente consumido em atingir um desafio, que no mundo real não existe. A mente não está saudável. Há alguns dias, um corredor, orientado por mim, me questionou sobre a compra de um gps que consegue ter 23 satélites avaliando a distância percorrida no treino para, assim, ter a quilometragem exata do trajeto. A partir desse momento, somado a outros sinais, percebi a necessidade de ajuda não só minha, mas talvez de um psicólogo esportivo. Por experiência, já vi muitas pessoas passarem de certos pontos e entrarem num estágio mental preocupante. Também sei que muitas pessoas não aceitam essa vulnerabilidade e a fragilidade de saber que, mesmo estando tudo sob controle aparente, vivem numa distorção. Felizmente, esse corredor aceitou os fatos apontados e entrou num processo para cuidar de sua saúde mental. Valorizar esse autocuidado é conhecer os próprios limites e aceitar limitações e descobrir o que é mais importante do que um gps como esse. Para não terminar esta coluna sem uma sugestão de como iniciar com esse cuidado, fique atento a três fatores básicos: • Concentração - tenha foco no que deve ser feito para sempre saber onde quer chegar. • Motivação – mantenha essa energia em movimento para fazer o melhor que pode. Ela está diretamente vinculada aos valores que carrega e a sua autoconsciência de seu real potencial. Para muitos é a chama interior que impulsiona em frente. • Controle emocional – com ele, canalizamos nossa energia para os objetivos traçados que potencializa nossas qualidades. Precisamos saber controlar nossas emoções e saber conviver com os imprevistos. Ao sentir um dos três pontos fora de sintonia, dê uma pausa. Pare o tempo necessário e volte quando sentir menos pressão – atuar 24/7 fora da zona de conforto é maçante. Também, não tenha vergonha ou não se sinta derrotado, para procurar por profissionais que possam te ajudar a reencontrar seu caminho. A saúde mental tem um papel importante em nossas vidas e, também, em quem está ao nosso redor. Pense nisso e bons treinos.
"Saúde Mental na Corrida"
Saúde Mental na Corrida Aulus Sellmer Os Jogos Olímpicos de Tóquio trouxeram à tona um problema muito atual, que é a nossa saúde mental. A ginasta norte-americana Simone Biles, favoritíssima a diversas medalhas de ouro, tomou uma das atitudes mais corajosas que uma atleta já teve em Olimpíadas: não competir para cuidar de sua saúde mental. Felizmente, o tema foi amplamente discutido, de forma científica, no mundo todo e não colocado simplesmente como uma “fraqueza”, o que de fato não é. Poucos meses antes, a tenista japonesa Naomi Osaka também tomou a mesma decisão ao anunciar sua saída do torneio de Roland Garros, na França. A saúde mental já vinha sendo tema de debates e estudos desde o ano de 2019, quando a pandemia da Covid-19 teve início, se agravou e provocou uma mudança drástica em nossa maneira de viver. Infelizmente, ainda temos reflexos desta pandemia, tendo de lidar com medo, angústia, perda de renda, desemprego e o sofrimento pela morte de parentes e amigos. No mundo da corrida, eu também percebo que a saúde mental de alguns corredores é preocupante, principalmente pela cobrança excessiva por resultados e estética, deixando de lado o fator fundamental; a prática de exercícios como promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida. Um exemplo comum é a paranoia das redes sociais. A cada dia, temos de postar para mostrar que estamos produtivos e no caminho certo, com corpos perfeitos, o melhor e mais caro tênis, relógio etc. É um fardo contaminante, pois mais e mais corredores reproduzem essa atitude, trocando o propósito de prazer desse esporte pela obrigação de se mostrar em suas contas nas mídias sociais. Quando percebemos, estamos totalmente viciados em postar e ver o que os outros postam. Interessante ver que ninguém publica uma lesão, no caso, significado de fracasso ou derrota para o mundo em que vivemos. Outra situação é até um pouco mais antiga, porém também se encaixa dentro desse tópico: o exagero na prática da corrida. Atletas amadores passam do limite em relação aos treinos, provas e restrições alimentares para atingir objetivos que não serão benéficos tanto para a saúde física como mental. Quantas relações pessoais foram desfeitas pelo fato de um simples treino longo ser sempre a prioridade? Quantos momentos em família foram deixados em segundo plano por conta de sucessivas provas? Mesmo as refeições, que precisam ser prazerosas começam a se tornar um sacrifício? Esse é o momento no qual perde-se a autoconsciência, pois se está totalmente consumido em atingir um desafio, que no mundo real não existe. A mente não está saudável. Há alguns dias, um corredor, orientado por mim, me questionou sobre a compra de um gps que consegue ter 23 satélites avaliando a distância percorrida no treino para, assim, ter a quilometragem exata do trajeto. A partir desse momento, somado a outros sinais, percebi a necessidade de ajuda não só minha, mas talvez de um psicólogo esportivo. Por experiência, já vi muitas pessoas passarem de certos pontos e entrarem num estágio mental preocupante. Também sei que muitas pessoas não aceitam essa vulnerabilidade e a fragilidade de saber que, mesmo estando tudo sob controle aparente, vivem numa distorção. Felizmente, esse corredor aceitou os fatos apontados e entrou num processo para cuidar de sua saúde mental. Valorizar esse autocuidado é conhecer os próprios limites e aceitar limitações e descobrir o que é mais importante do que um gps como esse. Para não terminar esta coluna sem uma sugestão de como iniciar com esse cuidado, fique atento a três fatores básicos: • Concentração - tenha foco no que deve ser feito para sempre saber onde quer chegar. • Motivação – mantenha essa energia em movimento para fazer o melhor que pode. Ela está diretamente vinculada aos valores que carrega e a sua autoconsciência de seu real potencial. Para muitos é a chama interior que impulsiona em frente. • Controle emocional – com ele, canalizamos nossa energia para os objetivos traçados que potencializa nossas qualidades. Precisamos saber controlar nossas emoções e saber conviver com os imprevistos. Ao sentir um dos três pontos fora de sintonia, dê uma pausa. Pare o tempo necessário e volte quando sentir menos pressão – atuar 24/7 fora da zona de conforto é maçante. Também, não tenha vergonha ou não se sinta derrotado, para procurar por profissionais que possam te ajudar a reencontrar seu caminho. A saúde mental tem um papel importante em nossas vidas e, também, em quem está ao nosso redor. Pense nisso e bons treinos.
18/07/2024 - Aulus Sellmer
Um pouco de história da corrida nas Olimpíadas
“Um pouco de história da corrida de fundo, nas olimpíadas” por Aulus Sellmer No final deste mês, no dia 28 de julho tem início mais uma olimpíada, desta vez em Paris na França. Não vejo a hora, claro de acompanhar as provas de atletismo, com início no dia 03 de agosto, finalizando no dia 10 com a maratona masculina, último dia da olimpíada. São muitas provas imperdíveis como os revezamentos, os 5 mil metros, 100 e 200 metros rasos a maratona e também as provas onde temos chances de medalhas com nossos atletas. Em função desta competição tão importante, resolvi escrever um pouco sobre a história das provas de fundo nas olimpíadas e no Brasil. Não posso me estender muito, pois temos muitas histórias, mas vou tentar abordar alguns momentos marcantes. Não sei se você sabe, mas o atletismo vem muito antes da primeira olimpíada, que foi organizada pelos gregos em 776 a.c. Várias civilizações já tinham a tradição de atividades atléticas que foram comprovadas através de fontes literárias e iconográficas a mais de 5000 mil anos. ?Vamos começar com o símbolo das olimpíadas, o surgimento da maratona, através do famoso soldado grego Filípedes que em 490 a.c. correu até Atenas para avisar a vitória sobre os persas. O mais interessante desta história é o motivo desta corrida de quase 42km. Os gregos ao saberem da ameaça de combate com os persas, deram ordem a suas esposas para, se não recebessem a notícia da sua vitória em 24 horas, matar seus filhos e, em seguida, suicidarem-se. Como todos sabem os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que haviam pensado, de modo que temeram que elas executassem o plano. Para evitar isso, o general grego Milcíades ordenou ao soldado Filípides, que corresse até Atenas para levar a notícia e assim não provocar uma tragédia com a morte de mulheres e filhos dos soldados em batalha. Seja como for, cerca de 2400 anos mais tarde, em 1896, nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, Filípides foi homenageado com a criação dessa prova cuja distância era de 40 km, mas que desde 1908 está estipulada em 42,195 km. ?Outra curiosidade é o registro da primeira corrida de fundo que aconteceu em 720 a.C. em um estádio que tinha a forma da letra U, que consistia em 12 voltas completas pela pista, ou pouco menos de 4.700m. Como também o registro da primeira participação das mulheres em uma corrida oficial, que aconteceu no século VII a.c. em Esparta, por categorias segunda a idade, em um percurso equivalente a 160 metros. O motivo alegado pelos lideres da época era que as mulheres, como os homens, devem medir entre si a força e rapidez, pois a missão das mulheres livres é procriar filhos vigorosos. Mesmo assim a participação de mulheres em jogos olímpicos só ocorreu de uma forma presente no século XX em 1928, cumprindo um programa de 100, 800 e 4×100 metros, o salto em altura e o lançamento do disco. A primeira participação das mulheres em uma maratona olímpica, aconteceu em 1984 em Los Angeles. Foi nesta maratona que a 37ª colocada a suíça radicada nos Estados Unidos Gabriela Andersen-Scheiss que, exausta chegou cambaleante ao estádio e proporcionou uma das cenas mais lindas e marcantes das maratonas de todos os tempos quando deu a ultima volta no Estádio se arrastando, mas atingiu o seu objetivo e concluiu a prova. Todos que já viram esta cena se emocionam. ?No Brasil o início das corridas de fundo, foram os ingleses que introduziram, no Club Brasileiro de Cricket, no final do século XIX, no Rio de Janeiro, onde se faziam apostas para corridas a pé, realizadas entre jogos de críquete. Em São Paulo, o primeiro clube a ser fundado foi o São Paulo Athletic, em maio de 1888. De acordo com dados da época, em todos esses clubes surgidos no fim do século XIX o atletismo era praticado de forma descontínua, não obedecendo muito às normas traçadas na Inglaterra. A partir de 1918, podemos dizer que tivemos a primeira corrida de fundo oficial com 24km de extensão pelas ruas de São Paulo, patrocinada pelo jornal Estadão e denominada ‘Estadinho’, e assim o atletismo ganhava novo interesse. Não podemos deixar de falar da São Silvestre, a mais tradicional prova de rua do País. Criada pelo jornalista Cásper Líbero, que se inspirou em uma corrida francesa, em 1924. O nome é em homenagem ao Santo do dia. Já nas olimpíadas a primeira participação do atletismo brasileiro aconteceu nos Jogos de Paris, França, em 1924. Mas o primeiro resultado expressivo em provas de fundo demorou um pouco, e aconteceu nas olimpíadas da Grécia em 2004, com a medalha de bronze de Vanderlei Cordeiro de Lima, mas que teve 0 sabor de ouro depois que foi derrubado durante a prova pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan, se recuperou e chegou festejando a terceira posição e se consagrando como campeão moral. Estamos ainda muito distantes dos países africanos que hoje dominam as corridas de fundo nas olimpíadas, mas hoje podemos dizer que a corrida de fundo é um esporte de grande importância em nossa sociedade. Um dos gestos da nossa evolução é sem dúvida o movimento que de forma progressiva se transforma em locomoção. O homem ao longo dos séculos tem sido o que tem progredido com mais técnica, a sua forma de se locomover para lugares e e distâncias, cada vez maiores entre as espécies. Não sei onde iremos parar, mas tenho certeza que todos nós corredores estaremos atentos às provas de atletismo nesta próxima olimpíada que promete muitas surpresas
Um pouco de história da corrida nas Olimpíadas
“Um pouco de história da corrida de fundo, nas olimpíadas” por Aulus Sellmer No final deste mês, no dia 28 de julho tem início mais uma olimpíada, desta vez em Paris na França. Não vejo a hora, claro de acompanhar as provas de atletismo, com início no dia 03 de agosto, finalizando no dia 10 com a maratona masculina, último dia da olimpíada. São muitas provas imperdíveis como os revezamentos, os 5 mil metros, 100 e 200 metros rasos a maratona e também as provas onde temos chances de medalhas com nossos atletas. Em função desta competição tão importante, resolvi escrever um pouco sobre a história das provas de fundo nas olimpíadas e no Brasil. Não posso me estender muito, pois temos muitas histórias, mas vou tentar abordar alguns momentos marcantes. Não sei se você sabe, mas o atletismo vem muito antes da primeira olimpíada, que foi organizada pelos gregos em 776 a.c. Várias civilizações já tinham a tradição de atividades atléticas que foram comprovadas através de fontes literárias e iconográficas a mais de 5000 mil anos. ?Vamos começar com o símbolo das olimpíadas, o surgimento da maratona, através do famoso soldado grego Filípedes que em 490 a.c. correu até Atenas para avisar a vitória sobre os persas. O mais interessante desta história é o motivo desta corrida de quase 42km. Os gregos ao saberem da ameaça de combate com os persas, deram ordem a suas esposas para, se não recebessem a notícia da sua vitória em 24 horas, matar seus filhos e, em seguida, suicidarem-se. Como todos sabem os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que haviam pensado, de modo que temeram que elas executassem o plano. Para evitar isso, o general grego Milcíades ordenou ao soldado Filípides, que corresse até Atenas para levar a notícia e assim não provocar uma tragédia com a morte de mulheres e filhos dos soldados em batalha. Seja como for, cerca de 2400 anos mais tarde, em 1896, nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, Filípides foi homenageado com a criação dessa prova cuja distância era de 40 km, mas que desde 1908 está estipulada em 42,195 km. ?Outra curiosidade é o registro da primeira corrida de fundo que aconteceu em 720 a.C. em um estádio que tinha a forma da letra U, que consistia em 12 voltas completas pela pista, ou pouco menos de 4.700m. Como também o registro da primeira participação das mulheres em uma corrida oficial, que aconteceu no século VII a.c. em Esparta, por categorias segunda a idade, em um percurso equivalente a 160 metros. O motivo alegado pelos lideres da época era que as mulheres, como os homens, devem medir entre si a força e rapidez, pois a missão das mulheres livres é procriar filhos vigorosos. Mesmo assim a participação de mulheres em jogos olímpicos só ocorreu de uma forma presente no século XX em 1928, cumprindo um programa de 100, 800 e 4×100 metros, o salto em altura e o lançamento do disco. A primeira participação das mulheres em uma maratona olímpica, aconteceu em 1984 em Los Angeles. Foi nesta maratona que a 37ª colocada a suíça radicada nos Estados Unidos Gabriela Andersen-Scheiss que, exausta chegou cambaleante ao estádio e proporcionou uma das cenas mais lindas e marcantes das maratonas de todos os tempos quando deu a ultima volta no Estádio se arrastando, mas atingiu o seu objetivo e concluiu a prova. Todos que já viram esta cena se emocionam. ?No Brasil o início das corridas de fundo, foram os ingleses que introduziram, no Club Brasileiro de Cricket, no final do século XIX, no Rio de Janeiro, onde se faziam apostas para corridas a pé, realizadas entre jogos de críquete. Em São Paulo, o primeiro clube a ser fundado foi o São Paulo Athletic, em maio de 1888. De acordo com dados da época, em todos esses clubes surgidos no fim do século XIX o atletismo era praticado de forma descontínua, não obedecendo muito às normas traçadas na Inglaterra. A partir de 1918, podemos dizer que tivemos a primeira corrida de fundo oficial com 24km de extensão pelas ruas de São Paulo, patrocinada pelo jornal Estadão e denominada ‘Estadinho’, e assim o atletismo ganhava novo interesse. Não podemos deixar de falar da São Silvestre, a mais tradicional prova de rua do País. Criada pelo jornalista Cásper Líbero, que se inspirou em uma corrida francesa, em 1924. O nome é em homenagem ao Santo do dia. Já nas olimpíadas a primeira participação do atletismo brasileiro aconteceu nos Jogos de Paris, França, em 1924. Mas o primeiro resultado expressivo em provas de fundo demorou um pouco, e aconteceu nas olimpíadas da Grécia em 2004, com a medalha de bronze de Vanderlei Cordeiro de Lima, mas que teve 0 sabor de ouro depois que foi derrubado durante a prova pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan, se recuperou e chegou festejando a terceira posição e se consagrando como campeão moral. Estamos ainda muito distantes dos países africanos que hoje dominam as corridas de fundo nas olimpíadas, mas hoje podemos dizer que a corrida de fundo é um esporte de grande importância em nossa sociedade. Um dos gestos da nossa evolução é sem dúvida o movimento que de forma progressiva se transforma em locomoção. O homem ao longo dos séculos tem sido o que tem progredido com mais técnica, a sua forma de se locomover para lugares e e distâncias, cada vez maiores entre as espécies. Não sei onde iremos parar, mas tenho certeza que todos nós corredores estaremos atentos às provas de atletismo nesta próxima olimpíada que promete muitas surpresas
11/06/2024 - Aulus Sellmer
Salte,para correr melhor e mais rápido
Como já escrevi em colunas anteriores, se você quer ser um corredor de verdade, existem mudanças na forma com que deve treinar, para ganhar desempenho e principalmente aperfeiçoar seu treino e, assim, aproveitar melhor seu tempo, dividido entre compromissos de treinos, vida pessoal e profissional. O segredo é ganhar força e potência (velocidade) para que a sua corrida seja mais eficiente e você consiga que todos os grupos musculares em seu corpo, que participam da corrida, colaborem na divisão dos esforços poupando suas articulações de futuras lesões. As estruturas que compõem os músculos são denominadas fibras musculares. No entanto, a musculatura esquelética não possui apenas um único tipo de fibra muscular. As fibras de contração lenta, predominantes em maratonistas, denominadas vermelhas, são ricas em mioglobina, já as de contração rápida são denominadas fibras brancas e predominam em indivíduos velocistas, pois estas são pobres em mioglobina. Antigamente, a maior preocupação para o corredor de fundo era com as fibras vermelhas, mas hoje temos de dar uma atenção especial para as fibras brancas e assim ser mais veloz, não importando seu nível na corrida, seja iniciante ou um corredor avançado. É no período de base e de força que devemos dar atenção especial às nossas fibras brancas, através de exercícios complementares que irão fortalecer estes músculos e assim, quando chegar o período de velocidade, todos os músculos estarão fortalecidos e aptos a transformar a energia elástica acumulada em cada passada em movimento para frente, ganhando-se velocidade. Uma forma de conseguir esse ganho é através de saltos ou da pliometria, que geralmente é dividida em saltos no mesmo lugar, saltos em progressão e saltos em profundidade. A intensidade pode ser modificada através da altura do salto, tipo de salto e a altura da queda. Não esqueça que cuidados devem ser tomados quando incluímos saltos em nossos treinos e os iniciantes precisam de uma fase adaptativa de força em máquinas, por exemplo, antes de adicionar os saltos em seus treinamentos. Um ciclo padrão pode variar de seis a dez semanas, com pelo menos duas sessões semanais e de preferência antes do seu treino de corrida em si, evitando assim o estado de fadiga. Para que possa ter uma referência importante, temos os saltos de carga baixa, que são os saltos com troca de pernas e corrida saltada; os de carga média, que são os saltos para um plano elevado, saltos em zig-zag unilaterais; carga elevada com os saltos em altura, saltos sobre barreiras, saltos para plano elevado unilaterais, saltos sobre bancos e os mais complexos, que são os saltos em profundidade, saltos sobre bancos e saltos sobre barreiras unilaterais. O primeiro nível (carga baixa e média) é composto de pequenos saltos realizados de forma unilateral e bilateral em diversas direções (frente, trás, lateral), onde o volume e séries duram até antes de uma sensação de fadiga que todos nós conhecemos. O objetivo é a adaptação osteoarticular, o fortalecimento da musculatura do pé e da perna e o desenvolvimento de coordenação e equilíbrio, onde muitos treinadores recomendam realizar os saltos em um campo gramado e descalços para desenvolver a musculatura do arco plantar. Avançam para o próximo nível (carga elevada e complexos) os corredores que executam os saltos com eficiência ou tempo de contato curto no chão e com níveis de força reativa que suportem a altura da queda de 30 a 40 cm. O volume é o mesmo do primeiro nível, mas a carga é elevada com o aumento da queda dos exercícios. Nunca esqueça que quando realizamos estes saltos é importante aterrizar de forma que os músculos absorvam o impacto e não suas articulações, com ¼ de agachamento na aterrisagem. A técnica deve obedecer a uma progressão dos saltos mais simples para os mais complexos e sempre execute os saltos em uma superfície firme. Por último, não esqueça que em pliometria fazer mais não é o melhor. Respeite sempre o descanso de dois dias e a quantidade de saltos quem deve determinar é seu treinador ou seu professor de musculação na academia. Desta forma tenho certeza que a sua corrida vai mudar para melhor. Bons treinos!
Salte,para correr melhor e mais rápido
Como já escrevi em colunas anteriores, se você quer ser um corredor de verdade, existem mudanças na forma com que deve treinar, para ganhar desempenho e principalmente aperfeiçoar seu treino e, assim, aproveitar melhor seu tempo, dividido entre compromissos de treinos, vida pessoal e profissional. O segredo é ganhar força e potência (velocidade) para que a sua corrida seja mais eficiente e você consiga que todos os grupos musculares em seu corpo, que participam da corrida, colaborem na divisão dos esforços poupando suas articulações de futuras lesões. As estruturas que compõem os músculos são denominadas fibras musculares. No entanto, a musculatura esquelética não possui apenas um único tipo de fibra muscular. As fibras de contração lenta, predominantes em maratonistas, denominadas vermelhas, são ricas em mioglobina, já as de contração rápida são denominadas fibras brancas e predominam em indivíduos velocistas, pois estas são pobres em mioglobina. Antigamente, a maior preocupação para o corredor de fundo era com as fibras vermelhas, mas hoje temos de dar uma atenção especial para as fibras brancas e assim ser mais veloz, não importando seu nível na corrida, seja iniciante ou um corredor avançado. É no período de base e de força que devemos dar atenção especial às nossas fibras brancas, através de exercícios complementares que irão fortalecer estes músculos e assim, quando chegar o período de velocidade, todos os músculos estarão fortalecidos e aptos a transformar a energia elástica acumulada em cada passada em movimento para frente, ganhando-se velocidade. Uma forma de conseguir esse ganho é através de saltos ou da pliometria, que geralmente é dividida em saltos no mesmo lugar, saltos em progressão e saltos em profundidade. A intensidade pode ser modificada através da altura do salto, tipo de salto e a altura da queda. Não esqueça que cuidados devem ser tomados quando incluímos saltos em nossos treinos e os iniciantes precisam de uma fase adaptativa de força em máquinas, por exemplo, antes de adicionar os saltos em seus treinamentos. Um ciclo padrão pode variar de seis a dez semanas, com pelo menos duas sessões semanais e de preferência antes do seu treino de corrida em si, evitando assim o estado de fadiga. Para que possa ter uma referência importante, temos os saltos de carga baixa, que são os saltos com troca de pernas e corrida saltada; os de carga média, que são os saltos para um plano elevado, saltos em zig-zag unilaterais; carga elevada com os saltos em altura, saltos sobre barreiras, saltos para plano elevado unilaterais, saltos sobre bancos e os mais complexos, que são os saltos em profundidade, saltos sobre bancos e saltos sobre barreiras unilaterais. O primeiro nível (carga baixa e média) é composto de pequenos saltos realizados de forma unilateral e bilateral em diversas direções (frente, trás, lateral), onde o volume e séries duram até antes de uma sensação de fadiga que todos nós conhecemos. O objetivo é a adaptação osteoarticular, o fortalecimento da musculatura do pé e da perna e o desenvolvimento de coordenação e equilíbrio, onde muitos treinadores recomendam realizar os saltos em um campo gramado e descalços para desenvolver a musculatura do arco plantar. Avançam para o próximo nível (carga elevada e complexos) os corredores que executam os saltos com eficiência ou tempo de contato curto no chão e com níveis de força reativa que suportem a altura da queda de 30 a 40 cm. O volume é o mesmo do primeiro nível, mas a carga é elevada com o aumento da queda dos exercícios. Nunca esqueça que quando realizamos estes saltos é importante aterrizar de forma que os músculos absorvam o impacto e não suas articulações, com ¼ de agachamento na aterrisagem. A técnica deve obedecer a uma progressão dos saltos mais simples para os mais complexos e sempre execute os saltos em uma superfície firme. Por último, não esqueça que em pliometria fazer mais não é o melhor. Respeite sempre o descanso de dois dias e a quantidade de saltos quem deve determinar é seu treinador ou seu professor de musculação na academia. Desta forma tenho certeza que a sua corrida vai mudar para melhor. Bons treinos!
21/05/2024 - Aulus Sellmer
"Seu CORE é forte"
Seu core é forte? Por Aulus Sellmer Todos nós corredores já estamos cientes de que os treinos precisam ir além da corrida. Isto é, fortalecer cadeias musculares importantes é fundamental para melhorar a distribuição do impacto e, o mais importante, ter a força necessária em no core. Neste mês, vou apresentar um teste rápido e simples para verificar se esse conjunto muscular está forte. Lembrem-se de que músculos bem treinados aumentam as chances de termos performance e diminuem a probabilidade de ocorrer lesões. O core é o centro do nosso corpo. É um conjunto formado por músculos dorsais, abdominais e do quadril, que são responsáveis pelo equilíbrio e pela adequação postural do tronco em qualquer movimento. O core está localizado nas regiões mais profundas do tronco e da pelve. Esses músculos formam um centro de força que mantém a estabilidade da coluna lombar e a flexibilidade. Os músculos do core, quando fortalecidos e acionados de forma correta, dão suporte para a coluna e quadris evitando o estresse nessa região, além de joelhos e tornozelos. Exercícios focados no core definem o abdômen e modelam a cintura, além de auxiliar no funcionamento dos órgãos internos. Que tal encarar uma avaliação para checar se o seu core está forte? São apenas três exercícios que não levam mais do que cinco minutos. O primeiro teste recomendado seria o nosso famoso abdominal, onde durante um minuto você deve realizar o movimento e contar quantas vezes consegue realizá-lo. Esse teste é mais conhecido como avaliação de força – teste de potência de abdominal, onde conseguimos avaliar a sua resistência e potência muscular. Um homem entre 30 e 39 anos deve fazer no mínimo 27 repetições. Uma mulher na mesma faixa etária, 20. O segundo teste é a flexão de braço, em que homens devem apoiar o corpo no chão com as pernas e as mulheres com os joelhos. Esse teste também tem a duração de um minuto, onde contamos as repetições. Um homem entre 30 e 39 anos deve fazer no mínimo 17 repetições. Uma mulher na mesma faixa etária, 13. Por último, temos o teste de rampa ou prone plank, que com o nosso corpo em posição de ponte ou rampa, apoiando os pés e com os braços flexionados no chão, avaliamos a força isométrica do tronco. Este teste também é bem simples e marcamos o tempo que conseguimos manter a posição com quadris e tronco alinhados. Se o tempo for menor que 1 minuto nessa posição, você não esta dentro dos padrões recomendados ou o seu core não está preparado para suportar corridas mais longas. Depois de realizar estes três testes, podemos ter uma ideia da atual situação muscular. Para mais detalhes sobre os números a serem atingidos por faixa etária, consulte o seu treinador. Além disso, ele vai propor, caso necessário, exercícios importantes para fortalecer o seu core e assim deixar você ainda mais preparado para encarar seus treinos e provas, bem longe das lesões e mais próximo de uma ótima performance. Bons treinos!
"Seu CORE é forte"
Seu core é forte? Por Aulus Sellmer Todos nós corredores já estamos cientes de que os treinos precisam ir além da corrida. Isto é, fortalecer cadeias musculares importantes é fundamental para melhorar a distribuição do impacto e, o mais importante, ter a força necessária em no core. Neste mês, vou apresentar um teste rápido e simples para verificar se esse conjunto muscular está forte. Lembrem-se de que músculos bem treinados aumentam as chances de termos performance e diminuem a probabilidade de ocorrer lesões. O core é o centro do nosso corpo. É um conjunto formado por músculos dorsais, abdominais e do quadril, que são responsáveis pelo equilíbrio e pela adequação postural do tronco em qualquer movimento. O core está localizado nas regiões mais profundas do tronco e da pelve. Esses músculos formam um centro de força que mantém a estabilidade da coluna lombar e a flexibilidade. Os músculos do core, quando fortalecidos e acionados de forma correta, dão suporte para a coluna e quadris evitando o estresse nessa região, além de joelhos e tornozelos. Exercícios focados no core definem o abdômen e modelam a cintura, além de auxiliar no funcionamento dos órgãos internos. Que tal encarar uma avaliação para checar se o seu core está forte? São apenas três exercícios que não levam mais do que cinco minutos. O primeiro teste recomendado seria o nosso famoso abdominal, onde durante um minuto você deve realizar o movimento e contar quantas vezes consegue realizá-lo. Esse teste é mais conhecido como avaliação de força – teste de potência de abdominal, onde conseguimos avaliar a sua resistência e potência muscular. Um homem entre 30 e 39 anos deve fazer no mínimo 27 repetições. Uma mulher na mesma faixa etária, 20. O segundo teste é a flexão de braço, em que homens devem apoiar o corpo no chão com as pernas e as mulheres com os joelhos. Esse teste também tem a duração de um minuto, onde contamos as repetições. Um homem entre 30 e 39 anos deve fazer no mínimo 17 repetições. Uma mulher na mesma faixa etária, 13. Por último, temos o teste de rampa ou prone plank, que com o nosso corpo em posição de ponte ou rampa, apoiando os pés e com os braços flexionados no chão, avaliamos a força isométrica do tronco. Este teste também é bem simples e marcamos o tempo que conseguimos manter a posição com quadris e tronco alinhados. Se o tempo for menor que 1 minuto nessa posição, você não esta dentro dos padrões recomendados ou o seu core não está preparado para suportar corridas mais longas. Depois de realizar estes três testes, podemos ter uma ideia da atual situação muscular. Para mais detalhes sobre os números a serem atingidos por faixa etária, consulte o seu treinador. Além disso, ele vai propor, caso necessário, exercícios importantes para fortalecer o seu core e assim deixar você ainda mais preparado para encarar seus treinos e provas, bem longe das lesões e mais próximo de uma ótima performance. Bons treinos!
16/04/2024 - Aulus Sellmer
"Mais eficiência para completar uma maratona"
Mais eficiência para completar a sua maratona Aulus Sellmer Completar os 42,195km é o sonho de muitos corredores. Atualmente, os métodos de treinamento têm mudado, ganhando contornos mais personalizados para cada tipo de pessoa. Ainda é comum os longões de 34k ou 36k no final da programação. Com certeza, eles não são tão necessários como antigamente, dependendo de seu objetivo de tempo na maratona, cumprindo com seu papel de outra maneira, que podem deixar sua preparação ainda mais eficiente. A resposta de como fazer vai depender do tempo final que pretende completar a prova. Ser um corredor iniciante ou já avançado, entre outros fatores que podem influir no seu resultado final. Em primeiro lugar, é importante bater na tecla da personalização. Há diversos fatores que variam de corredor para corredor. Por exemplo, o tempo desejado para completar a maratona, as respostas do corpo às variáveis como volume, frequência de treinos e intensidade, idade, tempo para treinar, experiência e fatores psicológicos, entre outros. Seu treinador vai saber muito bem como compor a programação de acordo com as suas particularidades. De uma forma geral, a eficiência na maratona, a que me refiro, passa por um checklist com o intuito de diminuir os riscos de lesões e ter uma prova de qualidade. A lista é simples, mas precisa de muito comprometimento: fortalecimento muscular com foco em quadril e membros inferiores, mobilidade de tornozelo e pé e menor quilometragem nos longos. As fases de fortalecimento devem ser distribuídas com semanas de condicionamento, hipertrofia, força e resistência e potência. Dê atenção especial ao período de força em quadril e membros inferiores. Isso significa ser capaz de levantar mais carga com poucas repetições e aumentar a massa muscular – lesões de tornozelo e pé têm origem em musculatura do quadril fraca. Importante combinar bem os dias da semana entre força e corrida - preferência para treinos de corrida com intensidade menor. Em médio prazo, é natural perceber mais velocidade e potência nas passadas. Exercícios de mobilidade articular são rápidos e trazem recompensas fundamentais para a relação custo-benefício de sua programação. Com o quadril fortalecido, podemos trabalhar os tornozelos e os pés, pois estas articulações precisam obter amplitudes suficientes para a execução plena dos movimentos. Então, o foco deve ser muito maior nos tecidos articulares (cartilagem, ligamentos e tendões) do que na “flexibilidade muscular”. Cada articulação tem a sua função motriz, que se intercala sincronicamente, respeitando a lei biomecânica ou de seus movimentos. Uma boa sessão de fisioterapia preventiva poderá ajudar bastante, trazendo uma proteção maior a essas regiões. Lembre-se de que pés e tornozelos sustentam todo o peso do seu corpo e, na maratona, tem de sustentá-lo em movimento durante 3 a 4 horas. Mencionei os longões no início desta coluna, então, vamos a eles. Claro, os treinos longos continuam essenciais. Porém, estudos mais recentes e a minha experiência com corredores que eu treinei, mostram que alguns ajustes devem ser feitos. Se você não tem uma preocupação com seu tempo final de prova, podendo completar a maratona acima de 4 horas, minha opção favorita de distribuição de seus últimos longos é estar na faixa de 2h30 a 3h, com uma progressão gradativa quinzenal, intercalando com longos de menor duração e um pouco mais intensos. Porém, se a meta é terminar a maratona entre 3h e 3h30, a progressão dos longos continua sendo quinzenal, intercalando com treinos de volume menor e mais intensidade, mas com treinos no meio da semana onde se prioriza a qualidade que podemos chamar de mini longos. Ainda há outros fatores importantes para o seu sucesso na maratona que hoje tem uma abordagem bem diferente de antigamente como alongamento, suplementação e frequência cardíaca. Mas, compreendendo esse checklist de fortalecimento, mobilidade e longões não tão longos, já é um bom começo e você vai ficar surpreso com o resultado, com um volume semanal não maior do que 50k a 60k no final de sua preparação. Bons treinos!
"Mais eficiência para completar uma maratona"
Mais eficiência para completar a sua maratona Aulus Sellmer Completar os 42,195km é o sonho de muitos corredores. Atualmente, os métodos de treinamento têm mudado, ganhando contornos mais personalizados para cada tipo de pessoa. Ainda é comum os longões de 34k ou 36k no final da programação. Com certeza, eles não são tão necessários como antigamente, dependendo de seu objetivo de tempo na maratona, cumprindo com seu papel de outra maneira, que podem deixar sua preparação ainda mais eficiente. A resposta de como fazer vai depender do tempo final que pretende completar a prova. Ser um corredor iniciante ou já avançado, entre outros fatores que podem influir no seu resultado final. Em primeiro lugar, é importante bater na tecla da personalização. Há diversos fatores que variam de corredor para corredor. Por exemplo, o tempo desejado para completar a maratona, as respostas do corpo às variáveis como volume, frequência de treinos e intensidade, idade, tempo para treinar, experiência e fatores psicológicos, entre outros. Seu treinador vai saber muito bem como compor a programação de acordo com as suas particularidades. De uma forma geral, a eficiência na maratona, a que me refiro, passa por um checklist com o intuito de diminuir os riscos de lesões e ter uma prova de qualidade. A lista é simples, mas precisa de muito comprometimento: fortalecimento muscular com foco em quadril e membros inferiores, mobilidade de tornozelo e pé e menor quilometragem nos longos. As fases de fortalecimento devem ser distribuídas com semanas de condicionamento, hipertrofia, força e resistência e potência. Dê atenção especial ao período de força em quadril e membros inferiores. Isso significa ser capaz de levantar mais carga com poucas repetições e aumentar a massa muscular – lesões de tornozelo e pé têm origem em musculatura do quadril fraca. Importante combinar bem os dias da semana entre força e corrida - preferência para treinos de corrida com intensidade menor. Em médio prazo, é natural perceber mais velocidade e potência nas passadas. Exercícios de mobilidade articular são rápidos e trazem recompensas fundamentais para a relação custo-benefício de sua programação. Com o quadril fortalecido, podemos trabalhar os tornozelos e os pés, pois estas articulações precisam obter amplitudes suficientes para a execução plena dos movimentos. Então, o foco deve ser muito maior nos tecidos articulares (cartilagem, ligamentos e tendões) do que na “flexibilidade muscular”. Cada articulação tem a sua função motriz, que se intercala sincronicamente, respeitando a lei biomecânica ou de seus movimentos. Uma boa sessão de fisioterapia preventiva poderá ajudar bastante, trazendo uma proteção maior a essas regiões. Lembre-se de que pés e tornozelos sustentam todo o peso do seu corpo e, na maratona, tem de sustentá-lo em movimento durante 3 a 4 horas. Mencionei os longões no início desta coluna, então, vamos a eles. Claro, os treinos longos continuam essenciais. Porém, estudos mais recentes e a minha experiência com corredores que eu treinei, mostram que alguns ajustes devem ser feitos. Se você não tem uma preocupação com seu tempo final de prova, podendo completar a maratona acima de 4 horas, minha opção favorita de distribuição de seus últimos longos é estar na faixa de 2h30 a 3h, com uma progressão gradativa quinzenal, intercalando com longos de menor duração e um pouco mais intensos. Porém, se a meta é terminar a maratona entre 3h e 3h30, a progressão dos longos continua sendo quinzenal, intercalando com treinos de volume menor e mais intensidade, mas com treinos no meio da semana onde se prioriza a qualidade que podemos chamar de mini longos. Ainda há outros fatores importantes para o seu sucesso na maratona que hoje tem uma abordagem bem diferente de antigamente como alongamento, suplementação e frequência cardíaca. Mas, compreendendo esse checklist de fortalecimento, mobilidade e longões não tão longos, já é um bom começo e você vai ficar surpreso com o resultado, com um volume semanal não maior do que 50k a 60k no final de sua preparação. Bons treinos!
12/03/2024 - Aulus Sellmer
"NOSSOS DEVERES COMO CORREDORES"
Nossos deveres quando treinamos por Aulus Sellmer Vou abordar um assunto que me incomoda há um certo tempo: A civilidade dos corredores em parques, academias, salas de ginásticas de condomínios e nas ruas da cidade. Antes de seguir com essa reflexão, uma pequena pausa para explicar melhor o conceito de civilidade. Partirei do princípio que civilidade é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade, ou seja, o equilíbrio da vida em grupo ocorre por meio dela. Todos os dias, nós corredores, exigimos uma série de coisas como um parque melhor estruturado, ruas mais bem cuidadas, mais áreas públicas de lazer entre outras. Isto é, reivindicamos nossos direitos e com todo o direito. Mas será que cumprimos com nossos deveres? Cumprimos as regras básicas de civilidade, que nos ensinam acerca da necessidade de convivermos com as diferenças? Por essas razões é importante reforçar alguns pontos importantes em nosso treinamento. Fluxo de corredores Quando estamos dentro de parques, sempre devemos respeitar o fluxo de nosso trânsito padrão. Isso significa que “quem vai” deve correr pela direita e “quem volta” deve utilizar o lado esquerdo. Isso evita trombadas e conflitos desnecessários. Dentro destas vias, é aconselhável que o mais lento fique mais à direita e os mais rápidos à esquerda - conceito similar ao de uma rodovia. Esta mesma orientação vale para nossas provas de corrida. Ao correr nas ruas, o recomendado é sempre estar no contra fluxo dos carros para que possa ver o movimento de qualquer veículo automotor. Treino não é competição Treino é treino, corrida é corrida. É óbvio, porém o instinto de competitividade de alguns corredores aflora mesmo em treinos inocentes. É o tipo de corredor que não suporta ser ultrapassado, fica até ofendido e resolve aumentar seu ritmo para dar o troco ou ficar no cangote incomodando o treino do outro. Mais uma situação em que um conflito é totalmente evitável. Barulhos Pode parecer insignificante, porém correr com moedas no bolso, molhos de chave e respirar como se fosse puxar todo o ar do Universo atrapalha e muito. Não só os companheiros de treinos, mas o próprio corredor. Um dos campeões de audiência é o fone de ouvido. O volume está tão alto que as pessoas ao redor conseguem ouvir a música e a pessoa não sabe o que acontece em volta. Isso é perigoso se houver alguma situação de risco, como uma bicicleta desgovernada vindo fora do campo de visão, por exemplo. Ciclofaixa para bicicletas Daqui a pouco será preciso cometer essa redundância. As ciclo faixas ou ciclovias presentes em algumas cidades, delimitam espaço para ciclistas e não para corredores. Às vezes, eu mesmo tenho vontade de abordar os corredores que não respeitam essa regra. Etiqueta da esteira Nas academias, as esteiras geralmente possuem uma escala de uso. Nos períodos de pico, início da manhã e fim de tarde, é importante não monopolizar a esteira. Se um corredor desrespeita o horário, ocorre o efeito cascata, prejudicando todas as pessoas que vem em seguida. Lembre-se: No fim de seu treino, higienize a esteira. É sempre muito agradável correr num aparelho limpo. Largada sem “muvuca” Quando estiver em uma prova de corrida, tente se posicionar em função de seu verdadeiro ritmo quando há presença dos marcadores. Assim você não é atrapalhado e também não atrapalha ninguém. Nós exigimos uma sociedade civilizada, porém muitas atitudes nos escapam no dia-a-dia. Que tal começarmos a ajustar o nosso mundo da corrida? Hoje, é uma comunidade fortíssima, que chega a modificar a dinâmica de grandes cidades pelo mundo em função de uma prova. Fazendo nossa parte, podemos servir de influência positiva para uma sociedade que pratica a civilidade a todo o instante.
"NOSSOS DEVERES COMO CORREDORES"
Nossos deveres quando treinamos por Aulus Sellmer Vou abordar um assunto que me incomoda há um certo tempo: A civilidade dos corredores em parques, academias, salas de ginásticas de condomínios e nas ruas da cidade. Antes de seguir com essa reflexão, uma pequena pausa para explicar melhor o conceito de civilidade. Partirei do princípio que civilidade é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade, ou seja, o equilíbrio da vida em grupo ocorre por meio dela. Todos os dias, nós corredores, exigimos uma série de coisas como um parque melhor estruturado, ruas mais bem cuidadas, mais áreas públicas de lazer entre outras. Isto é, reivindicamos nossos direitos e com todo o direito. Mas será que cumprimos com nossos deveres? Cumprimos as regras básicas de civilidade, que nos ensinam acerca da necessidade de convivermos com as diferenças? Por essas razões é importante reforçar alguns pontos importantes em nosso treinamento. Fluxo de corredores Quando estamos dentro de parques, sempre devemos respeitar o fluxo de nosso trânsito padrão. Isso significa que “quem vai” deve correr pela direita e “quem volta” deve utilizar o lado esquerdo. Isso evita trombadas e conflitos desnecessários. Dentro destas vias, é aconselhável que o mais lento fique mais à direita e os mais rápidos à esquerda - conceito similar ao de uma rodovia. Esta mesma orientação vale para nossas provas de corrida. Ao correr nas ruas, o recomendado é sempre estar no contra fluxo dos carros para que possa ver o movimento de qualquer veículo automotor. Treino não é competição Treino é treino, corrida é corrida. É óbvio, porém o instinto de competitividade de alguns corredores aflora mesmo em treinos inocentes. É o tipo de corredor que não suporta ser ultrapassado, fica até ofendido e resolve aumentar seu ritmo para dar o troco ou ficar no cangote incomodando o treino do outro. Mais uma situação em que um conflito é totalmente evitável. Barulhos Pode parecer insignificante, porém correr com moedas no bolso, molhos de chave e respirar como se fosse puxar todo o ar do Universo atrapalha e muito. Não só os companheiros de treinos, mas o próprio corredor. Um dos campeões de audiência é o fone de ouvido. O volume está tão alto que as pessoas ao redor conseguem ouvir a música e a pessoa não sabe o que acontece em volta. Isso é perigoso se houver alguma situação de risco, como uma bicicleta desgovernada vindo fora do campo de visão, por exemplo. Ciclofaixa para bicicletas Daqui a pouco será preciso cometer essa redundância. As ciclo faixas ou ciclovias presentes em algumas cidades, delimitam espaço para ciclistas e não para corredores. Às vezes, eu mesmo tenho vontade de abordar os corredores que não respeitam essa regra. Etiqueta da esteira Nas academias, as esteiras geralmente possuem uma escala de uso. Nos períodos de pico, início da manhã e fim de tarde, é importante não monopolizar a esteira. Se um corredor desrespeita o horário, ocorre o efeito cascata, prejudicando todas as pessoas que vem em seguida. Lembre-se: No fim de seu treino, higienize a esteira. É sempre muito agradável correr num aparelho limpo. Largada sem “muvuca” Quando estiver em uma prova de corrida, tente se posicionar em função de seu verdadeiro ritmo quando há presença dos marcadores. Assim você não é atrapalhado e também não atrapalha ninguém. Nós exigimos uma sociedade civilizada, porém muitas atitudes nos escapam no dia-a-dia. Que tal começarmos a ajustar o nosso mundo da corrida? Hoje, é uma comunidade fortíssima, que chega a modificar a dinâmica de grandes cidades pelo mundo em função de uma prova. Fazendo nossa parte, podemos servir de influência positiva para uma sociedade que pratica a civilidade a todo o instante.
21/02/2024 - Aulus Sellmer
"Massagem pós treino"
O mito da massagem – pós treino Já faz certo tempo que gostaria de escrever sobre a massagem após um treino intervalado ou até mesmo os longos que realizamos para provas como uma meia maratona ou até mesmo uma maratona. O principal motivo que todos os corredores e alguns massagistas falam, para justificar a importância da massagem, seria entre outras funções a remoção de acido láctico que nosso organismo produz. O argumento sempre é o mesmo, uma ótima opção para complementar sua recuperação pós treino, podendo levar de 24 a 72 horas. O ideal recomendado pelos massagistas esportivos e consequentemente a diminuição da acidose, é fazer massagem até 48 após o exercício físico, focando os principais músculos utilizados em sua modalidade esportiva praticada. Ignorar a palavra dor quando realizamos nosso treino de corrida é estar se enganando. Por menor que ela seja, ela sempre estará presente. Complicado é saber quando a dor é fruto da fadiga ou de algum problema com o organismo. É justamente nessa dúvida que mora a contusão. O treino diário é a principal ferramenta para se ter consciência de seus próprios limites. Uma das maiores causa da dor durante treinos é o exagero na intensidade originando o acúmulo de ácido lático, substância que se instala nos músculos quando passamos de uma referência conhecida como limiar anaeróbio. É também errado pensar que esta substância é responsável pela dor pós treinamento. Pois logo após sua sessão de ginástica nosso organismo inicia um processo de remoção desta acidose. E é neste momento que se recomenda a massagem para acelerar este processo, o que na verdade parece que isto não acontece. Massagem não acelera a remoção da acidose que produzimos quando treinamos. Como possuo um lactímetro que é um aparelho que mede a concentração de acido láctico em nosso organismo resolvi ser cobaia e realizar um teste bem simples. No período de duas semana resolvi correr no mesmo horário, percurso e intensidade vinte quilômetros, com 7 dias de diferença para cada treino. A intensidade que resolvi correr foi um pouco acima do valor do meu limiar anaeróbio, pois só assim realmente poderia ter uma concentração de ácido lactico significante, pois sofri um pouco para completar a distância que me propus a correr, mas consegui. Também me preocupei em realizar uma dieta idêntica e no início do treino, no final e logo antes e depois da massagem realizei as medidas de concentração de ácido lactico. Contratei o mesmo massagista e pedi que realizasse o mesmo procedimento que geralmente realiza, sem falar para ele qual o motivo de estar medindo a concentração de lactato. Todas as medidas obedeceram os mesmo horários de uma semana depois. Anotei todos os resultados e na outra semana realizei o mesmo procedimento, só que desta vez não chamei o meu massagista de costume e fiquei sem a minha sessão de massagem, somente com alongamentos. Os resultados para mim não foram novidade, com massagem ou sem massagem os valores da concentração de lactato praticamente não mudaram em todas as medidas. Para confirmar a minha experiência fui atrás de artigos que comprovaram o meu teste. Acabei achando vários estudos que realmente comprovam a minha experiência. Massagem pós treino não acelera a remoção da acidose produzida pelo exercício em nossos músculos fadigados pos treino. Após a corrida, os músculos estão sujos de metabólitos produzidos pelo organismo durante o esforço. É importante reforçar então que esse processo de limpeza ocorre naturalmente no organismo e a massagem não acelera a saída dessas substâncias pelo fato desmanchar os nós musculares e aumentar a irrigação sanguínea. Também li em alguns estudos que a massagem não substitui o desaquecimento e muito menos o alongamento que tem a função de restaurar o comprimento original do músculo e principalmente preparando toda a musculatura para o próximo treino. Os estudos também mostram que a massagem diminui o fluxo sanguíneo e não aumenta como a grande maioria dos corredores pensam. Os boxeadores também foram citados, mostrando que entre cada round recebem massagem de seus treinadores. Eles relatam que o único benefício é o fato de relaxar a musculatura e não trazem nenhum benefício fisiológico que possa melhorar o seu desempenho na luta em acelerar a remoção de acido láctico responsável pela fadiga muscular. Espero que não pensem a partir desta coluna que massagem não é benéfico. Ela é sim muito importante, pois relaxa nossos músculos, ajuda em determinadas lesões musculares trazendo principalmente uma sensação de bem-estar e no combate do estresse que temos em nossos treinos e no dia a dia. Também você deve ficar atento ao tipo de massagem que escolhe para realizar periodicamente. Existem massagens que podem não trazer os resultados que espera. Gosto muito das massagens bem fortes, que tiram nódulos musculares e dói durante a sessão. Mas isto não significa que seja a melhor para você. Mas espero que a partir de agora o seu argumento para a massagem não seja a remoção de ácido láctico ou também dizer que as dores em seus músculos pós treino também seja por causa desta acidose que produzimos. A verdade é que precisamos deste acido para realizar nossos treinos e em função de erros que comentemos acabamos não sabendo em que ritmo treinar para obter todos os benefícios desta produção e remoção de acido láctico em nosso organismo. Portanto tenha paciência, respeite seu limites e conviva com a dor de uma maneira positiva e determinada para ganhar condição física e evoluir. E continue com suas sessões de massagem Cuidado e bons treinos.
"Massagem pós treino"
O mito da massagem – pós treino Já faz certo tempo que gostaria de escrever sobre a massagem após um treino intervalado ou até mesmo os longos que realizamos para provas como uma meia maratona ou até mesmo uma maratona. O principal motivo que todos os corredores e alguns massagistas falam, para justificar a importância da massagem, seria entre outras funções a remoção de acido láctico que nosso organismo produz. O argumento sempre é o mesmo, uma ótima opção para complementar sua recuperação pós treino, podendo levar de 24 a 72 horas. O ideal recomendado pelos massagistas esportivos e consequentemente a diminuição da acidose, é fazer massagem até 48 após o exercício físico, focando os principais músculos utilizados em sua modalidade esportiva praticada. Ignorar a palavra dor quando realizamos nosso treino de corrida é estar se enganando. Por menor que ela seja, ela sempre estará presente. Complicado é saber quando a dor é fruto da fadiga ou de algum problema com o organismo. É justamente nessa dúvida que mora a contusão. O treino diário é a principal ferramenta para se ter consciência de seus próprios limites. Uma das maiores causa da dor durante treinos é o exagero na intensidade originando o acúmulo de ácido lático, substância que se instala nos músculos quando passamos de uma referência conhecida como limiar anaeróbio. É também errado pensar que esta substância é responsável pela dor pós treinamento. Pois logo após sua sessão de ginástica nosso organismo inicia um processo de remoção desta acidose. E é neste momento que se recomenda a massagem para acelerar este processo, o que na verdade parece que isto não acontece. Massagem não acelera a remoção da acidose que produzimos quando treinamos. Como possuo um lactímetro que é um aparelho que mede a concentração de acido láctico em nosso organismo resolvi ser cobaia e realizar um teste bem simples. No período de duas semana resolvi correr no mesmo horário, percurso e intensidade vinte quilômetros, com 7 dias de diferença para cada treino. A intensidade que resolvi correr foi um pouco acima do valor do meu limiar anaeróbio, pois só assim realmente poderia ter uma concentração de ácido lactico significante, pois sofri um pouco para completar a distância que me propus a correr, mas consegui. Também me preocupei em realizar uma dieta idêntica e no início do treino, no final e logo antes e depois da massagem realizei as medidas de concentração de ácido lactico. Contratei o mesmo massagista e pedi que realizasse o mesmo procedimento que geralmente realiza, sem falar para ele qual o motivo de estar medindo a concentração de lactato. Todas as medidas obedeceram os mesmo horários de uma semana depois. Anotei todos os resultados e na outra semana realizei o mesmo procedimento, só que desta vez não chamei o meu massagista de costume e fiquei sem a minha sessão de massagem, somente com alongamentos. Os resultados para mim não foram novidade, com massagem ou sem massagem os valores da concentração de lactato praticamente não mudaram em todas as medidas. Para confirmar a minha experiência fui atrás de artigos que comprovaram o meu teste. Acabei achando vários estudos que realmente comprovam a minha experiência. Massagem pós treino não acelera a remoção da acidose produzida pelo exercício em nossos músculos fadigados pos treino. Após a corrida, os músculos estão sujos de metabólitos produzidos pelo organismo durante o esforço. É importante reforçar então que esse processo de limpeza ocorre naturalmente no organismo e a massagem não acelera a saída dessas substâncias pelo fato desmanchar os nós musculares e aumentar a irrigação sanguínea. Também li em alguns estudos que a massagem não substitui o desaquecimento e muito menos o alongamento que tem a função de restaurar o comprimento original do músculo e principalmente preparando toda a musculatura para o próximo treino. Os estudos também mostram que a massagem diminui o fluxo sanguíneo e não aumenta como a grande maioria dos corredores pensam. Os boxeadores também foram citados, mostrando que entre cada round recebem massagem de seus treinadores. Eles relatam que o único benefício é o fato de relaxar a musculatura e não trazem nenhum benefício fisiológico que possa melhorar o seu desempenho na luta em acelerar a remoção de acido láctico responsável pela fadiga muscular. Espero que não pensem a partir desta coluna que massagem não é benéfico. Ela é sim muito importante, pois relaxa nossos músculos, ajuda em determinadas lesões musculares trazendo principalmente uma sensação de bem-estar e no combate do estresse que temos em nossos treinos e no dia a dia. Também você deve ficar atento ao tipo de massagem que escolhe para realizar periodicamente. Existem massagens que podem não trazer os resultados que espera. Gosto muito das massagens bem fortes, que tiram nódulos musculares e dói durante a sessão. Mas isto não significa que seja a melhor para você. Mas espero que a partir de agora o seu argumento para a massagem não seja a remoção de ácido láctico ou também dizer que as dores em seus músculos pós treino também seja por causa desta acidose que produzimos. A verdade é que precisamos deste acido para realizar nossos treinos e em função de erros que comentemos acabamos não sabendo em que ritmo treinar para obter todos os benefícios desta produção e remoção de acido láctico em nosso organismo. Portanto tenha paciência, respeite seu limites e conviva com a dor de uma maneira positiva e determinada para ganhar condição física e evoluir. E continue com suas sessões de massagem Cuidado e bons treinos.
06/01/2024 - Aulus Sellmer
"Corredor de Sucesso"
Corredor de sucesso – por Aulus Sellmer Sempre corro sozinho no parque e, desta vez, me deparei com milhões de pensamentos em mente sobre o assunto que traria para vocês nesta coluna. No meio da tempestade de ideias surgiu uma pergunta para mim e que chamou atenção: Por que ainda treino corrida nos últimos 45 anos da minha vida? A resposta não é simples, pois são vários os motivos que me levam a sempre ter vontade de calçar um tênis e sair correndo por aí, seja para manter a forma ou encarar o desafio de preparar para uma prova. Nesse turbilhão de pensamentos durante aquela corrida no parque, além da pergunta, vieram sete respostas ou motivos que vão te ajudar a ser um corredor de sucesso. 1. Estabeleça metas Precisamos delas para vencer desafios e nos manter motivados. Tenha cuidado, seja claro em suas propostas levando em consideração seus limites: não exagere com objetivos inatingíveis. Alcançar metas não é buscar a perfeição a todo custo. Muitas vezes a condição ideal que temos ainda está distante da que projetamos, mas é o melhor que temos no momento. Com o tempo, a mente tira qualquer dúvida a respeito de seu potencial e da capacidade de superação. 2. Acredite Esse processo de conquista de objetivos irá gerar confiança, segurança e condições para que arrisque cada vez mais. A auto-confiança é fundamental na vida e na corrida é crucial. Através dela teremos coragem para enfrentar um treino de tiros, um longo que parecia impossível ou a prova dos sonhos. Você acaba por criar um clima de pensamentos positivos que empurram ainda mais para frente. Sua auto-estima estará elevada, tendo consciência e apreço sobre quem você é, encarando com naturalidade seus próprios defeitos e qualidades. 3. Concentre-se Para tirar o melhor de seus treinos, a palavra de ordem é concentração. Assim, as metas estipuladas por você terão planejamento, dedicação e sacrifício. Muitos corredores iniciantes começam com alto nível de motivação, mas com o decorrer das semanas perdem o foco. Isso custa caro e significa não aproveitar o esforço ou até perder tudo o que foi conquistado. A concentração leva sua corrida a um outro nível, onde a consciência corporal estará mais apurada. A tendência é obter melhor desempenho, pois o corpo trabalha de forma mais eficiente, respeitando seus limites. Preste atenção em cada movimento dos músuculos, respiração, batimentos cardíacos. Corrija e aprimore para adquirir um pleno conhecimento de seu corpo. 4. Envolva-se O envolvimento com a corrida vem naturalmente. Em todos estes anos como treinador, encontrei corredores que, após passar por um início difícil, hoje correm por prazer. No meu caso, sem esse entusiasmo, com certeza, não correria até hoje. Ela é a terapia diária que me impulsiona. Correr invadiu meu corpo. Vejo também que a dedicação das pessoas nos treinamentos desenvolve também capacidade para planejar e organizar a vida profissional e pessoal. Elas percebem que não há nada mais motivador do que alcançar cada uma das metas traçadas inicialmente. Dessa maneira, o envolvimento com a corria abrange também outros momentos da vida. Com a rotina mais organizada e com treinos bem distribuídos durante a semana, a possibilidade de faltar ou desistir do programa de exercícios físicos será menor. 5. Seja consistente e perseverante Consistência e perseverança não vão deixar você faltar ou abandonar um treino ou mesmo uma prova em que passe por dificuldades. Lute contra o desânimo. Não se sinta culpado caso tenha que faltar a algum treino, pois esse sentimento tornar mais difícil sua volta. Para estudiosos, desanimar pe normal e apenas uma parte previsível de um ciclo. Pense no progresso que consquistou e que seu organismo está passando por mudanças positivas. Uma dica para não desistir é sempre treinar nos mesmos dias e horários, pois a rotina se tornar um hábito. 6. Oriente-se Você precisa ter informações para que atinja seus objetivos de maneira segura e prazerosa. Um profissional de educação física ou um grupo de corrida pode orientá-lo a realizar os exames médicos necessários além de tornar sua corrida mais veloz e seu corpo com músculos fortes, com menos gordura e mais resistentes às lesões. Mas não deixe de ler sobre o assunto, especielmente, se prefere correr sozinho. E tenha certeza de que os motivos acima estejam sempre presentes e as fontes de informações tenham credibilidade e embasamento científico. 7. Divirta-se Diversão é o ingrediente que não pode faltar jamais. Sua corrida sempre será com prazer e trará as melhores sensações antes, durante e após o exercício. Você pode atingir um estágio em que sente pernas e músculos fluindo sem qualquer esforço e seu corpo e mente capazes de correr para sempre, um estado de espírito privilegiado chamado zona alfa. Nela, seu organismo atinge equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio. Assim, será possível vencer momentos de desmotivação, lesões e conquistar as metas constantemente propostas. São esses os motivos que me levam a calçar um par de tênis e correr com prazer até hoje. Cada um tem os seus e é importante colocá-los em ordem e em prática para se tornar um corredor de sucesso. Há também outras razões para correr e espero ter dado uma ideia dos aspectos que considero importantes. O início do ano é uma boa época para reflexão e de definição de metas. Um bom começo é sair um pouco para espairecer a mente e mexer as pernas, que tal? Terminada minha corrida, escolhi meus objetivos e quem sabe eu conto em nosso próximo encontro? Bons treinos.
"Corredor de Sucesso"
Corredor de sucesso – por Aulus Sellmer Sempre corro sozinho no parque e, desta vez, me deparei com milhões de pensamentos em mente sobre o assunto que traria para vocês nesta coluna. No meio da tempestade de ideias surgiu uma pergunta para mim e que chamou atenção: Por que ainda treino corrida nos últimos 45 anos da minha vida? A resposta não é simples, pois são vários os motivos que me levam a sempre ter vontade de calçar um tênis e sair correndo por aí, seja para manter a forma ou encarar o desafio de preparar para uma prova. Nesse turbilhão de pensamentos durante aquela corrida no parque, além da pergunta, vieram sete respostas ou motivos que vão te ajudar a ser um corredor de sucesso. 1. Estabeleça metas Precisamos delas para vencer desafios e nos manter motivados. Tenha cuidado, seja claro em suas propostas levando em consideração seus limites: não exagere com objetivos inatingíveis. Alcançar metas não é buscar a perfeição a todo custo. Muitas vezes a condição ideal que temos ainda está distante da que projetamos, mas é o melhor que temos no momento. Com o tempo, a mente tira qualquer dúvida a respeito de seu potencial e da capacidade de superação. 2. Acredite Esse processo de conquista de objetivos irá gerar confiança, segurança e condições para que arrisque cada vez mais. A auto-confiança é fundamental na vida e na corrida é crucial. Através dela teremos coragem para enfrentar um treino de tiros, um longo que parecia impossível ou a prova dos sonhos. Você acaba por criar um clima de pensamentos positivos que empurram ainda mais para frente. Sua auto-estima estará elevada, tendo consciência e apreço sobre quem você é, encarando com naturalidade seus próprios defeitos e qualidades. 3. Concentre-se Para tirar o melhor de seus treinos, a palavra de ordem é concentração. Assim, as metas estipuladas por você terão planejamento, dedicação e sacrifício. Muitos corredores iniciantes começam com alto nível de motivação, mas com o decorrer das semanas perdem o foco. Isso custa caro e significa não aproveitar o esforço ou até perder tudo o que foi conquistado. A concentração leva sua corrida a um outro nível, onde a consciência corporal estará mais apurada. A tendência é obter melhor desempenho, pois o corpo trabalha de forma mais eficiente, respeitando seus limites. Preste atenção em cada movimento dos músuculos, respiração, batimentos cardíacos. Corrija e aprimore para adquirir um pleno conhecimento de seu corpo. 4. Envolva-se O envolvimento com a corrida vem naturalmente. Em todos estes anos como treinador, encontrei corredores que, após passar por um início difícil, hoje correm por prazer. No meu caso, sem esse entusiasmo, com certeza, não correria até hoje. Ela é a terapia diária que me impulsiona. Correr invadiu meu corpo. Vejo também que a dedicação das pessoas nos treinamentos desenvolve também capacidade para planejar e organizar a vida profissional e pessoal. Elas percebem que não há nada mais motivador do que alcançar cada uma das metas traçadas inicialmente. Dessa maneira, o envolvimento com a corria abrange também outros momentos da vida. Com a rotina mais organizada e com treinos bem distribuídos durante a semana, a possibilidade de faltar ou desistir do programa de exercícios físicos será menor. 5. Seja consistente e perseverante Consistência e perseverança não vão deixar você faltar ou abandonar um treino ou mesmo uma prova em que passe por dificuldades. Lute contra o desânimo. Não se sinta culpado caso tenha que faltar a algum treino, pois esse sentimento tornar mais difícil sua volta. Para estudiosos, desanimar pe normal e apenas uma parte previsível de um ciclo. Pense no progresso que consquistou e que seu organismo está passando por mudanças positivas. Uma dica para não desistir é sempre treinar nos mesmos dias e horários, pois a rotina se tornar um hábito. 6. Oriente-se Você precisa ter informações para que atinja seus objetivos de maneira segura e prazerosa. Um profissional de educação física ou um grupo de corrida pode orientá-lo a realizar os exames médicos necessários além de tornar sua corrida mais veloz e seu corpo com músculos fortes, com menos gordura e mais resistentes às lesões. Mas não deixe de ler sobre o assunto, especielmente, se prefere correr sozinho. E tenha certeza de que os motivos acima estejam sempre presentes e as fontes de informações tenham credibilidade e embasamento científico. 7. Divirta-se Diversão é o ingrediente que não pode faltar jamais. Sua corrida sempre será com prazer e trará as melhores sensações antes, durante e após o exercício. Você pode atingir um estágio em que sente pernas e músculos fluindo sem qualquer esforço e seu corpo e mente capazes de correr para sempre, um estado de espírito privilegiado chamado zona alfa. Nela, seu organismo atinge equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio. Assim, será possível vencer momentos de desmotivação, lesões e conquistar as metas constantemente propostas. São esses os motivos que me levam a calçar um par de tênis e correr com prazer até hoje. Cada um tem os seus e é importante colocá-los em ordem e em prática para se tornar um corredor de sucesso. Há também outras razões para correr e espero ter dado uma ideia dos aspectos que considero importantes. O início do ano é uma boa época para reflexão e de definição de metas. Um bom começo é sair um pouco para espairecer a mente e mexer as pernas, que tal? Terminada minha corrida, escolhi meus objetivos e quem sabe eu conto em nosso próximo encontro? Bons treinos.
12/12/2023 - Aulus Sellmer
"Equilíbrio"
Mais um ano passou voando - ou correndo. Nesta última coluna de 2023 vou esmiuçar uma questão que parece simples, porém uma maratonista de Cuiabá, Mato Grosso, tornou-a mais complexa. Será que, nós corredores de rua, devemos optar sempre pelo asfalto? Devido ao calor intenso em Cuiabá, essa maratonista realiza todos os seus treinos na esteira. Pode acreditar. Longos com mais de 34 km ou quase 4 horas de treino na esteira. Fiquei impressionado com sua disposição e determinação, pois para mim e muitos corredores seria impossível ficar tanto tempo em cima da esteira para completar uma programação de treinos para uma maratona. Nós corredores de rua temos um certo receio da esteira, evitando-a ao máximo. Até mesmo um dia de calor ou de chuva não são suficientes para optarmos pela máquina. Calçamos nosso bom e novo tênis e partimos para o treino. Porém, entre uma engrenagem e outra a esteira guarda seus benefícios. Para os iniciantes, a esteira proporciona um ambiente seguro e controlado bem como para quem está voltando aos treinos após uma lesão ou ganho exagerado de peso. Geralmente, ela oferece menos impacto do que na rua, diminuindo o risco de lesão, determina um ritmo certo para cada distância e, principalmente, a segurança para se manter nele. Com isso, a esteira desenvolve noção de ritmo e estimula o corredor a sincronizar braços e pernas distribuindo as passadas de maneira uniforme até uma determinada velocidade. Outra vantagem importante é que na esteira fica mais fácil corrigir erros de postura através de um espelho. Para corredores mais experientes, parece até bobo, mas de tempos em tempos é importante rever seus movimentos. Algum tipo de dor que esteja sentindo pode ser resolvido simplesmente ajustando algum dos seus movimentos. Para quem prefere a rua, mas às vezes correr na esteira é inevitável, incliná-la em 1% ou 2% praticamente aproximam os dois cenários do ponto de vista de gasto calórico. Na rua precisamos empurrar o chão para vencer a inércia e a resistência do ar e mover o nosso corpo à frente, enquanto na esteira a máquina move-se sob os nossos pés, e tudo o que temos que fazer é nos manter em seu centro. Com isso, a intensidade e a aplicação de força são maiores na rua do que na esteira. Esse “truque” da inclinação minimiza essa diferença, como também ter um ventilador na frente dela. Mas, claro, há pontos de atenção ao se treinar na esteira. Devemos levar em consideração a eficiência mecânica, pois vários estudos demonstram a relação entre o grau de economia de energia e a velocidade. Ou seja, quanto maior a velocidade que você corre em uma esteira menos eficiente sua corrida será. Além disso, a manutenção da sua postura e o nível de força aplicada em cada passada são fatores importantes para garantir que você permaneça eficiente até os instantes finais de seu treino. Em números, a diferença entre uma corrida eficaz e não eficaz varia de corredor para corredor. Ao percorrer uma distância de 5 km em velocidade mais confortáveis é maior a probabilidade de concluir um treino eficiente. Portanto, em velocidades maiores, na mesma distância de 5 km, seu corpo irá desperdiçar mais energia. Pois além de correr rápido temos que nos concentrar para não cair da esteira. Como podemos ver, o tempo em que se completa a mesma distância não é fator determinante em termos de eficácia. O caso da maratonista de Cuiabá é uma exceção. Ela consegue manter sua programação de treinos na esteira, extraindo seus benefícios, além de ter uma determinação fora do comum. Porém, ainda assim, minha recomendação é realizar os treinos mais longos na rua. O treino também é evitar um buraco, lidar com curvas, com as intempéries climáticas, reconhecer os sons, perceber as pessoas e também a diferença de performances entre correr na esteira e na rua. Enfim, como sempre digo, devemos sempre buscar um equilíbrio e a corrida, com certeza, é uma ótima caminho para essa descoberta. Para os amantes do asfalto, reconsidere o uso da esteira. Da mesma maneira, aos que preferem a esteira, que tal se aventurar em praças, parques e provas de rua? Fica a sugestão para 2024. Um feliz Ano Novo para todos os leitores, que tem a corrida como um grande aliado.
"Equilíbrio"
Mais um ano passou voando - ou correndo. Nesta última coluna de 2023 vou esmiuçar uma questão que parece simples, porém uma maratonista de Cuiabá, Mato Grosso, tornou-a mais complexa. Será que, nós corredores de rua, devemos optar sempre pelo asfalto? Devido ao calor intenso em Cuiabá, essa maratonista realiza todos os seus treinos na esteira. Pode acreditar. Longos com mais de 34 km ou quase 4 horas de treino na esteira. Fiquei impressionado com sua disposição e determinação, pois para mim e muitos corredores seria impossível ficar tanto tempo em cima da esteira para completar uma programação de treinos para uma maratona. Nós corredores de rua temos um certo receio da esteira, evitando-a ao máximo. Até mesmo um dia de calor ou de chuva não são suficientes para optarmos pela máquina. Calçamos nosso bom e novo tênis e partimos para o treino. Porém, entre uma engrenagem e outra a esteira guarda seus benefícios. Para os iniciantes, a esteira proporciona um ambiente seguro e controlado bem como para quem está voltando aos treinos após uma lesão ou ganho exagerado de peso. Geralmente, ela oferece menos impacto do que na rua, diminuindo o risco de lesão, determina um ritmo certo para cada distância e, principalmente, a segurança para se manter nele. Com isso, a esteira desenvolve noção de ritmo e estimula o corredor a sincronizar braços e pernas distribuindo as passadas de maneira uniforme até uma determinada velocidade. Outra vantagem importante é que na esteira fica mais fácil corrigir erros de postura através de um espelho. Para corredores mais experientes, parece até bobo, mas de tempos em tempos é importante rever seus movimentos. Algum tipo de dor que esteja sentindo pode ser resolvido simplesmente ajustando algum dos seus movimentos. Para quem prefere a rua, mas às vezes correr na esteira é inevitável, incliná-la em 1% ou 2% praticamente aproximam os dois cenários do ponto de vista de gasto calórico. Na rua precisamos empurrar o chão para vencer a inércia e a resistência do ar e mover o nosso corpo à frente, enquanto na esteira a máquina move-se sob os nossos pés, e tudo o que temos que fazer é nos manter em seu centro. Com isso, a intensidade e a aplicação de força são maiores na rua do que na esteira. Esse “truque” da inclinação minimiza essa diferença, como também ter um ventilador na frente dela. Mas, claro, há pontos de atenção ao se treinar na esteira. Devemos levar em consideração a eficiência mecânica, pois vários estudos demonstram a relação entre o grau de economia de energia e a velocidade. Ou seja, quanto maior a velocidade que você corre em uma esteira menos eficiente sua corrida será. Além disso, a manutenção da sua postura e o nível de força aplicada em cada passada são fatores importantes para garantir que você permaneça eficiente até os instantes finais de seu treino. Em números, a diferença entre uma corrida eficaz e não eficaz varia de corredor para corredor. Ao percorrer uma distância de 5 km em velocidade mais confortáveis é maior a probabilidade de concluir um treino eficiente. Portanto, em velocidades maiores, na mesma distância de 5 km, seu corpo irá desperdiçar mais energia. Pois além de correr rápido temos que nos concentrar para não cair da esteira. Como podemos ver, o tempo em que se completa a mesma distância não é fator determinante em termos de eficácia. O caso da maratonista de Cuiabá é uma exceção. Ela consegue manter sua programação de treinos na esteira, extraindo seus benefícios, além de ter uma determinação fora do comum. Porém, ainda assim, minha recomendação é realizar os treinos mais longos na rua. O treino também é evitar um buraco, lidar com curvas, com as intempéries climáticas, reconhecer os sons, perceber as pessoas e também a diferença de performances entre correr na esteira e na rua. Enfim, como sempre digo, devemos sempre buscar um equilíbrio e a corrida, com certeza, é uma ótima caminho para essa descoberta. Para os amantes do asfalto, reconsidere o uso da esteira. Da mesma maneira, aos que preferem a esteira, que tal se aventurar em praças, parques e provas de rua? Fica a sugestão para 2024. Um feliz Ano Novo para todos os leitores, que tem a corrida como um grande aliado.
10/11/2023 - Aulus Sellmer
"Paciência'
Paciência por Aulus Sellmer “Por que tanta pressa?”. Essa é a pergunta campeã de audiência que faço, nos últimos anos, para vários corredores. A intenção da questão é levar iniciantes a pensar nas consequências de enfrentar uma meia ou maratona a curto prazo e de avançados a diminuir o número de provas. Dentro dos meus princípios, antes da maratona qualquer iniciante deve ter paciência e passar por um ou dois anos de treinos. Ainda assim, como pré-requisito, mulheres devem completar 10k em 70 minutos e homens em 60 minutos. Só então começar treino específico para os 42,195k que dura de 6 a 8 meses. Ao todo, esse processo levará cerca de 18 a 24 meses. Já os corredores experientes devem refletir se vale a pena por em risco sua saúde ao correr mais de uma maratona por ano, além de outras distâncias. Não é só correr por correr, acredito que encontramos qualidade de vida nos treinos e nas competições. Por isso, é importante ter consciência de como nos relacionamos e sentimos em todo o processo para estar bem preparado e curtir os 42km ou 21km. Com isso em mente, correrá a meia ou maratona sem ter problemas e continuará motivado para novos desafios. Completar essa distância não é tão simples e envolve série de variáveis que devem ser respeitadas para minimizar erros mais comuns. Gostaria de abordar alguns deles. Evite - Milagre: Em várias revistas já encontrei sugestões de programas para maratonas que duram de 4 a 6 meses, mesmo para iniciantes. Sou totalmente contra. Pode ser possível completá-la, mas o preço a pagar custa caro. As chances de prejudicar o organismo com lesões aumentam exponencialmente. Quando isso ocorre, é normal ficar parado por meses após a prova ou até mesmo desistir de correr para sempre - Tempo: Não concordo com corredores que fazem tempo superior a 5 horas. Isso corresponde a um ritmo de mais de 7 minutos por quilômetro. É praticamente um trote ou uma caminhada rápida. Além disso, a eficiência mecânica praticamente não existe, acelerando fadiga precoce e lesões. Sei bem a felicidade de cruzar a linha de chegada em uma maratona, mas depois de 5 horas a prova parece mais um campo de guerra. - Viagens: São ótimas, mas cuidado para não torná-la uma armadilha. O corredor percebe que não está bem treinado, mas é difícil desmarcar, pois já comprou passagem, reservou hotel, pagou inscrição e comunicou amigos e familiares de sua participação na prova. Se for uma maratona internacional, ainda existe também a maratona de compras, antes da prova, uma tragédia. - 10K para treinar: Não me convence o papo de correr provas de 10k para treinar no final de uma programação para maratonas. Mesmo sendo prova de resistência, nos 10km existe um componente de velocidade que põe a perder o que já foi conquistado na programação dos 42k. Prefiro que se corra uma ou duas meias maratonas para se adaptar gradativamente à distância e adquirir noção de ritmo, antes de sua primeira maratona ou até mesmo para iniciantes. Avançados, cuidado! Corredores experientes também devem ficar atentos. Se possuem rotina pesada de treinamentos e provas em excesso, cuidado com o burnout, palavra que no meio esportivo significa um esgotamento psicológico e físico. As consequências são alterações no estado emocional e fisiológico. Repare nos batimentos cardíacos, excesso de suor e disfunções digestivas. Uma das principais formas de perceber o burnout é analisar se uma atividade, que antes gerava satisfação e prazer, hoje gera sentimentos opostos ou excessivo cansaço. Se isso ocorre, reorganize o programa e reflita se vale a pena tantas maratonas em curto espaço de tempo. Como escolher? Além de se acostumar com distância e ritmo, optar por uma ou duas meias maratonas antes dos 42k é ideal. Terá mais argumentos na escolha da maratona que se encaixa melhor com seu perfil, pois há muitos fatores a serem considerados como, por exemplo, época do ano, clima, altimetria e tempo para treinar, entre outros. Conversar com seu treinador, a pessoa que melhor conhece suas aptidões físicas, também é aconselhável. E após escolhida a prova, ele irá adaptar a planilha para que seu desempenho máximo coincida com a data da competição. Portanto, tenha paciência. Correr maratona deve ser prazeroso antes, durante e depois. Não faça dela uma batalha.
"Paciência'
Paciência por Aulus Sellmer “Por que tanta pressa?”. Essa é a pergunta campeã de audiência que faço, nos últimos anos, para vários corredores. A intenção da questão é levar iniciantes a pensar nas consequências de enfrentar uma meia ou maratona a curto prazo e de avançados a diminuir o número de provas. Dentro dos meus princípios, antes da maratona qualquer iniciante deve ter paciência e passar por um ou dois anos de treinos. Ainda assim, como pré-requisito, mulheres devem completar 10k em 70 minutos e homens em 60 minutos. Só então começar treino específico para os 42,195k que dura de 6 a 8 meses. Ao todo, esse processo levará cerca de 18 a 24 meses. Já os corredores experientes devem refletir se vale a pena por em risco sua saúde ao correr mais de uma maratona por ano, além de outras distâncias. Não é só correr por correr, acredito que encontramos qualidade de vida nos treinos e nas competições. Por isso, é importante ter consciência de como nos relacionamos e sentimos em todo o processo para estar bem preparado e curtir os 42km ou 21km. Com isso em mente, correrá a meia ou maratona sem ter problemas e continuará motivado para novos desafios. Completar essa distância não é tão simples e envolve série de variáveis que devem ser respeitadas para minimizar erros mais comuns. Gostaria de abordar alguns deles. Evite - Milagre: Em várias revistas já encontrei sugestões de programas para maratonas que duram de 4 a 6 meses, mesmo para iniciantes. Sou totalmente contra. Pode ser possível completá-la, mas o preço a pagar custa caro. As chances de prejudicar o organismo com lesões aumentam exponencialmente. Quando isso ocorre, é normal ficar parado por meses após a prova ou até mesmo desistir de correr para sempre - Tempo: Não concordo com corredores que fazem tempo superior a 5 horas. Isso corresponde a um ritmo de mais de 7 minutos por quilômetro. É praticamente um trote ou uma caminhada rápida. Além disso, a eficiência mecânica praticamente não existe, acelerando fadiga precoce e lesões. Sei bem a felicidade de cruzar a linha de chegada em uma maratona, mas depois de 5 horas a prova parece mais um campo de guerra. - Viagens: São ótimas, mas cuidado para não torná-la uma armadilha. O corredor percebe que não está bem treinado, mas é difícil desmarcar, pois já comprou passagem, reservou hotel, pagou inscrição e comunicou amigos e familiares de sua participação na prova. Se for uma maratona internacional, ainda existe também a maratona de compras, antes da prova, uma tragédia. - 10K para treinar: Não me convence o papo de correr provas de 10k para treinar no final de uma programação para maratonas. Mesmo sendo prova de resistência, nos 10km existe um componente de velocidade que põe a perder o que já foi conquistado na programação dos 42k. Prefiro que se corra uma ou duas meias maratonas para se adaptar gradativamente à distância e adquirir noção de ritmo, antes de sua primeira maratona ou até mesmo para iniciantes. Avançados, cuidado! Corredores experientes também devem ficar atentos. Se possuem rotina pesada de treinamentos e provas em excesso, cuidado com o burnout, palavra que no meio esportivo significa um esgotamento psicológico e físico. As consequências são alterações no estado emocional e fisiológico. Repare nos batimentos cardíacos, excesso de suor e disfunções digestivas. Uma das principais formas de perceber o burnout é analisar se uma atividade, que antes gerava satisfação e prazer, hoje gera sentimentos opostos ou excessivo cansaço. Se isso ocorre, reorganize o programa e reflita se vale a pena tantas maratonas em curto espaço de tempo. Como escolher? Além de se acostumar com distância e ritmo, optar por uma ou duas meias maratonas antes dos 42k é ideal. Terá mais argumentos na escolha da maratona que se encaixa melhor com seu perfil, pois há muitos fatores a serem considerados como, por exemplo, época do ano, clima, altimetria e tempo para treinar, entre outros. Conversar com seu treinador, a pessoa que melhor conhece suas aptidões físicas, também é aconselhável. E após escolhida a prova, ele irá adaptar a planilha para que seu desempenho máximo coincida com a data da competição. Portanto, tenha paciência. Correr maratona deve ser prazeroso antes, durante e depois. Não faça dela uma batalha.
15/10/2023 - Aulus Sellmer
"Corrida com ou sem Música"
Corrida com ou sem Música? Por Aulus Sellmer A resposta para essa questão é direta e muito particular. Inclusive, você leitor já deve ter respondido. A reflexão se torna ainda mais interessante quando desmembramos suas variáveis. Você, corredor que respondeu “Corrida com música, sempre”, chegará naturalmente à outra pergunta: “Mas se eu correr sem música, melhora meu desempenho?”. Estudos apontam que não utilizar os fones de ouvido, aproxima as pessoas dos sons produzidos pelo ato de correr, como respiração, batimentos cardíacos, tensão muscular, impacto das passadas. Essas são informações preciosas, pois fornecem feedback imediato sobre seu esforço. Geralmente, pessoas que optam pela opção “sem música” tem a performance nos treinos e competições como prioridade. Retornando rápido aos questionamentos iniciais, do outro lado, temos a corrente de quem prefere “Corrida com Música”. Logo, o que aconteceria “se eu correr com música? Melhora meu desempenho?”. Estudos que defendem o uso de fones de ouvido colocam a música como um “anestésico”, isto é, a corrida parece mais fácil, reduzindo a percepção de intensidade do exercício em cerca de 10%. Um estímulo externo como a música é capaz de literalmente bloquear alguns dos estímulos internos que tentam chegar ao cérebro, como mensagens sobre fadiga enviadas por músculos e órgãos do nosso corpo. Quando essas mensagens são bloqueadas, a percepção de esforço do corredor é reduzida e você tem a sensação de que pode correr mais rápido e por mais tempo. Por isso, a música pode ajudar no desempenho, já que trabalha na questão emocional do corredor. A música também eleva seu humor, como entusiasmo e felicidade, enquanto reduz aspectos negativos como tensão, cansaço e confusão. Desta forma ela poderá ajudar no desempenho, trabalhando a questão emocional do corredor. A saber: Só existe uma situação em que a música não exerce nenhuma influência. Em níveis extremos de esforço o organismo trabalha somente com estímulos internos. Nesta situação, que geralmente é a partir de seu limiar anaeróbio (acima da sua intensidade moderada) correr com música não é recomendado. Em minha opinião, depois de toda essa investigação, os benefícios da música tendem a se manifestar em corridas de intensidades leves e moderadas. Minha sugestão é contar com ela em seus dias de treino mais leves, caso precise de um estímulo. No meu caso, sinceramente, sem música, tenho grandes chances de abortar a corrida. Nessas ocasiões, a intensidade não é maior que 60% do meu máximo, uma intensidade que não prejudica meu nível de atenção com o mundo exterior. Já para intensidades médias e fortes, sua atenção precisa ser redobrada e a música pode atrapalhar. Ainda mais se for uma corrida na rua, onde os carros transitam livremente o que não aconselho de forma alguma. Opte em correr com música em parques, na praia ou em locais que o risco de acidentes seja praticamente zero. Outra situação que não recomendo correr com música e quando estiver correndo com um grupo. Aí é uma questão de educação, pois nada melhor que jogar conversa fora em uma corrida leve com seu grupo de amizade. Outra situação que correr com música não é a melhor atitude seria em uma prova de corrida, além de tirar a sua concentração, você pode atrapalhar concorrentes, onde o objetivo seria a performance. Pense nisso e Bons treinos!
"Corrida com ou sem Música"
Corrida com ou sem Música? Por Aulus Sellmer A resposta para essa questão é direta e muito particular. Inclusive, você leitor já deve ter respondido. A reflexão se torna ainda mais interessante quando desmembramos suas variáveis. Você, corredor que respondeu “Corrida com música, sempre”, chegará naturalmente à outra pergunta: “Mas se eu correr sem música, melhora meu desempenho?”. Estudos apontam que não utilizar os fones de ouvido, aproxima as pessoas dos sons produzidos pelo ato de correr, como respiração, batimentos cardíacos, tensão muscular, impacto das passadas. Essas são informações preciosas, pois fornecem feedback imediato sobre seu esforço. Geralmente, pessoas que optam pela opção “sem música” tem a performance nos treinos e competições como prioridade. Retornando rápido aos questionamentos iniciais, do outro lado, temos a corrente de quem prefere “Corrida com Música”. Logo, o que aconteceria “se eu correr com música? Melhora meu desempenho?”. Estudos que defendem o uso de fones de ouvido colocam a música como um “anestésico”, isto é, a corrida parece mais fácil, reduzindo a percepção de intensidade do exercício em cerca de 10%. Um estímulo externo como a música é capaz de literalmente bloquear alguns dos estímulos internos que tentam chegar ao cérebro, como mensagens sobre fadiga enviadas por músculos e órgãos do nosso corpo. Quando essas mensagens são bloqueadas, a percepção de esforço do corredor é reduzida e você tem a sensação de que pode correr mais rápido e por mais tempo. Por isso, a música pode ajudar no desempenho, já que trabalha na questão emocional do corredor. A música também eleva seu humor, como entusiasmo e felicidade, enquanto reduz aspectos negativos como tensão, cansaço e confusão. Desta forma ela poderá ajudar no desempenho, trabalhando a questão emocional do corredor. A saber: Só existe uma situação em que a música não exerce nenhuma influência. Em níveis extremos de esforço o organismo trabalha somente com estímulos internos. Nesta situação, que geralmente é a partir de seu limiar anaeróbio (acima da sua intensidade moderada) correr com música não é recomendado. Em minha opinião, depois de toda essa investigação, os benefícios da música tendem a se manifestar em corridas de intensidades leves e moderadas. Minha sugestão é contar com ela em seus dias de treino mais leves, caso precise de um estímulo. No meu caso, sinceramente, sem música, tenho grandes chances de abortar a corrida. Nessas ocasiões, a intensidade não é maior que 60% do meu máximo, uma intensidade que não prejudica meu nível de atenção com o mundo exterior. Já para intensidades médias e fortes, sua atenção precisa ser redobrada e a música pode atrapalhar. Ainda mais se for uma corrida na rua, onde os carros transitam livremente o que não aconselho de forma alguma. Opte em correr com música em parques, na praia ou em locais que o risco de acidentes seja praticamente zero. Outra situação que não recomendo correr com música e quando estiver correndo com um grupo. Aí é uma questão de educação, pois nada melhor que jogar conversa fora em uma corrida leve com seu grupo de amizade. Outra situação que correr com música não é a melhor atitude seria em uma prova de corrida, além de tirar a sua concentração, você pode atrapalhar concorrentes, onde o objetivo seria a performance. Pense nisso e Bons treinos!
06/09/2023 - Aulus Sellmer
"Quase descalço" - tênis minimalista
Quase Descalço – tênis minimalista por Aulus Sellmer Neste mês resolvi escrever sobre um assunto que a cada dia que passa desperta minha curiosidade: Os novos modelos das grandes marcas que simulam a corrida com pés descalços. Quando surgiram não fui muito a favor ainda mais porque havia me recuperado de uma contusão, a fascite plantar que impede até de andar direito. O tempo passou e ganhei de presente um desses modelos. Antes de testá-lo, estudei mais sobre toda a tecnologia e descobri por que deveríamos voltar ao nosso passado distante e tentar simular o nosso andar descalço. Depois de muita resistência comecei um teste, porém diferente de calçar o tênis e sair correndo por aí. O processo foi gradativo, aumentando o volume e a freqüência com que deveria utilizar esse tênis até chegar a uma meia maratona, que aconteceu no mês passado em São Paulo. Não sei se todos sabem, mas esses modelos são divididos numa escala de zero a 10 ou dependendo da marca esportiva esta escala também é estabelecida. Zero corresponde ao andar totalmente descalço e 10 aos tradicionais modelos de calçados. Comecei pelo nível 7 com caminhadas aos fins de semana na praia. Depois de algumas dores iniciais, elas foram diminuindo dia após dia e percebi que ao andar ou correr fortaleci a região intrínseca do pé, responsável por realizar diversos movimentos que distribuem o impacto durante as pisadas. Estar sempre calçado faz com que essa musculatura fique fraca e frágil e a proposta desses modelos é justamente fortalecê-la. Um detalhe fundamental nesse processo é ter bom senso e sensibilidade. É preciso controlar o ímpeto de sair correndo e uma adaptação é necessária. Iniciei com as corridas leves e curtas durante a semana e quando estava na praia, andava na areia descalço para promover ainda mais o fortalecimento dos pés às exigências provocadas pelo contato direto com o solo. Após algumas semanas acredite já estava pronto para arriscar o primeiro longo com o tênis que achei que iria me lesionar para sempre. Fui percebendo que a minha corrida não era mais a mesma, pois o tênis exigia um trabalho de toda a musculatura do meu pé, pernas e coxas e isso estava me ajudando em minha programação dos treinos. Quando percebi, estava utilizando o tênis o dia todo, pois o conforto era enorme e não queria mais tirar do pé nem para compromissos sociais - vale ressaltar que em treinos mais puxados utilizo os modelos tradicionais de corrida. A maior luta entre os fabricantes de tênis para corrida sempre foi oferecer no mercado um tênis que apresentasse estabilidade, leveza e amortecimento. Muito amortecimento significa mais peso, assim como leveza implica muitas vezes em eliminar materiais, resultando em perda de estabilidade. Graças a esses modelos a tecnologia permite proporcionar essas 3 características, sendo possível ser viável até do ponto de vista econômico, pois são mais baratos que os tradicionais. Não pensem que irei abandonar meu par de tênis neutro, mas daqui para frente vou realizar um rodízio dos modelos e quem sabe um dia calçarei o último modelo da escala que é o nível 3. Mais uma lição aprendida e uma meia maratona completada sem sombra daquela antiga contusão. Outro detalhe importante seria para os corredores acima do peso que precisam ser bem mais cautelosos em todo este processo. Vale a pena tentar. Bons treinos!
"Quase descalço" - tênis minimalista
Quase Descalço – tênis minimalista por Aulus Sellmer Neste mês resolvi escrever sobre um assunto que a cada dia que passa desperta minha curiosidade: Os novos modelos das grandes marcas que simulam a corrida com pés descalços. Quando surgiram não fui muito a favor ainda mais porque havia me recuperado de uma contusão, a fascite plantar que impede até de andar direito. O tempo passou e ganhei de presente um desses modelos. Antes de testá-lo, estudei mais sobre toda a tecnologia e descobri por que deveríamos voltar ao nosso passado distante e tentar simular o nosso andar descalço. Depois de muita resistência comecei um teste, porém diferente de calçar o tênis e sair correndo por aí. O processo foi gradativo, aumentando o volume e a freqüência com que deveria utilizar esse tênis até chegar a uma meia maratona, que aconteceu no mês passado em São Paulo. Não sei se todos sabem, mas esses modelos são divididos numa escala de zero a 10 ou dependendo da marca esportiva esta escala também é estabelecida. Zero corresponde ao andar totalmente descalço e 10 aos tradicionais modelos de calçados. Comecei pelo nível 7 com caminhadas aos fins de semana na praia. Depois de algumas dores iniciais, elas foram diminuindo dia após dia e percebi que ao andar ou correr fortaleci a região intrínseca do pé, responsável por realizar diversos movimentos que distribuem o impacto durante as pisadas. Estar sempre calçado faz com que essa musculatura fique fraca e frágil e a proposta desses modelos é justamente fortalecê-la. Um detalhe fundamental nesse processo é ter bom senso e sensibilidade. É preciso controlar o ímpeto de sair correndo e uma adaptação é necessária. Iniciei com as corridas leves e curtas durante a semana e quando estava na praia, andava na areia descalço para promover ainda mais o fortalecimento dos pés às exigências provocadas pelo contato direto com o solo. Após algumas semanas acredite já estava pronto para arriscar o primeiro longo com o tênis que achei que iria me lesionar para sempre. Fui percebendo que a minha corrida não era mais a mesma, pois o tênis exigia um trabalho de toda a musculatura do meu pé, pernas e coxas e isso estava me ajudando em minha programação dos treinos. Quando percebi, estava utilizando o tênis o dia todo, pois o conforto era enorme e não queria mais tirar do pé nem para compromissos sociais - vale ressaltar que em treinos mais puxados utilizo os modelos tradicionais de corrida. A maior luta entre os fabricantes de tênis para corrida sempre foi oferecer no mercado um tênis que apresentasse estabilidade, leveza e amortecimento. Muito amortecimento significa mais peso, assim como leveza implica muitas vezes em eliminar materiais, resultando em perda de estabilidade. Graças a esses modelos a tecnologia permite proporcionar essas 3 características, sendo possível ser viável até do ponto de vista econômico, pois são mais baratos que os tradicionais. Não pensem que irei abandonar meu par de tênis neutro, mas daqui para frente vou realizar um rodízio dos modelos e quem sabe um dia calçarei o último modelo da escala que é o nível 3. Mais uma lição aprendida e uma meia maratona completada sem sombra daquela antiga contusão. Outro detalhe importante seria para os corredores acima do peso que precisam ser bem mais cautelosos em todo este processo. Vale a pena tentar. Bons treinos!
09/08/2023 - Aulus Sellmer
"Dor e prazer combinam em uma maratona?"
Dor e prazer combinam em uma maratona? Por Aulus Sellmer Mais uma maratona ou a sua primeira experiência em uma prova de 42,195km pela frente. Este é o desafio de muitos corredores que depois de correr provas menores resolvem obter o título de maratonista. Minha missão nesta matéria foi conversar com vários maratonistas (iniciantes e intermediários) para investigar a relação entre a dor e o prazer destes atletas que têm este esporte como estilo de vida e não desistem com tanta facilidade das adversidades, enfrentando desafios que seres normais nem pensam em encarar. Antes de ir a fundo à dor e no prazer, acho importante definir o significado desta corrida que desafia milhares de corredores mundo afora, onde atletas devem ter autonomia, resistência física e mental. O desafio de superar os limites do corpo e da mente está presente colocando atletas frente a frente com obstáculos do próprio ser humano. O principal desafio é vencer o próprio cansaço, seus medos, sua disponibilidade em sempre se motivar e terminar os 42,195km e assim comemorar. Depois da largada, a prova passa a ser um desafio onde o segredo do sucesso depende de uma excelente estratégia com variáveis de difícil controle onde a força de um competidor está no equilíbrio do seu ser, fazendo da maratona uma prova para poucos. Como qualquer exercício físico intenso não há como deixar a dor de lado. Dor pode ser definida como a percepção psicológica de uma agressão física ou química. Essa percepção é considerada uma enorme proteção na evolução do homem. São vários os momentos em que a dor passa a influenciar as decisões de um maratonista, fazendo com que fatores psicológicos fossem responsáveis pelos milhões de pensamentos negativos e positivos na mente de todos os atletas que participam de uma prova como esta. A maioria dos maratonistas associa a melhora do desempenho na prova com a presença da dor. A dor costuma ser uma companheira constante, e você acaba se habituando a conviver com ela ao extremo, ainda que dando menos importância do que deveria. Um fator muito importante é o limiar de dor que varia muito, apesar de ser alto e praticamente impossível de ser determinado. Quanto maior a capacidade se suportar a dor, maior será a chance de sofrer lesões. A dor durante a prova é sinal de que algo está errado e sempre é necessário ficar atento a ela, o que geralmente não acontece. A duração, a intensidade, a localização são fatores que melhoram e pioram a dor e tudo isso deve ser avaliado, não para simplesmente combatê-la, mas para interpretá-la, traduzir o que ela está querendo dizer e assim tomar uma atitude que pode determinar todo o destino do seu desempenho em uma prova como esta. Chegou à vez do prazer. A chave para o prazer é o autoconhecimento e a auto-aceitação. Quando estamos em sintonia com nossa exclusividade, com as nossas peculiaridades e simplesmente manifestamos o que somos, sem medos, bloqueios, moralismos, limitações, vivendo o momento presente, o prazer acontece em situações de vencer etapas da maratona. Nossos hormônios também estão presentes em todo este processo, responsáveis por aquela sensação de bem-estar e prazer. Um fato é verdadeiro. Quanto maior a quantidade de esforço, maior a liberação de endorfina, chegando a um ponto em que é preciso mais exercício para atingir a mesma sensação de bem-estar. Maratonista é um dependente de atividade física, pois seu corpo solicita movimento, seja com dor ou prazer. O caminho para chegar até esse estágio varia de pessoa para pessoa. Um fator que muitos atletas relataram e também você acaba percebendo, e muito interessante, é que ser um maratonista é um grande instrumento para a formação da personalidade, sendo uma modalidade esportiva complexa que exige logística, estratégia e força de vontade, valores de grande importância para a formação de um indivíduo independente, autoconfiante, solidário e principalmente internamente forte, que acredita na própria capacidade de conquista. São com essas pessoas que convivo no meu dia a dia, como responsável pelo treinamento físico. Com certeza a cada maratona, sempre aprendo mais um pouco de como ir atrás de meus objetivos para sempre crescer e estar pronto para a próxima corrida. Para terminar, uma frase que ouço bastante: “A dor é passageira e o prazer é uma história de vida”. Pense nisso e quem sabe a sua primeira maratona ou novas maratonas estejam batendo a sua porta. Bons treinos.
"Dor e prazer combinam em uma maratona?"
Dor e prazer combinam em uma maratona? Por Aulus Sellmer Mais uma maratona ou a sua primeira experiência em uma prova de 42,195km pela frente. Este é o desafio de muitos corredores que depois de correr provas menores resolvem obter o título de maratonista. Minha missão nesta matéria foi conversar com vários maratonistas (iniciantes e intermediários) para investigar a relação entre a dor e o prazer destes atletas que têm este esporte como estilo de vida e não desistem com tanta facilidade das adversidades, enfrentando desafios que seres normais nem pensam em encarar. Antes de ir a fundo à dor e no prazer, acho importante definir o significado desta corrida que desafia milhares de corredores mundo afora, onde atletas devem ter autonomia, resistência física e mental. O desafio de superar os limites do corpo e da mente está presente colocando atletas frente a frente com obstáculos do próprio ser humano. O principal desafio é vencer o próprio cansaço, seus medos, sua disponibilidade em sempre se motivar e terminar os 42,195km e assim comemorar. Depois da largada, a prova passa a ser um desafio onde o segredo do sucesso depende de uma excelente estratégia com variáveis de difícil controle onde a força de um competidor está no equilíbrio do seu ser, fazendo da maratona uma prova para poucos. Como qualquer exercício físico intenso não há como deixar a dor de lado. Dor pode ser definida como a percepção psicológica de uma agressão física ou química. Essa percepção é considerada uma enorme proteção na evolução do homem. São vários os momentos em que a dor passa a influenciar as decisões de um maratonista, fazendo com que fatores psicológicos fossem responsáveis pelos milhões de pensamentos negativos e positivos na mente de todos os atletas que participam de uma prova como esta. A maioria dos maratonistas associa a melhora do desempenho na prova com a presença da dor. A dor costuma ser uma companheira constante, e você acaba se habituando a conviver com ela ao extremo, ainda que dando menos importância do que deveria. Um fator muito importante é o limiar de dor que varia muito, apesar de ser alto e praticamente impossível de ser determinado. Quanto maior a capacidade se suportar a dor, maior será a chance de sofrer lesões. A dor durante a prova é sinal de que algo está errado e sempre é necessário ficar atento a ela, o que geralmente não acontece. A duração, a intensidade, a localização são fatores que melhoram e pioram a dor e tudo isso deve ser avaliado, não para simplesmente combatê-la, mas para interpretá-la, traduzir o que ela está querendo dizer e assim tomar uma atitude que pode determinar todo o destino do seu desempenho em uma prova como esta. Chegou à vez do prazer. A chave para o prazer é o autoconhecimento e a auto-aceitação. Quando estamos em sintonia com nossa exclusividade, com as nossas peculiaridades e simplesmente manifestamos o que somos, sem medos, bloqueios, moralismos, limitações, vivendo o momento presente, o prazer acontece em situações de vencer etapas da maratona. Nossos hormônios também estão presentes em todo este processo, responsáveis por aquela sensação de bem-estar e prazer. Um fato é verdadeiro. Quanto maior a quantidade de esforço, maior a liberação de endorfina, chegando a um ponto em que é preciso mais exercício para atingir a mesma sensação de bem-estar. Maratonista é um dependente de atividade física, pois seu corpo solicita movimento, seja com dor ou prazer. O caminho para chegar até esse estágio varia de pessoa para pessoa. Um fator que muitos atletas relataram e também você acaba percebendo, e muito interessante, é que ser um maratonista é um grande instrumento para a formação da personalidade, sendo uma modalidade esportiva complexa que exige logística, estratégia e força de vontade, valores de grande importância para a formação de um indivíduo independente, autoconfiante, solidário e principalmente internamente forte, que acredita na própria capacidade de conquista. São com essas pessoas que convivo no meu dia a dia, como responsável pelo treinamento físico. Com certeza a cada maratona, sempre aprendo mais um pouco de como ir atrás de meus objetivos para sempre crescer e estar pronto para a próxima corrida. Para terminar, uma frase que ouço bastante: “A dor é passageira e o prazer é uma história de vida”. Pense nisso e quem sabe a sua primeira maratona ou novas maratonas estejam batendo a sua porta. Bons treinos.
11/07/2023 - Aulus Sellmer
"Cuidados para Correr no Frio"
Cuidados para correr no inverno – Aulus Sellmer Mais uma vez o inverno se aproxima e nós corredores sempre cometemos os mesmos erros que podem prejudicar nossos treinos quando realizados em locais abertos como parques, ruas, trilhas etc. Em função destes erros, podemos ter uma série de consequências como interromper o programa de corrida ou até mesmo sofrer algum tipo de lesão que não seria legal, neste período do ano tão gratificante para correr. Vamos começar pela vestimenta. Para que você continue treinando aquecido vale a pena ter em seu guarda roupa um agasalho conhecido como fleece. Ele tem a função de manter seu corpo aquecido não bloqueando a sua transpiração, permitindo que seu corpo respire, proteger do vento frio e principalmente proporcionar conforto térmico. Ele é pouco volumoso, confeccionado de uma forma que cria uma camada de isolamento térmico perfeita para atividades em ambiente outdoor agora no frio. Alguns fatores não podemos esquecer, como a gramatura do tecido que influi diretamente no volume, peso e capacidade de isolamento, do fluxo de ar e transpirabilidade que significam o quanto fechado ou aberto é a trama do tecido. Sempre opte por um modelo leve e bem ventilado que não esquenta quando está treinando, deixando o suor secar e também servindo de abrigo quando termina seu exercício. Treinar no frio sem estar devidamente agasalhado é prejudicial à saúde, pois seu corpo pode apresentar sintomas de hipotermia que é a baixa exagerada da temperatura do corpo. Os sintomas mais comuns são arrepios, pulsação baixa e uma diminuição do estado de alerta da pessoa. Em casos mais severos, os músculos ficam rígidos e podemos perder a consciência. A desidratação faz com que você tenha mais tendência à hipotermia. Em caso de crise, procure um lugar quente, envolva-se em cobertores e beba líquidos mornos. Evite bebidas alcoólicas, pois elas não vão lhe aquecer, ao contrário, provocarão mais perda de calor e líquidos. Treinar sempre com um companheiro também é uma boa dica. Outra dica legal se você quer emagrecer neste inverno está diretamente relacionado com a termogênese do seu organismo que significa aumentar a produção de calor através da corrida ou qualquer outra atividade física em locais abertos e com uma temperatura não tão agradável e assim alterar significativamente o gasto calórico e consequentemente aumentar a queima de gordura, desde que esteja treinado para treinos com duração de mais de uma hora. Por este motivo que não podemos exagerar na quantidade de roupas estando muito agasalhado quando treinamos. É importante deixar o seu corpo trabalhar um pouco mais, produzindo calor, tendo uma dificuldade maior para achar este equilíbrio entre a sua temperatura corporal e a temperatura do ambiente externo. Isto não significa que deve passar frio ou correr sem camisa, mas sentir no início de seu treino um pouco de frio, ou gradativamente ir tirando as camadas de roupas que utilizou para aquecer ou no início de seu treino, ajuda bastante nesta termogênese do seu organismo. As chamadas doenças oportunas do inverno Também merecem atenção. Logo que paramos nossa corrida outdoor, temos uma queda da imunidade, que é uma reação natural do corpo. Por isso é muito importante trocar a roupa e colocar uma seca para não facilitar uma efermidade. Proteger o corpo com roupas quentes também ajuda a manter a temperatura corporal. Mas para isso, não é necessário se encapotar. Uma simples camiseta seca e um moletom já é o suficiente. Lembre-se da termogênese e nunca se esqueça de que quem gera calor é o corpo e não as roupas. Todos nós sabemos que a desidratação é a perda excessiva de fluidos do corpo. Ela acontece com certa frequência com corredores agora no frio. Os sintomas mais comuns incluem sede, vertigem, fraqueza e náuseas. A desidratação mais séria pode causar cãibras, arrepios e desorientação. Mesmo no frio, beba líquidos antes, durante e depois do exercício físico. Não é porque o corredor não sente tanta sede como no calor que pode deixar de se hidratar. O corpo necessita de líquidos em qualquer estação do ano. Jamais espere a sede chegar. Muitas vezes, ela só se apresenta quando o corpo já está próximo de seu limite. Um bom hábito é fazer uma pré-hidratação antes de sua corrida, e em intervalos de quinze a vinte minutos durante seus treinos. Outro grande mito que ainda acontece entre os corredores é que no frio a nossa sensação de fome é maior. Realmente nosso organismo gasta mais energia para produzir calor e manter a temperatura corporal em torno de 37oc devido à perda do calor interno para o ambiente externo. Mas isto não significa que precisamos de mais alimento aumentando a nossa sensação de fome. Mas o principal problema está no quanto treinamos menos em função do frio e quanto precisamos comer menos, sem desequilibrar a nossa balança em função de alimentos mais calóricos que ingerimos no inverno. O que realmente acontece no frio é que ficamos mais preguiçosos e acabamos treinando menos prejudicando ainda mais a queima de calorias. O mais importante agora neste inverno é adotar uma postura de cautela ao lidar com a sua sensação de fome e principalmente não descuidar da prática de suas corridas para não engordar e se manter condicionado neste inverno. Pense nisso e bons treinos
"Cuidados para Correr no Frio"
Cuidados para correr no inverno – Aulus Sellmer Mais uma vez o inverno se aproxima e nós corredores sempre cometemos os mesmos erros que podem prejudicar nossos treinos quando realizados em locais abertos como parques, ruas, trilhas etc. Em função destes erros, podemos ter uma série de consequências como interromper o programa de corrida ou até mesmo sofrer algum tipo de lesão que não seria legal, neste período do ano tão gratificante para correr. Vamos começar pela vestimenta. Para que você continue treinando aquecido vale a pena ter em seu guarda roupa um agasalho conhecido como fleece. Ele tem a função de manter seu corpo aquecido não bloqueando a sua transpiração, permitindo que seu corpo respire, proteger do vento frio e principalmente proporcionar conforto térmico. Ele é pouco volumoso, confeccionado de uma forma que cria uma camada de isolamento térmico perfeita para atividades em ambiente outdoor agora no frio. Alguns fatores não podemos esquecer, como a gramatura do tecido que influi diretamente no volume, peso e capacidade de isolamento, do fluxo de ar e transpirabilidade que significam o quanto fechado ou aberto é a trama do tecido. Sempre opte por um modelo leve e bem ventilado que não esquenta quando está treinando, deixando o suor secar e também servindo de abrigo quando termina seu exercício. Treinar no frio sem estar devidamente agasalhado é prejudicial à saúde, pois seu corpo pode apresentar sintomas de hipotermia que é a baixa exagerada da temperatura do corpo. Os sintomas mais comuns são arrepios, pulsação baixa e uma diminuição do estado de alerta da pessoa. Em casos mais severos, os músculos ficam rígidos e podemos perder a consciência. A desidratação faz com que você tenha mais tendência à hipotermia. Em caso de crise, procure um lugar quente, envolva-se em cobertores e beba líquidos mornos. Evite bebidas alcoólicas, pois elas não vão lhe aquecer, ao contrário, provocarão mais perda de calor e líquidos. Treinar sempre com um companheiro também é uma boa dica. Outra dica legal se você quer emagrecer neste inverno está diretamente relacionado com a termogênese do seu organismo que significa aumentar a produção de calor através da corrida ou qualquer outra atividade física em locais abertos e com uma temperatura não tão agradável e assim alterar significativamente o gasto calórico e consequentemente aumentar a queima de gordura, desde que esteja treinado para treinos com duração de mais de uma hora. Por este motivo que não podemos exagerar na quantidade de roupas estando muito agasalhado quando treinamos. É importante deixar o seu corpo trabalhar um pouco mais, produzindo calor, tendo uma dificuldade maior para achar este equilíbrio entre a sua temperatura corporal e a temperatura do ambiente externo. Isto não significa que deve passar frio ou correr sem camisa, mas sentir no início de seu treino um pouco de frio, ou gradativamente ir tirando as camadas de roupas que utilizou para aquecer ou no início de seu treino, ajuda bastante nesta termogênese do seu organismo. As chamadas doenças oportunas do inverno Também merecem atenção. Logo que paramos nossa corrida outdoor, temos uma queda da imunidade, que é uma reação natural do corpo. Por isso é muito importante trocar a roupa e colocar uma seca para não facilitar uma efermidade. Proteger o corpo com roupas quentes também ajuda a manter a temperatura corporal. Mas para isso, não é necessário se encapotar. Uma simples camiseta seca e um moletom já é o suficiente. Lembre-se da termogênese e nunca se esqueça de que quem gera calor é o corpo e não as roupas. Todos nós sabemos que a desidratação é a perda excessiva de fluidos do corpo. Ela acontece com certa frequência com corredores agora no frio. Os sintomas mais comuns incluem sede, vertigem, fraqueza e náuseas. A desidratação mais séria pode causar cãibras, arrepios e desorientação. Mesmo no frio, beba líquidos antes, durante e depois do exercício físico. Não é porque o corredor não sente tanta sede como no calor que pode deixar de se hidratar. O corpo necessita de líquidos em qualquer estação do ano. Jamais espere a sede chegar. Muitas vezes, ela só se apresenta quando o corpo já está próximo de seu limite. Um bom hábito é fazer uma pré-hidratação antes de sua corrida, e em intervalos de quinze a vinte minutos durante seus treinos. Outro grande mito que ainda acontece entre os corredores é que no frio a nossa sensação de fome é maior. Realmente nosso organismo gasta mais energia para produzir calor e manter a temperatura corporal em torno de 37oc devido à perda do calor interno para o ambiente externo. Mas isto não significa que precisamos de mais alimento aumentando a nossa sensação de fome. Mas o principal problema está no quanto treinamos menos em função do frio e quanto precisamos comer menos, sem desequilibrar a nossa balança em função de alimentos mais calóricos que ingerimos no inverno. O que realmente acontece no frio é que ficamos mais preguiçosos e acabamos treinando menos prejudicando ainda mais a queima de calorias. O mais importante agora neste inverno é adotar uma postura de cautela ao lidar com a sua sensação de fome e principalmente não descuidar da prática de suas corridas para não engordar e se manter condicionado neste inverno. Pense nisso e bons treinos
27/06/2023 - Aulus Sellmer
A genética na Corrida
A genética na Corrida Por Aulus Sellmer Não há como fugir disso. Os genes determinam nosso potencial para o desenvolvimento de várias características estruturais e funcionais importantes no desempenho esportivo. Mas ainda existem muitos fatores para que todo esse potencial genético seja traduzido em sucesso. Por exemplo, treinamento, repouso, nutrição, controle nas táticas e técnicas da corrida, emocional e, principalmente, o ambiente onde vive e treina. Podemos imaginar situações hipotéticas para ilustrar esse cenário. Sendo corredores gêmeos idênticos, somente o ambiente e a prática determinariam qual dos dois chegaria ao sucesso. Em contrapartida, se todos os corredores do mundo treinassem da mesma forma, num mesmo ambiente, apenas os genes distinguiriam seus respectivos desempenhos nas provas. Mas nenhuma dessas possibilidades é real, pois situações ocasionais em que ocorrem genes e treinamento idênticos dão o resultado esperado. Um bom exemplo aconteceu nas Olimpíadas de Londres, na prova de 400 metros rasos, quando os gêmeos belgas Kevin e Jonathan Borlee terminaram com 0,02 segundos de diferença. Outro aspecto comprovado em estudos da influência da genética no desempenho esportivo está relacionado com as variáveis, ou seja, dois corredores, que estão lado a lado nas raias, podem ter diferentes composições genéticas. Isso significa que há uma infinidade de genes e combinações possíveis para se ter um corredor perfeito. Um bom exemplo são os filhos de atletas que tiveram destaque no esporte que praticaram, porém, com combinações genéticas distintas. Por essa razão os fatores ambientais, o histórico individual geográfico e étnico são fundamentais para moldar os dados genéticos que levamos ao núcleo de cada célula e, por sua vez, em nossos corpos. Pois o verdadeiro sentido genético, somos todos uma grande família, e que os caminhos percorridos pelos nossos antepassados tenham dado origem a tão maravilhosas diferenças. Depois de todos esses estudos genéticos, fisiologistas e geneticistas chegaram também a uma conclusão muito importante para nós, corredores amadores, que buscamos melhorar nossas marcas em provas de 10k, 21k e maratonas. Eles reuniram evidências de que os planos de treinamento mais bem-sucedidos são tão variados quanto os atletas que neles se engajam. Portanto, se você possui caraterísticas genéticas que te beneficiam na corrida e possui um ambiente favorável, ainda pode ser que aquele treino não se adapte para você. Ou seja, não desista. Há um treinamento que vai se encaixar com as suas características. Assim, tendo ou não qualidades genéticas favoráveis, saiba que dedicação e esforço sempre vão prevalecer para que tenha o sucesso no esporte que pratica. Nunca esquecendo que, além de treinar, temos nossa profissão, família, amigos. Portanto, é importante avaliar se alguns segundos, que pode ganhar em desempenho, não vão prejudicar o resto de suas obrigações na sua vida.
A genética na Corrida
A genética na Corrida Por Aulus Sellmer Não há como fugir disso. Os genes determinam nosso potencial para o desenvolvimento de várias características estruturais e funcionais importantes no desempenho esportivo. Mas ainda existem muitos fatores para que todo esse potencial genético seja traduzido em sucesso. Por exemplo, treinamento, repouso, nutrição, controle nas táticas e técnicas da corrida, emocional e, principalmente, o ambiente onde vive e treina. Podemos imaginar situações hipotéticas para ilustrar esse cenário. Sendo corredores gêmeos idênticos, somente o ambiente e a prática determinariam qual dos dois chegaria ao sucesso. Em contrapartida, se todos os corredores do mundo treinassem da mesma forma, num mesmo ambiente, apenas os genes distinguiriam seus respectivos desempenhos nas provas. Mas nenhuma dessas possibilidades é real, pois situações ocasionais em que ocorrem genes e treinamento idênticos dão o resultado esperado. Um bom exemplo aconteceu nas Olimpíadas de Londres, na prova de 400 metros rasos, quando os gêmeos belgas Kevin e Jonathan Borlee terminaram com 0,02 segundos de diferença. Outro aspecto comprovado em estudos da influência da genética no desempenho esportivo está relacionado com as variáveis, ou seja, dois corredores, que estão lado a lado nas raias, podem ter diferentes composições genéticas. Isso significa que há uma infinidade de genes e combinações possíveis para se ter um corredor perfeito. Um bom exemplo são os filhos de atletas que tiveram destaque no esporte que praticaram, porém, com combinações genéticas distintas. Por essa razão os fatores ambientais, o histórico individual geográfico e étnico são fundamentais para moldar os dados genéticos que levamos ao núcleo de cada célula e, por sua vez, em nossos corpos. Pois o verdadeiro sentido genético, somos todos uma grande família, e que os caminhos percorridos pelos nossos antepassados tenham dado origem a tão maravilhosas diferenças. Depois de todos esses estudos genéticos, fisiologistas e geneticistas chegaram também a uma conclusão muito importante para nós, corredores amadores, que buscamos melhorar nossas marcas em provas de 10k, 21k e maratonas. Eles reuniram evidências de que os planos de treinamento mais bem-sucedidos são tão variados quanto os atletas que neles se engajam. Portanto, se você possui caraterísticas genéticas que te beneficiam na corrida e possui um ambiente favorável, ainda pode ser que aquele treino não se adapte para você. Ou seja, não desista. Há um treinamento que vai se encaixar com as suas características. Assim, tendo ou não qualidades genéticas favoráveis, saiba que dedicação e esforço sempre vão prevalecer para que tenha o sucesso no esporte que pratica. Nunca esquecendo que, além de treinar, temos nossa profissão, família, amigos. Portanto, é importante avaliar se alguns segundos, que pode ganhar em desempenho, não vão prejudicar o resto de suas obrigações na sua vida.
12/05/2023 - Aulus Sellmer
"Pressão na Corrida"
Pressão na Corrida - por Aulus Sellmer Correr parece ser bem simples, mas às vezes para muitos corredores, pode não ser tão simples assim. Você corredor já se sentiu pressionado mentalmente com uma provável performance em uma prova que vai participar? se sim ... Acho que vale a pena ler esta coluna. Existe uma brincadeira entre nós corredores, que diz que a melhor forma de não desistir de um desafio ou uma prova que escolheu para correr seria contar para sua família e seus amigos mais próximos seu próximo desafio. Assim a pressão psicológica por treinos e até mesmo um desempenho na prova escolhida, acontece a todo o momento. Para muitos corredores, esta estratégia pode ser até uma arma que o deixa mais forte, mas para outros pode ser considerado uma grande pressão psicológica que pode colocar tudo a perder e a prova pretendida poderá não acontecer. Seja no trabalho, em casa, no relacionamento com pessoas, na preparação física, além da nossa própria cobrança, estamos sempre sujeitos a sofrer com pressões psicológicas. Quando essas exigências passam do tolerável, essa pressão passa a se manifestar e você precisa saber filtrar aquilo que te incentiva a seguir em frente. Como lidar com essa situação? Existem estratégias para vencer essa pressão em sua vida de corredor. Acredite em você Confie em seu potencial e capacidades físicas, técnicas e psicológicas para alcançar o objetivo estabelecido. O princípio básico é sempre acreditar em você, nunca desistir e manter o foco, deixando de lado o que os outros podem pensar sobre o seu desempenho. Não se esqueça de que você treina e corre para o seu bem-estar e não para se mostrar aos outros. Boa preparação Sentir-se bem treinado aumenta a autoconfiança e a tranquilidade para continuar até o fim de todo esse processo. Se você está inseguro, sentindo que sua mente pode te derrubar a qualquer momento, procure ajuda para elaborar um novo plano de treino, envolvendo aumento de volume e intensidade. Nunca se esqueça de estar orientado por um treinador. Concentração A concentração é um instrumento básico para quem pensa em seus resultados. Se você perde o seu centro ou entra disperso em um treino ou prova, provavelmente seu rendimento será prejudicado. A concentração depende muito da força mental, mas principalmente do treinamento mental. Uma mente bem treinada encontra com muito mais facilidade um estado de concentração importante para a realização de seus movimentos. Exercícios respiratórios e a meditação são ferramentas importantes na busca da harmonia corpo e mente. Trabalhar a ansiedade A ansiedade tem sido definida como uma apreensão difusa de alguma ameaça indefinida caracterizada por sentimentos de incerteza e desamparo. É mais do que uma preocupação normal, uma vez que ela pode ser percebida como uma ameaça à sua autoestima. Ao tomar consciência de que uma onda de ansiedade tomou conta, internalize os três pontos anteriores: acredite em você, uma vez que está bem treinado e orientado física e mentalmente. Cada um possui algum tipo ativação, fazendo com que cada vez menos fatores externos influenciam no seu desafio de atingir um objetivo. Alegria Por último, encare a sua corrida com alegria, controlando seu lado competitivo. Vencer e ter bons resultados na corrida são importantes, mas correr para lhe trazer prazer e energia positiva é ainda mais relevante, porque promove o estímulo permanente para seus próximos a desafios. No mês passado, participei de uma prova de revezamento onde alguns integrantes da equipe pressionavam para termos um bom resultado. Eu não estava tão preparado e sabia que poderia ter problemas. Porém, se eu deixasse esse pensamento tomar conta de mim, poderia perder minha concentração e jogar a ansiedade lá em cima. Para manter-me sob controle, decidi encarar meu trecho dentro das minhas capacidades, deixei claro a todos a minha situação e que faria o meu melhor. Resumindo, sim, fui o pior do time, mas fiz a minha parte com total segurança, especialmente porque o motivo principal de estar lá era confraternizar com grandes amigos corredores. 40 anos de corrida já me ensinaram muitas coisas para a vida e uma delas é que situações de pressão psicológica e obstáculos, muitas vezes, são nossos próprios limites. Bora superá-los! Pense nisso e bons treinos. Sem pressão psicológica, por favor!!
"Pressão na Corrida"
Pressão na Corrida - por Aulus Sellmer Correr parece ser bem simples, mas às vezes para muitos corredores, pode não ser tão simples assim. Você corredor já se sentiu pressionado mentalmente com uma provável performance em uma prova que vai participar? se sim ... Acho que vale a pena ler esta coluna. Existe uma brincadeira entre nós corredores, que diz que a melhor forma de não desistir de um desafio ou uma prova que escolheu para correr seria contar para sua família e seus amigos mais próximos seu próximo desafio. Assim a pressão psicológica por treinos e até mesmo um desempenho na prova escolhida, acontece a todo o momento. Para muitos corredores, esta estratégia pode ser até uma arma que o deixa mais forte, mas para outros pode ser considerado uma grande pressão psicológica que pode colocar tudo a perder e a prova pretendida poderá não acontecer. Seja no trabalho, em casa, no relacionamento com pessoas, na preparação física, além da nossa própria cobrança, estamos sempre sujeitos a sofrer com pressões psicológicas. Quando essas exigências passam do tolerável, essa pressão passa a se manifestar e você precisa saber filtrar aquilo que te incentiva a seguir em frente. Como lidar com essa situação? Existem estratégias para vencer essa pressão em sua vida de corredor. Acredite em você Confie em seu potencial e capacidades físicas, técnicas e psicológicas para alcançar o objetivo estabelecido. O princípio básico é sempre acreditar em você, nunca desistir e manter o foco, deixando de lado o que os outros podem pensar sobre o seu desempenho. Não se esqueça de que você treina e corre para o seu bem-estar e não para se mostrar aos outros. Boa preparação Sentir-se bem treinado aumenta a autoconfiança e a tranquilidade para continuar até o fim de todo esse processo. Se você está inseguro, sentindo que sua mente pode te derrubar a qualquer momento, procure ajuda para elaborar um novo plano de treino, envolvendo aumento de volume e intensidade. Nunca se esqueça de estar orientado por um treinador. Concentração A concentração é um instrumento básico para quem pensa em seus resultados. Se você perde o seu centro ou entra disperso em um treino ou prova, provavelmente seu rendimento será prejudicado. A concentração depende muito da força mental, mas principalmente do treinamento mental. Uma mente bem treinada encontra com muito mais facilidade um estado de concentração importante para a realização de seus movimentos. Exercícios respiratórios e a meditação são ferramentas importantes na busca da harmonia corpo e mente. Trabalhar a ansiedade A ansiedade tem sido definida como uma apreensão difusa de alguma ameaça indefinida caracterizada por sentimentos de incerteza e desamparo. É mais do que uma preocupação normal, uma vez que ela pode ser percebida como uma ameaça à sua autoestima. Ao tomar consciência de que uma onda de ansiedade tomou conta, internalize os três pontos anteriores: acredite em você, uma vez que está bem treinado e orientado física e mentalmente. Cada um possui algum tipo ativação, fazendo com que cada vez menos fatores externos influenciam no seu desafio de atingir um objetivo. Alegria Por último, encare a sua corrida com alegria, controlando seu lado competitivo. Vencer e ter bons resultados na corrida são importantes, mas correr para lhe trazer prazer e energia positiva é ainda mais relevante, porque promove o estímulo permanente para seus próximos a desafios. No mês passado, participei de uma prova de revezamento onde alguns integrantes da equipe pressionavam para termos um bom resultado. Eu não estava tão preparado e sabia que poderia ter problemas. Porém, se eu deixasse esse pensamento tomar conta de mim, poderia perder minha concentração e jogar a ansiedade lá em cima. Para manter-me sob controle, decidi encarar meu trecho dentro das minhas capacidades, deixei claro a todos a minha situação e que faria o meu melhor. Resumindo, sim, fui o pior do time, mas fiz a minha parte com total segurança, especialmente porque o motivo principal de estar lá era confraternizar com grandes amigos corredores. 40 anos de corrida já me ensinaram muitas coisas para a vida e uma delas é que situações de pressão psicológica e obstáculos, muitas vezes, são nossos próprios limites. Bora superá-los! Pense nisso e bons treinos. Sem pressão psicológica, por favor!!
13/04/2023 - Aulus Sellmer
"Lesão Além da Carne"
Lesão além da carne Aulus Sellmer Para muitos corredores, uma lesão é algo mais complexo, vai além do físico, ou seja, do diagnosticar, tratar, reabilitar e voltar aos treinos. Um corredor machucado, muitas vezes, enfrenta uma forte confusão de emoções como descrença, frustração, confusão e vulnerabilidade. Ele é confrontado com uma situação de inércia, de separação dos seus colegas de treino e de afastamento do local de desenvolvimento das suas capacidades, assim como das provas, originando um conjunto de reações psicológicas. Neste ponto, se alguma atitude não for tomada, a harmonia com a corrida se rompe. Quando se chega a esta encruzilhada, o corredor vai ter de passar pelo processo de recuperação física e psicológica, que depende de um diálogo interior positivo para auxiliar no resgate da autoconfiança. Nesta minha jornada como treinador, vivi diversas histórias, da desistência à superação. Se você passa por esta situação ou tem colegas nesta fase de descrença, tenho comigo algumas sugestões para reacender a chama da corrida. A primeira providência após a lesão é ter profissionais competentes para ajudar e oferecer todo o apoio. É fundamental este profissional explicar, de maneira simples e didática, como surgiu a lesão e como o organismo vai se adaptar para resistir às demandas na retomada do equilíbrio. Além disso, explicar como será o processo de recuperação, a previsão da evolução gradativa da reabilitação e a importância de sua dedicação ao tratamento. A próxima etapa é se propor a um trabalho mental incansável e diário, estabelecendo um diálogo interior positivo. Somos bombardeados com ideias para desistir quando o resultado não aparece. Tenha em mente que a reabilitação é lenta, portanto, estabelecer pequenas metas pode servir de motivação para ir até o fim, como numa prova de fato. Um exercício interessante é mentalizar sua recuperação e até mesmo se imaginar em sua melhor forma. Para facilitar este processo, a psicologia desempenha papel importante na reabilitação, não só de quem está lesionado, mas também na prevenção. Em muitos casos, as lesões têm origens mais profundas do que apenas pisar num buraco e torcer o pé. Por exemplo, trabalhar a autoconfiança vai deixar o organismo mais alerta, preparado para lidar com situações de risco. Diversos estudos demonstram a intervenção psicológica após uma lesão como determinante para reduzir incidências de lesão. Quando ela acontece, as reabilitações são mais eficazes. Acredito que desta forma é possível vencer inseguranças e receios e retomar o mesmo nível de performance antes da lesão. Esse processo depende muito mais de um aspecto psicossocial do que realmente todo os procedimentos recomendados de reabilitação. Portanto tenha em mente que ira precisar de uma equipe multidisciplinar ao seu lado como também o apoio de seus familiares e amigos. Só assim a sua confiança e um retorno mais rápido aos treinos será possível, desde que a persistência e a dedicação estejam presentes.
"Lesão Além da Carne"
Lesão além da carne Aulus Sellmer Para muitos corredores, uma lesão é algo mais complexo, vai além do físico, ou seja, do diagnosticar, tratar, reabilitar e voltar aos treinos. Um corredor machucado, muitas vezes, enfrenta uma forte confusão de emoções como descrença, frustração, confusão e vulnerabilidade. Ele é confrontado com uma situação de inércia, de separação dos seus colegas de treino e de afastamento do local de desenvolvimento das suas capacidades, assim como das provas, originando um conjunto de reações psicológicas. Neste ponto, se alguma atitude não for tomada, a harmonia com a corrida se rompe. Quando se chega a esta encruzilhada, o corredor vai ter de passar pelo processo de recuperação física e psicológica, que depende de um diálogo interior positivo para auxiliar no resgate da autoconfiança. Nesta minha jornada como treinador, vivi diversas histórias, da desistência à superação. Se você passa por esta situação ou tem colegas nesta fase de descrença, tenho comigo algumas sugestões para reacender a chama da corrida. A primeira providência após a lesão é ter profissionais competentes para ajudar e oferecer todo o apoio. É fundamental este profissional explicar, de maneira simples e didática, como surgiu a lesão e como o organismo vai se adaptar para resistir às demandas na retomada do equilíbrio. Além disso, explicar como será o processo de recuperação, a previsão da evolução gradativa da reabilitação e a importância de sua dedicação ao tratamento. A próxima etapa é se propor a um trabalho mental incansável e diário, estabelecendo um diálogo interior positivo. Somos bombardeados com ideias para desistir quando o resultado não aparece. Tenha em mente que a reabilitação é lenta, portanto, estabelecer pequenas metas pode servir de motivação para ir até o fim, como numa prova de fato. Um exercício interessante é mentalizar sua recuperação e até mesmo se imaginar em sua melhor forma. Para facilitar este processo, a psicologia desempenha papel importante na reabilitação, não só de quem está lesionado, mas também na prevenção. Em muitos casos, as lesões têm origens mais profundas do que apenas pisar num buraco e torcer o pé. Por exemplo, trabalhar a autoconfiança vai deixar o organismo mais alerta, preparado para lidar com situações de risco. Diversos estudos demonstram a intervenção psicológica após uma lesão como determinante para reduzir incidências de lesão. Quando ela acontece, as reabilitações são mais eficazes. Acredito que desta forma é possível vencer inseguranças e receios e retomar o mesmo nível de performance antes da lesão. Esse processo depende muito mais de um aspecto psicossocial do que realmente todo os procedimentos recomendados de reabilitação. Portanto tenha em mente que ira precisar de uma equipe multidisciplinar ao seu lado como também o apoio de seus familiares e amigos. Só assim a sua confiança e um retorno mais rápido aos treinos será possível, desde que a persistência e a dedicação estejam presentes.
13/03/2023 - Aulus Sellmer
"Músculo tem Memória?"
Músculo tem memória Por Aulus Sellmer A educação física ou a prática de algum esporte para jovens é fundamental para o desenvolvimento do corpo como um todo. Sim, é uma constatação óbvia, mas ao longo desta coluna, ela vai ganhar ainda mais sentido, pois afeta grande parte dos adultos. Toda semana recebo pessoas novas para iniciar um programa de corrida. Grande parte vem de um longo período de inatividade e busca, na caminhada ou na corrida, uma maneira de introduzir qualidade de vida em sua rotina. As pessoas que já praticaram algum esporte na juventude têm uma evolução mais rápida na mecânica do movimento, na força muscular e na capacidade cardiorrespiratória. Agora, quem não tem histórico de exercícios físicos na juventude tem um progresso mais lento, especialmente mecânico e muscular. A ciência explica esse fato por meio da memória muscular. A primeira memória é justamente o “andar de bicicleta” ou até mesmo o ato de correr. Mesmo após muito tempo sem praticar, a gente não se esquece do movimento. Embora chamada de muscular, essa memória é na verdade regida pelo cerebelo, a parte do cérebro que coordena as atividades do músculo esquelético, do tato, da audição e da visão. Ou seja, o músculo não memoriza um determinado movimento, mas sim um conjunto de neurônios que o faz para poder ser repetido no futuro. Isso é uma grande vantagem para quem já possuí essa memória. A segunda memória é diretamente relacionada com o ganho de massa muscular. Ao voltar para a academia ou retomar seus treinos de corrida, mesmo após longo tempo sem treinar, os músculos parecem responder com mais facilidade aos exercícios. Antes, acreditava-se que uma vez atrofiados, os músculos não recuperariam a forma anterior, porque ocorreriam mortes celulares, inclusive, de seus núcleos. Porém, pesquisa da Universidade de Oslo (Noruega) revelou que o músculo pode, sim, voltar à velha forma, pois o as células não “morrem”, ficam apenas inativas. Ou seja, é possível ativá-las novamente com exercícios físicos. Portanto, se você, na adolescência, já treinou algum esporte que tenha corrida envolvida, será muito mais fácil o seu retorno ao esporte em função dessas duas memórias musculares já adquiridas: mecânica do movimento e ganho de músculos. O início pode ser difícil, pois houve um momento longo de inatividade. Porém, à medida que as duas memórias começam a trabalhar, a evolução acontece com mais rapidez e fluidez. Portanto, fique mais concentrado nesse “comecinho” da retomada para não desistir. Vencida essa etapa, os benefícios são colhidos mais rapidamente. Mas, se isto não nunca praticou uma atividade, todo esse processo será mais lento. Nesse caso, mais persistência e resiliência serão fundamentais. Hoje, graças ao avanço tecnológico e aos estudos científicos, temos diversas ferramentas na área da fisioterapia para aprimorar as correções biomecânicas necessárias para que seja possível ser um corredor com um melhor padrão de movimento. Por meio de filmagens, plataformas de pressão, sessões de fisioterapia e exercícios específicos na esteira vão aprimorar seu movimento. Mas não posso deixar de citar que muitos corredores que passaram por todas as sessões necessárias de fisioterapia não conseguiram corrigir seu padrão de movimento, como também muitos melhoraram bastante. Assim, volto à constatação inicial e reforço a importância dos esportes na infância e adolescência. Isso vai ajudar e muito, caso algum dia, esse jovem decida voltar à prática esportiva. Claro, o ideal é que todos mantenham o hábito de realizar exercícios físicos a vida toda.
"Músculo tem Memória?"
Músculo tem memória Por Aulus Sellmer A educação física ou a prática de algum esporte para jovens é fundamental para o desenvolvimento do corpo como um todo. Sim, é uma constatação óbvia, mas ao longo desta coluna, ela vai ganhar ainda mais sentido, pois afeta grande parte dos adultos. Toda semana recebo pessoas novas para iniciar um programa de corrida. Grande parte vem de um longo período de inatividade e busca, na caminhada ou na corrida, uma maneira de introduzir qualidade de vida em sua rotina. As pessoas que já praticaram algum esporte na juventude têm uma evolução mais rápida na mecânica do movimento, na força muscular e na capacidade cardiorrespiratória. Agora, quem não tem histórico de exercícios físicos na juventude tem um progresso mais lento, especialmente mecânico e muscular. A ciência explica esse fato por meio da memória muscular. A primeira memória é justamente o “andar de bicicleta” ou até mesmo o ato de correr. Mesmo após muito tempo sem praticar, a gente não se esquece do movimento. Embora chamada de muscular, essa memória é na verdade regida pelo cerebelo, a parte do cérebro que coordena as atividades do músculo esquelético, do tato, da audição e da visão. Ou seja, o músculo não memoriza um determinado movimento, mas sim um conjunto de neurônios que o faz para poder ser repetido no futuro. Isso é uma grande vantagem para quem já possuí essa memória. A segunda memória é diretamente relacionada com o ganho de massa muscular. Ao voltar para a academia ou retomar seus treinos de corrida, mesmo após longo tempo sem treinar, os músculos parecem responder com mais facilidade aos exercícios. Antes, acreditava-se que uma vez atrofiados, os músculos não recuperariam a forma anterior, porque ocorreriam mortes celulares, inclusive, de seus núcleos. Porém, pesquisa da Universidade de Oslo (Noruega) revelou que o músculo pode, sim, voltar à velha forma, pois o as células não “morrem”, ficam apenas inativas. Ou seja, é possível ativá-las novamente com exercícios físicos. Portanto, se você, na adolescência, já treinou algum esporte que tenha corrida envolvida, será muito mais fácil o seu retorno ao esporte em função dessas duas memórias musculares já adquiridas: mecânica do movimento e ganho de músculos. O início pode ser difícil, pois houve um momento longo de inatividade. Porém, à medida que as duas memórias começam a trabalhar, a evolução acontece com mais rapidez e fluidez. Portanto, fique mais concentrado nesse “comecinho” da retomada para não desistir. Vencida essa etapa, os benefícios são colhidos mais rapidamente. Mas, se isto não nunca praticou uma atividade, todo esse processo será mais lento. Nesse caso, mais persistência e resiliência serão fundamentais. Hoje, graças ao avanço tecnológico e aos estudos científicos, temos diversas ferramentas na área da fisioterapia para aprimorar as correções biomecânicas necessárias para que seja possível ser um corredor com um melhor padrão de movimento. Por meio de filmagens, plataformas de pressão, sessões de fisioterapia e exercícios específicos na esteira vão aprimorar seu movimento. Mas não posso deixar de citar que muitos corredores que passaram por todas as sessões necessárias de fisioterapia não conseguiram corrigir seu padrão de movimento, como também muitos melhoraram bastante. Assim, volto à constatação inicial e reforço a importância dos esportes na infância e adolescência. Isso vai ajudar e muito, caso algum dia, esse jovem decida voltar à prática esportiva. Claro, o ideal é que todos mantenham o hábito de realizar exercícios físicos a vida toda.
13/02/2023 - Aulus Sellmer
"Evoluções - Tênis de Corrida"
Evoluções – Tênis de Corrida Por Aulus Sellmer Nesta coluna mensal vou escrever sobre nossa principal ferramenta: o tênis. Aliás, algo que sempre pensamos em trocar no início do ano. Hoje, há uma diversidade incrível de calçados para corrida ainda mais se compararmos há 10 ou 20 anos. E a maior luta entre os fabricantes ainda é oferecer um tênis que apresente estabilidade, leveza e amortecimento, que tecnicamente deve ser traduzido como distribuição de impacto - estudos mostram o sistema de amortecimento chegando, no máximo, a 2% do seu peso. Fato é que ainda é muito complexo desenvolver um modelo com essas três características equilibradas. Geralmente, esses calçados se concentram em algum desses pontos. Muita distribuição de impacto significa mais peso. Um calçado leve implica muitas vezes em eliminar materiais, resultado em perda de estabilidade. E ter o foco em estabilidade, prejudica a distribuição de impacto. Além disso, não podemos esquecer do fator estético. Porém, não deve ser o principal motivo na sua decisão de compra. Há alguns anos, outro fator era crucial no momento de se escolher o calçado ideal: a pisada. Ela é classificada em três categorias: pronação, quando se apoia a lateral interna do pé; supinação, quando apoiamos a lateral externa e; neutra, em que a pisada não se apoia para nenhum dos lados. Porém, estudos recentes com corredores que treinaram com o tênis de pisada correspondente mostraram resultados surpreendentes. Não houve diminuição na quantidade de lesões. A conclusão revela que o mais importante para evitar lesões seria treinar e aprimorar a técnica de corrida, com um modelo mais confortável possível. Cada um de nós apresenta uma forma muito individual de utilizar o corpo na corrida. Quando essas expressões se repetem e são corrigidas para uma técnica mais apurada, conseguimos aprimorar a eficiência no movimento da corrida e, assim, atenuar as lesões. Uma prova clara dessas minhas colocações você encontra nos sites das grandes marcas, onde a opção para comprar seu tênis não é mais pronação ou supinação. Agora, são os termos abordados anteriormente: estabilidade, leveza e amortecimento-ou distribuição de impacto. Dessa forma, não fique surpreso, mas a minha recomendação é comprar um par de tênis de pisada neutra e, principalmente, confortável. Para isso, experimente o tênis no fim do dia quando o seu pé está mais inchado, e sempre opte com 0,5 ponto maior – assim, o dedão do pé não “bate” na ponta do tênis gerando bolhas e a sensação de aperto, ambos desnecessários. Portanto, o tênis é uma ferramenta, não faz milagres. Na verdade, precisamos aprimorar a nossa técnica de corrida. A partir de hoje, tenha em mente a importância das aulas de técnica e também as dicas de seu treinador quando comenta sobre seus movimentos. O que nós queremos é sempre o bem-estar do corredor e, com certeza, minimizar as chances de lesões. Para finalizar, confesso que mudei diversas vezes meus conceitos sobre esse esporte apaixonante. Assim é a vida, uma constante evolução. Bons treinos para todos, mas agora de preferência com um par de tênis neutro.
"Evoluções - Tênis de Corrida"
Evoluções – Tênis de Corrida Por Aulus Sellmer Nesta coluna mensal vou escrever sobre nossa principal ferramenta: o tênis. Aliás, algo que sempre pensamos em trocar no início do ano. Hoje, há uma diversidade incrível de calçados para corrida ainda mais se compararmos há 10 ou 20 anos. E a maior luta entre os fabricantes ainda é oferecer um tênis que apresente estabilidade, leveza e amortecimento, que tecnicamente deve ser traduzido como distribuição de impacto - estudos mostram o sistema de amortecimento chegando, no máximo, a 2% do seu peso. Fato é que ainda é muito complexo desenvolver um modelo com essas três características equilibradas. Geralmente, esses calçados se concentram em algum desses pontos. Muita distribuição de impacto significa mais peso. Um calçado leve implica muitas vezes em eliminar materiais, resultado em perda de estabilidade. E ter o foco em estabilidade, prejudica a distribuição de impacto. Além disso, não podemos esquecer do fator estético. Porém, não deve ser o principal motivo na sua decisão de compra. Há alguns anos, outro fator era crucial no momento de se escolher o calçado ideal: a pisada. Ela é classificada em três categorias: pronação, quando se apoia a lateral interna do pé; supinação, quando apoiamos a lateral externa e; neutra, em que a pisada não se apoia para nenhum dos lados. Porém, estudos recentes com corredores que treinaram com o tênis de pisada correspondente mostraram resultados surpreendentes. Não houve diminuição na quantidade de lesões. A conclusão revela que o mais importante para evitar lesões seria treinar e aprimorar a técnica de corrida, com um modelo mais confortável possível. Cada um de nós apresenta uma forma muito individual de utilizar o corpo na corrida. Quando essas expressões se repetem e são corrigidas para uma técnica mais apurada, conseguimos aprimorar a eficiência no movimento da corrida e, assim, atenuar as lesões. Uma prova clara dessas minhas colocações você encontra nos sites das grandes marcas, onde a opção para comprar seu tênis não é mais pronação ou supinação. Agora, são os termos abordados anteriormente: estabilidade, leveza e amortecimento-ou distribuição de impacto. Dessa forma, não fique surpreso, mas a minha recomendação é comprar um par de tênis de pisada neutra e, principalmente, confortável. Para isso, experimente o tênis no fim do dia quando o seu pé está mais inchado, e sempre opte com 0,5 ponto maior – assim, o dedão do pé não “bate” na ponta do tênis gerando bolhas e a sensação de aperto, ambos desnecessários. Portanto, o tênis é uma ferramenta, não faz milagres. Na verdade, precisamos aprimorar a nossa técnica de corrida. A partir de hoje, tenha em mente a importância das aulas de técnica e também as dicas de seu treinador quando comenta sobre seus movimentos. O que nós queremos é sempre o bem-estar do corredor e, com certeza, minimizar as chances de lesões. Para finalizar, confesso que mudei diversas vezes meus conceitos sobre esse esporte apaixonante. Assim é a vida, uma constante evolução. Bons treinos para todos, mas agora de preferência com um par de tênis neutro.
10/01/2023 - Aulus Sellmer
"GPS é preciso?"
GPS é preciso? Por Aulus Sellmer Início do ano é o período em que muitos corredores definem suas provas e suas metas ou as ajustam, caso seja uma continuação dos anos anteriores. Pensando nesse momento, para a minha primeira coluna de 2023, decidi escrever sobre uma ferramenta de apoio importante: o relógio com GPS. Esse aparelho tem conseguido ganhar mais importância, pois os corredores estão cada vez mais analíticos, isto é, querem ver com lupa resultados de treinos e de provas. Não importa somente o tempo, mas também a frequência cardíaca alvo, tamanho da passada, altimetria, entre outros dados que somente um relógio com GPS pode fornecer - ao contrário dos ainda muito imprecisos aplicativos de smartphones. Aqui estão alguns dos benefícios: • Programar treinamentos inteiros • Programar treinos intervalados, com distâncias específicas e período de descanso • Visualização rápida e simultânea de diversos dados que você pode escolher como velocidade, ritmo da volta, frequência cardíaca, cadência de passadas e até avaliar se está descansado para poder iniciar um treino mais forte • Registro eletrônico em site ou aplicativo, facilitando a análise de seu desempenho. Isso torna possível realizar ajustes importantes em seus próximos treinos com o seu treinador • Compartilhar a programação do treino e a localização nas redes sociais, uma ferramenta também muito importante hoje em dia. Muitos corredores não vivem sem esta ferramenta que ajuda a divulgar como andam seus treinos No mercado, há uma infinidade de opções, do mais simples ao mais complexo. Eu, sendo um corredor das antigas, prefiro o mais básico possível, porque gosto somente de saber a distância e a frequência cardíaca - às vezes, checar meu pace. Da parte dos mais sofisticados, há modelos que fazem avaliação do metabolismo durante o dia, checam se seu sono está adequado, alertas de calendário, aplicativos de apoio etc. Afinal de contas, ele acaba sendo um acessório do dia a dia, ao invés de apenas utilizar quando você corre. Lembre-se sempre de que esse aparelho nos serve como apoio e, não, como o portador da verdade absoluta. Isto é, você não deve ficar dependente dos números apresentados, pois o GPS não será 100% preciso, por exemplo, com a distância percorrida. Isso ocorre por conta de árvores, edifícios altos, até mesmo céus nublados que afetam a força do sinal. Os fabricantes tentam corrigir essas falhas ao máximo possível, usando múltiplas redes de satélites (GPS, GLONASS, Galileo, BDS) e altas taxas de atualização de sinal, tentando preencher qualquer ponto cego. Você perceberá com o tempo que o relógio com GPS é apenas um facilitador para conquistar suas metas e obter o melhor desempenho numa prova. O essencial da corrida não são os números, mas fazer de nós pessoas melhores mental e fisicamente para termos mais qualidade de vida. Eu sou corredor das antigas e às vezes me testo para saber se ainda sei sem olhar o relógio qual é o meu pace. Mas a principal ferramenta que gosto muito dos GPS esta relacionada com a distância. Pois saio correndo para qualquer lugar e sei no final qual a distância que corri. Bem diferente de antigamente que precisava correr em voltas definidas para saber a distância que corri. Feliz 2023 para todos, com um novo relógio GPS ou somente com um simples cronômetro, pois o mais importante é correr, sempre.
"GPS é preciso?"
GPS é preciso? Por Aulus Sellmer Início do ano é o período em que muitos corredores definem suas provas e suas metas ou as ajustam, caso seja uma continuação dos anos anteriores. Pensando nesse momento, para a minha primeira coluna de 2023, decidi escrever sobre uma ferramenta de apoio importante: o relógio com GPS. Esse aparelho tem conseguido ganhar mais importância, pois os corredores estão cada vez mais analíticos, isto é, querem ver com lupa resultados de treinos e de provas. Não importa somente o tempo, mas também a frequência cardíaca alvo, tamanho da passada, altimetria, entre outros dados que somente um relógio com GPS pode fornecer - ao contrário dos ainda muito imprecisos aplicativos de smartphones. Aqui estão alguns dos benefícios: • Programar treinamentos inteiros • Programar treinos intervalados, com distâncias específicas e período de descanso • Visualização rápida e simultânea de diversos dados que você pode escolher como velocidade, ritmo da volta, frequência cardíaca, cadência de passadas e até avaliar se está descansado para poder iniciar um treino mais forte • Registro eletrônico em site ou aplicativo, facilitando a análise de seu desempenho. Isso torna possível realizar ajustes importantes em seus próximos treinos com o seu treinador • Compartilhar a programação do treino e a localização nas redes sociais, uma ferramenta também muito importante hoje em dia. Muitos corredores não vivem sem esta ferramenta que ajuda a divulgar como andam seus treinos No mercado, há uma infinidade de opções, do mais simples ao mais complexo. Eu, sendo um corredor das antigas, prefiro o mais básico possível, porque gosto somente de saber a distância e a frequência cardíaca - às vezes, checar meu pace. Da parte dos mais sofisticados, há modelos que fazem avaliação do metabolismo durante o dia, checam se seu sono está adequado, alertas de calendário, aplicativos de apoio etc. Afinal de contas, ele acaba sendo um acessório do dia a dia, ao invés de apenas utilizar quando você corre. Lembre-se sempre de que esse aparelho nos serve como apoio e, não, como o portador da verdade absoluta. Isto é, você não deve ficar dependente dos números apresentados, pois o GPS não será 100% preciso, por exemplo, com a distância percorrida. Isso ocorre por conta de árvores, edifícios altos, até mesmo céus nublados que afetam a força do sinal. Os fabricantes tentam corrigir essas falhas ao máximo possível, usando múltiplas redes de satélites (GPS, GLONASS, Galileo, BDS) e altas taxas de atualização de sinal, tentando preencher qualquer ponto cego. Você perceberá com o tempo que o relógio com GPS é apenas um facilitador para conquistar suas metas e obter o melhor desempenho numa prova. O essencial da corrida não são os números, mas fazer de nós pessoas melhores mental e fisicamente para termos mais qualidade de vida. Eu sou corredor das antigas e às vezes me testo para saber se ainda sei sem olhar o relógio qual é o meu pace. Mas a principal ferramenta que gosto muito dos GPS esta relacionada com a distância. Pois saio correndo para qualquer lugar e sei no final qual a distância que corri. Bem diferente de antigamente que precisava correr em voltas definidas para saber a distância que corri. Feliz 2023 para todos, com um novo relógio GPS ou somente com um simples cronômetro, pois o mais importante é correr, sempre.
13/12/2022 - Aulus Sellmer
"Equilíbrio - treinos na esteira e na rua"
Equilíbrio - por Aulus Sellmer Mais um ano passou voando - ou correndo. Nesta última coluna de 2022 vou esmiuçar uma questão que parece simples, porém uma maratonista de Cuiabá, Mato Grosso, tornou-a mais complexa. Será que, nós corredores de rua, devemos optar sempre pelo asfalto? Devido ao calor intenso em Cuiabá, essa maratonista realiza todos os seus treinos na esteira. Pode acreditar. Longos com mais de 34 km ou quase 4 horas de treino na esteira. Fiquei impressionado com sua disposição e determinação, pois para mim e muitos corredores seria impossível ficar tanto tempo em cima da esteira para completar uma programação de treinos para uma maratona. Nós corredores de rua temos um certo receio da esteira, evitando-a ao máximo. Até mesmo um dia de calor ou de chuva não são suficientes para optarmos pela máquina. Calçamos nosso bom e novo tênis e partimos para o treino. Porém, entre uma engrenagem e outra a esteira guarda seus benefícios. Para os iniciantes, a esteira proporciona um ambiente seguro e controlado bem como para quem está voltando aos treinos após uma lesão ou ganho exagerado de peso. Geralmente, ela oferece menos impacto do que na rua, diminuindo o risco de lesão, determina um ritmo certo para cada distância e, principalmente, a segurança para se manter nele. Com isso, a esteira desenvolve noção de ritmo e estimula o corredor a sincronizar braços e pernas distribuindo as passadas de maneira uniforme até uma determinada velocidade. Outra vantagem importante é que na esteira fica mais fácil corrigir erros de postura através de um espelho. Para corredores mais experientes, parece até bobo, mas de tempos em tempos é importante rever seus movimentos. Algum tipo de dor que esteja sentindo pode ser resolvido simplesmente ajustando algum dos seus movimentos. Para quem prefere a rua, mas às vezes correr na esteira é inevitável, incliná-la em 1% ou 2% praticamente aproximam os dois cenários do ponto de vista de gasto calórico. Na rua precisamos empurrar o chão para vencer a inércia e a resistência do ar e mover o nosso corpo à frente, enquanto na esteira a máquina move-se sob os nossos pés, e tudo o que temos que fazer é nos manter em seu centro. Com isso, a intensidade e a aplicação de força são maiores na rua do que na esteira. Esse “truque” da inclinação minimiza essa diferença, como também ter um ventilador na frente dela. Mas, claro, há pontos de atenção ao se treinar na esteira. Devemos levar em consideração a eficiência mecânica, pois vários estudos demonstram a relação entre o grau de economia de energia e a velocidade. Ou seja, quanto maior a velocidade que você corre em uma esteira menos eficiente sua corrida será. Além disso, a manutenção da sua postura e o nível de força aplicada em cada passada são fatores importantes para garantir que você permaneça eficiente até os instantes finais de seu treino. Em números, a diferença entre uma corrida eficaz e não eficaz varia de corredor para corredor. Ao percorrer uma distância de 5 km em velocidades mais confortáveis é maior a probabilidade de concluir um treino eficiente. Portanto, em velocidades maiores, na mesma distância de 5 km, seu corpo irá desperdiçar mais energia. Pois além de correr rápido temos que nos concentrar para não cair da esteira. Como podemos ver, o tempo em que se completa a mesma distância não é fator determinante em termos de eficácia. O caso da maratonista de Cuiabá é uma exceção. Ela consegue manter sua programação de treinos na esteira, extraindo seus benefícios, além de ter uma determinação fora do comum. Porém, ainda assim, minha recomendação é realizar os treinos mais longos na rua. O treino também é evitar um buraco, lidar com curvas, com as intempéries climáticas, reconhecer os sons, perceber as pessoas e também a diferença de performances entre correr na esteira e na rua. Enfim, como sempre digo, devemos sempre buscar um equilíbrio e a corrida, com certeza, é uma ótima caminho para essa descoberta. Para os amantes do asfalto, reconsidere o uso da esteira. Da mesma maneira, aos que preferem a esteira, que tal se aventurar em praças, parques e provas de rua? Fica a sugestão para 2023. Um feliz Ano Novo para todos, que tem a corrida como um grande aliado.
"Equilíbrio - treinos na esteira e na rua"
Equilíbrio - por Aulus Sellmer Mais um ano passou voando - ou correndo. Nesta última coluna de 2022 vou esmiuçar uma questão que parece simples, porém uma maratonista de Cuiabá, Mato Grosso, tornou-a mais complexa. Será que, nós corredores de rua, devemos optar sempre pelo asfalto? Devido ao calor intenso em Cuiabá, essa maratonista realiza todos os seus treinos na esteira. Pode acreditar. Longos com mais de 34 km ou quase 4 horas de treino na esteira. Fiquei impressionado com sua disposição e determinação, pois para mim e muitos corredores seria impossível ficar tanto tempo em cima da esteira para completar uma programação de treinos para uma maratona. Nós corredores de rua temos um certo receio da esteira, evitando-a ao máximo. Até mesmo um dia de calor ou de chuva não são suficientes para optarmos pela máquina. Calçamos nosso bom e novo tênis e partimos para o treino. Porém, entre uma engrenagem e outra a esteira guarda seus benefícios. Para os iniciantes, a esteira proporciona um ambiente seguro e controlado bem como para quem está voltando aos treinos após uma lesão ou ganho exagerado de peso. Geralmente, ela oferece menos impacto do que na rua, diminuindo o risco de lesão, determina um ritmo certo para cada distância e, principalmente, a segurança para se manter nele. Com isso, a esteira desenvolve noção de ritmo e estimula o corredor a sincronizar braços e pernas distribuindo as passadas de maneira uniforme até uma determinada velocidade. Outra vantagem importante é que na esteira fica mais fácil corrigir erros de postura através de um espelho. Para corredores mais experientes, parece até bobo, mas de tempos em tempos é importante rever seus movimentos. Algum tipo de dor que esteja sentindo pode ser resolvido simplesmente ajustando algum dos seus movimentos. Para quem prefere a rua, mas às vezes correr na esteira é inevitável, incliná-la em 1% ou 2% praticamente aproximam os dois cenários do ponto de vista de gasto calórico. Na rua precisamos empurrar o chão para vencer a inércia e a resistência do ar e mover o nosso corpo à frente, enquanto na esteira a máquina move-se sob os nossos pés, e tudo o que temos que fazer é nos manter em seu centro. Com isso, a intensidade e a aplicação de força são maiores na rua do que na esteira. Esse “truque” da inclinação minimiza essa diferença, como também ter um ventilador na frente dela. Mas, claro, há pontos de atenção ao se treinar na esteira. Devemos levar em consideração a eficiência mecânica, pois vários estudos demonstram a relação entre o grau de economia de energia e a velocidade. Ou seja, quanto maior a velocidade que você corre em uma esteira menos eficiente sua corrida será. Além disso, a manutenção da sua postura e o nível de força aplicada em cada passada são fatores importantes para garantir que você permaneça eficiente até os instantes finais de seu treino. Em números, a diferença entre uma corrida eficaz e não eficaz varia de corredor para corredor. Ao percorrer uma distância de 5 km em velocidades mais confortáveis é maior a probabilidade de concluir um treino eficiente. Portanto, em velocidades maiores, na mesma distância de 5 km, seu corpo irá desperdiçar mais energia. Pois além de correr rápido temos que nos concentrar para não cair da esteira. Como podemos ver, o tempo em que se completa a mesma distância não é fator determinante em termos de eficácia. O caso da maratonista de Cuiabá é uma exceção. Ela consegue manter sua programação de treinos na esteira, extraindo seus benefícios, além de ter uma determinação fora do comum. Porém, ainda assim, minha recomendação é realizar os treinos mais longos na rua. O treino também é evitar um buraco, lidar com curvas, com as intempéries climáticas, reconhecer os sons, perceber as pessoas e também a diferença de performances entre correr na esteira e na rua. Enfim, como sempre digo, devemos sempre buscar um equilíbrio e a corrida, com certeza, é uma ótima caminho para essa descoberta. Para os amantes do asfalto, reconsidere o uso da esteira. Da mesma maneira, aos que preferem a esteira, que tal se aventurar em praças, parques e provas de rua? Fica a sugestão para 2023. Um feliz Ano Novo para todos, que tem a corrida como um grande aliado.
11/11/2022 - Aulus Sellmer
O teste ergoespirométrico e suas particularidades
O teste ergoespirométrico e suas particularidades - Aulus Sellmer Sabemos da importância do teste ergoespirométrico para termos uma programação de treinos mais eficiente. Porém, há testes e testes... Quanto mais precisas as informações que seu treinador tem em mãos, mais personalizado será seu treino. Portanto, melhor será o desempenho nas provas que deseja realizar. É fundamental conhecer o local do teste e, também, ter uma conversa prévia com o avaliador para determinar o aumento da carga ou intensidade e duração do teste, que vai depender de seu atual condicionamento físico. Além disso, deixar claro qual é o objetivo do teste para você. Basicamente, há dois protocolos: em rampa com incrementos de carga em tempos curtos, onde não existe tempo para estabilizar a carga, e com um aumento contínuo de intensidade e inclinação. A outra opção seria o protocolo escalonado com incrementos de carga com um intervalo mínimo de 3 minutos ou mais, que seria um período suficiente para atingir a estabilização da frequência cardíaca, permitindo melhor avaliação do VO2 para cada carga ou na determinação dos limiares metabólicos através da coleta de lactato (indicador de fadiga muscular). Quanto ao local é ideal certificar-se de alguns fatores para que seu teste seja o mais preciso possível. A calibragem do ergoespiromêtro deve ser feita especialmente para realizar o seu teste – há muitos locais que a fazem somente uma vez no dia. Esse aparelho é que avalia o quanto de oxigênio você respira e o quanto você devolve de gás carbônico para o meio ambiente. São essas frações de oxigênio e gás carbônico durante o teste que os fisiologistas ou médicos usam para determinar os limiares e o seu VO2 máximo. A climatização da sala também é fundamental e há uma normatização estabelecida. O laboratório deverá ser bem iluminado, limpo e com controle da temperatura ambiente entre 18°C e 22°C, com umidade relativa do ar entre 50% e 70%. Outros equipamentos para ficarem atentos são o bocal com coletor de saliva por onde iremos inspirar e expirar e o ergômetro. O bocal é sempre a melhor opção, pois estando bem encaixado na boca, é mais efetivo do que a máscara. Já o ergômetro deve ser correspondente ao esporte praticado. Nós, corredores, precisamos de uma esteira. Fazer o teste numa bicicleta trará resultados nada confiáveis, nesse caso, pois os grupos musculares utilizados na bicicleta ergométrica é bem diferente de quando estamos correndo. Depois de verificar todos esses fatores, você precisa ainda prestar atenção em alguns detalhes importantes como estar bem descansado, alimentado, porém sem ter ingerido refrigerantes, café e suco de laranja, substâncias que alteram o comportamento do seu coração o que pode prejudicar o resultado do seu teste. Mentalmente, prepare-se para não desistir principalmente quando achar que chegou ao limite, sempre tem um pouco a mais para entregar. Pense que seu esforço precisa ser máximo, que com certeza é até um pouco além do que você mesmo imagina. Ah, e não se apoie na esteira, isso altera a mecânica do movimento da corrida. Espero que agora fique um pouco mais criterioso no momento de escolher o laboratório onde irá realizar esse teste. Pois um teste bem feito além dos limiares metabólicos ou zonas de treino e o valor do seu vo2 max é possível descobrir uma série de parâmetros fundamentais para montar o seu treino, como consumo de substratos (carboidrato, gordura e proteína), metabolismo basal, predominância de fibras musculares nas respectivas cargas etc. A precisão dos resultados é importante para que os treinadores de corrida possam propor um programa de treinos o mais personalizado possível para que você atingir a sua melhor performance em uma próxima prova. Bons treinos!
O teste ergoespirométrico e suas particularidades
O teste ergoespirométrico e suas particularidades - Aulus Sellmer Sabemos da importância do teste ergoespirométrico para termos uma programação de treinos mais eficiente. Porém, há testes e testes... Quanto mais precisas as informações que seu treinador tem em mãos, mais personalizado será seu treino. Portanto, melhor será o desempenho nas provas que deseja realizar. É fundamental conhecer o local do teste e, também, ter uma conversa prévia com o avaliador para determinar o aumento da carga ou intensidade e duração do teste, que vai depender de seu atual condicionamento físico. Além disso, deixar claro qual é o objetivo do teste para você. Basicamente, há dois protocolos: em rampa com incrementos de carga em tempos curtos, onde não existe tempo para estabilizar a carga, e com um aumento contínuo de intensidade e inclinação. A outra opção seria o protocolo escalonado com incrementos de carga com um intervalo mínimo de 3 minutos ou mais, que seria um período suficiente para atingir a estabilização da frequência cardíaca, permitindo melhor avaliação do VO2 para cada carga ou na determinação dos limiares metabólicos através da coleta de lactato (indicador de fadiga muscular). Quanto ao local é ideal certificar-se de alguns fatores para que seu teste seja o mais preciso possível. A calibragem do ergoespiromêtro deve ser feita especialmente para realizar o seu teste – há muitos locais que a fazem somente uma vez no dia. Esse aparelho é que avalia o quanto de oxigênio você respira e o quanto você devolve de gás carbônico para o meio ambiente. São essas frações de oxigênio e gás carbônico durante o teste que os fisiologistas ou médicos usam para determinar os limiares e o seu VO2 máximo. A climatização da sala também é fundamental e há uma normatização estabelecida. O laboratório deverá ser bem iluminado, limpo e com controle da temperatura ambiente entre 18°C e 22°C, com umidade relativa do ar entre 50% e 70%. Outros equipamentos para ficarem atentos são o bocal com coletor de saliva por onde iremos inspirar e expirar e o ergômetro. O bocal é sempre a melhor opção, pois estando bem encaixado na boca, é mais efetivo do que a máscara. Já o ergômetro deve ser correspondente ao esporte praticado. Nós, corredores, precisamos de uma esteira. Fazer o teste numa bicicleta trará resultados nada confiáveis, nesse caso, pois os grupos musculares utilizados na bicicleta ergométrica é bem diferente de quando estamos correndo. Depois de verificar todos esses fatores, você precisa ainda prestar atenção em alguns detalhes importantes como estar bem descansado, alimentado, porém sem ter ingerido refrigerantes, café e suco de laranja, substâncias que alteram o comportamento do seu coração o que pode prejudicar o resultado do seu teste. Mentalmente, prepare-se para não desistir principalmente quando achar que chegou ao limite, sempre tem um pouco a mais para entregar. Pense que seu esforço precisa ser máximo, que com certeza é até um pouco além do que você mesmo imagina. Ah, e não se apoie na esteira, isso altera a mecânica do movimento da corrida. Espero que agora fique um pouco mais criterioso no momento de escolher o laboratório onde irá realizar esse teste. Pois um teste bem feito além dos limiares metabólicos ou zonas de treino e o valor do seu vo2 max é possível descobrir uma série de parâmetros fundamentais para montar o seu treino, como consumo de substratos (carboidrato, gordura e proteína), metabolismo basal, predominância de fibras musculares nas respectivas cargas etc. A precisão dos resultados é importante para que os treinadores de corrida possam propor um programa de treinos o mais personalizado possível para que você atingir a sua melhor performance em uma próxima prova. Bons treinos!
13/10/2022 - Aulus Sellmer
Piriri na corrida ou no treino!!!
Piriri na Corrida ou no treino!!! O tema que escolhi este mês não é um assunto tão agradável, mas muito importante para nós que gostamos de correr. Você já foi acometido por um piriri no meio de sua prova de corrida e teve que encarar aqueles banheiros químicos nojentos que encontramos nas provas? Ou pior ainda, não ter nem eles para te socorrer? Bem, assunto não é muito agradável, mas irei tentar te ajudar para não ter que passar por esta situação quando estiver na reta final de sua melhor performance em uma prova de corrida. As temíveis cólicas normalmente são caracterizadas por contrações na musculatura, geralmente abdominal, podendo ocorrer também no intestino e no útero para as mulheres. Depois de conversar com vários nutricionistas descobri que está dor insuportável esta diretamente relacionada a forma com que nos alimentamos, podendo ter também fatores psicológicos que podem acabar contribuindo para aumentar ou diminuir o peristaltismo que é o movimento intestinal que leva a uma maior ou menor absorção de líquido do bolo fecal, tendo como consequência aquela vontade absurda de ir no banheiro urgente. Pois não podemos esquecer que correr colabora e muito para o peristaltismo e dependendo de qual foi a sua alimentação pré ou durante a prova, sua ingestão e perda de líquidos e fatores psicológicos podem contribuir para um pit stop nas famosas cabines azuis que encontramos nas provas. Para os nutricionistas a primeira preocupação seria conhecer melhor o seu corpo para enfrentar as cólicas e desarranjos intestinais. No caso das mulheres, não podemos esquecer o ciclo menstrual, onde os hormônios podem contribuir bastante para que as cólicas estejam presentes. Já com relação à alimentação a primeira providência seria não errar no horário de realizar as suas refeições antes do treino ou de uma prova. Ingerir alimentos de difícil digestão, ou alimentos que não estamos acostumados e não conhecemos podem gerar problemas durante a sua corrida. Tente sempre esperar um pouco antes de iniciar seu treino ou sua prova. Às vezes o melhor é ingerir somente líquidos, facilitando assim a sua digestão. Um bom exemplo seriam os carbogel que para muitos corredores trazem um grande desconforto logo após a sua ingestão. Por estas razões, experimentar durante os treinos a marca que melhor se adapta seria uma boa dica. Pois também devemos treinar nosso intestino com sabores que menos agride todo este processo de digestão. São bilhões bactérias envolvidas na digestão e em alguns casos a situação não fica tão agradável e junto com os alimentos que ingerimos as bactérias podem provocar reações que geram as cólicas e o famoso piriri. Outro erro comum seria exagerar na ingestão de fibras antes ou durante o treino, pois temos certa dificuldade de digerir estes alimentos. O efeito pode ser devastador, provocando gases, desconforto abdominal e as cólicas durante a sua corrida. Aquela barrinha de cereal antes do treino pode gerar um problemão durante o treino, conforme os nutricionistas me contaram. Não podemos esquecer os famosos estimulantes pré-treinos/provas. Ali temos geralmente cafeína, taurina etc. Estas substâncias acabam aumentando a velocidade do trânsito intestinal o que no momento de sua corrida pode não ser tão agradável. Resumindo.... a minha conclusão seria que seguindo as dicas acima, conhecendo e testando seu organismo com alimentos que ingerimos antes do treino ou até mesmo durante, teremos condições de saber o que melhor funciona para não ter que realizar um pit stop durante uma prova ou um treino. Um bom exemplo que posso citar aconteceu com um corredor que oriento. Não conseguimos achar nenhum sabor e marca de carbogel que o ajudava na sua suplementação durante a sua prova e sempre o piriri estava presente, prejudicando toda a sua meta de atingir um bom tempo. Depois de várias nutricionistas, trabalhos mentais, chegamos a conclusão de não mais usar este tipo de suplementação, substituindo por maltodestrina na água ou até mesmo não suplementar. Levaram alguns meses, mais hoje ele sabe o que comer antes e durante a sua prova para nunca mais ter problemas de cólicas e desarranjos intestinais. A solução foram os pró-bióticos e pré-bióticos que ajudaram a regularizar seu organismo como também meios alternativos naturais que foram bons aliados. Suplementos como os lactobacilos contribuíram para melhorar o trânsito intestinal e evitaram problemas intestinais, como também uma conversa com o médico que foi muito importante para saber se existem outras causas que geravam estes problemas. Em uma próxima coluna podemos escrever sobre as cólicas menstruais e a corrida. Até a próxima, e bons treinos.
Piriri na corrida ou no treino!!!
Piriri na Corrida ou no treino!!! O tema que escolhi este mês não é um assunto tão agradável, mas muito importante para nós que gostamos de correr. Você já foi acometido por um piriri no meio de sua prova de corrida e teve que encarar aqueles banheiros químicos nojentos que encontramos nas provas? Ou pior ainda, não ter nem eles para te socorrer? Bem, assunto não é muito agradável, mas irei tentar te ajudar para não ter que passar por esta situação quando estiver na reta final de sua melhor performance em uma prova de corrida. As temíveis cólicas normalmente são caracterizadas por contrações na musculatura, geralmente abdominal, podendo ocorrer também no intestino e no útero para as mulheres. Depois de conversar com vários nutricionistas descobri que está dor insuportável esta diretamente relacionada a forma com que nos alimentamos, podendo ter também fatores psicológicos que podem acabar contribuindo para aumentar ou diminuir o peristaltismo que é o movimento intestinal que leva a uma maior ou menor absorção de líquido do bolo fecal, tendo como consequência aquela vontade absurda de ir no banheiro urgente. Pois não podemos esquecer que correr colabora e muito para o peristaltismo e dependendo de qual foi a sua alimentação pré ou durante a prova, sua ingestão e perda de líquidos e fatores psicológicos podem contribuir para um pit stop nas famosas cabines azuis que encontramos nas provas. Para os nutricionistas a primeira preocupação seria conhecer melhor o seu corpo para enfrentar as cólicas e desarranjos intestinais. No caso das mulheres, não podemos esquecer o ciclo menstrual, onde os hormônios podem contribuir bastante para que as cólicas estejam presentes. Já com relação à alimentação a primeira providência seria não errar no horário de realizar as suas refeições antes do treino ou de uma prova. Ingerir alimentos de difícil digestão, ou alimentos que não estamos acostumados e não conhecemos podem gerar problemas durante a sua corrida. Tente sempre esperar um pouco antes de iniciar seu treino ou sua prova. Às vezes o melhor é ingerir somente líquidos, facilitando assim a sua digestão. Um bom exemplo seriam os carbogel que para muitos corredores trazem um grande desconforto logo após a sua ingestão. Por estas razões, experimentar durante os treinos a marca que melhor se adapta seria uma boa dica. Pois também devemos treinar nosso intestino com sabores que menos agride todo este processo de digestão. São bilhões bactérias envolvidas na digestão e em alguns casos a situação não fica tão agradável e junto com os alimentos que ingerimos as bactérias podem provocar reações que geram as cólicas e o famoso piriri. Outro erro comum seria exagerar na ingestão de fibras antes ou durante o treino, pois temos certa dificuldade de digerir estes alimentos. O efeito pode ser devastador, provocando gases, desconforto abdominal e as cólicas durante a sua corrida. Aquela barrinha de cereal antes do treino pode gerar um problemão durante o treino, conforme os nutricionistas me contaram. Não podemos esquecer os famosos estimulantes pré-treinos/provas. Ali temos geralmente cafeína, taurina etc. Estas substâncias acabam aumentando a velocidade do trânsito intestinal o que no momento de sua corrida pode não ser tão agradável. Resumindo.... a minha conclusão seria que seguindo as dicas acima, conhecendo e testando seu organismo com alimentos que ingerimos antes do treino ou até mesmo durante, teremos condições de saber o que melhor funciona para não ter que realizar um pit stop durante uma prova ou um treino. Um bom exemplo que posso citar aconteceu com um corredor que oriento. Não conseguimos achar nenhum sabor e marca de carbogel que o ajudava na sua suplementação durante a sua prova e sempre o piriri estava presente, prejudicando toda a sua meta de atingir um bom tempo. Depois de várias nutricionistas, trabalhos mentais, chegamos a conclusão de não mais usar este tipo de suplementação, substituindo por maltodestrina na água ou até mesmo não suplementar. Levaram alguns meses, mais hoje ele sabe o que comer antes e durante a sua prova para nunca mais ter problemas de cólicas e desarranjos intestinais. A solução foram os pró-bióticos e pré-bióticos que ajudaram a regularizar seu organismo como também meios alternativos naturais que foram bons aliados. Suplementos como os lactobacilos contribuíram para melhorar o trânsito intestinal e evitaram problemas intestinais, como também uma conversa com o médico que foi muito importante para saber se existem outras causas que geravam estes problemas. Em uma próxima coluna podemos escrever sobre as cólicas menstruais e a corrida. Até a próxima, e bons treinos.
14/09/2022 - Aulus Sellmer
Qual o Melhor piso para correr
Qual é o melhor piso para você correr? Por Aulus Sellmer Há certo tempo, quero abordar este tema em meu espaço aqui na revista, mas sempre achei que todos sabiam as diferenças de densidades dos solos para se correr. Porém, após constatar uma corredora realizando seus treinos longos para uma maratona só em calçadas, percebi o tema como importante a ser tratado. Ainda mais tendo uma estatística relevante a considerar: mais de 80% dos corredores amadores sofrem com lesões logo no primeiro ano e um dos fatores pode ser a escolha do piso para se correr – a grande maioria pratica a corrida em asfalto ou concreto – ou ainda realizar os treinos em pisos variados durante a sua programação Pela ordem, da maior para a menor densidade, onde a maior densidade provoca maior impacto: concreto, asfalto, pista de atletismo, areia batida e grama. Tente se lembrar de um treino realizado no asfalto. Provavelmente, você sentiu suas articulações sofrerem mais. Já, ao correr na grama ou areia batida, seus músculos devem ter se sobrecarregado e, consequentemente, sentiu aquelas dores típicas no dia seguinte com maior intensidade. Portanto, solos mais densos “atacam” articulações e os menos densos, os músculos. Estudos mostram que, correndo na mesma velocidade e com o mesmo calçado, treinar na areia ou grama natural é mais benéfico do que no asfalto, quando se pretende diminuir o estresse articular e fortalecer seus músculos. Um dos motivos, e você já deve ter sentido isso, em asfalto há mais pressão na sola do pé do que correr na grama. Porém, se pensarmos em sobrecarga muscular, a grama ou areia irá impactar mais do que um solo duro. Por exemplo, um treino intervalado de velocidade vai deixar seus músculos bem doloridos em função de uma perda de energia em função da densidade menor da areia ou da grama. Ao inverter a situação, realizando esse treino em solo denso, suas articulações sofreriam mais do que os músculos. Não podemos esquecer de outras variáveis que influem nesse desempenho. O nível de impacto nas articulações ou sobrecarga nos músculos pode variar, basicamente, dependendo de seu peso, da velocidade da sua corrida e do amortecimento resultante da nossa pisada contra o chão. Esse amortecimento está relacionado com o tênis que usamos – lembre-se: um tênis com mais conforto, propicia melhor distribuição de impacto. Agora, você deve estar pensando como equilibrar tudo isso ou qual o melhor solo para se treinar. O melhor cenário, claro, seria uma pista de atletismo. Ela foi desenvolvida para isso, certo? Mas quem tem o privilégio para ter acesso diário a uma estrutura como essa? Então, não existe uma solução mágica. Entretanto, correr sempre no asfalto ou sempre na grama ou sempre na esteira não me parece prudente quando o assunto é treinamento para corredores de rua. Variar é o mais interessante e principalmente saber variar com bom senso, para não acontecer o que aconteceu com a corredora que escolheu as calçadas de São Paulo para realizar seus longos, uma lesão articular que atrapalhou seu cronograma de treinos. É bem difícil correr constantemente em trilhas de grama, terra, areia sempre, mas você pode montar uma estratégia que proteja seus músculos e articulações, realizando os treinos certos em pisos que sejam menos agressivos, dependendo dos seus objetivos com a corrida. Um bom exemplo são os corredores de montanha que geralmente somente no final de semana conseguem encarar as trilhas. Uma dica importante é procurar saber, antes de correr, como será o percurso e que tipo de piso terá de enfrentar, assim da melhor maneira possível, estará prevenindo lesões e ajudando você a ir além dos seus limites. Treinamento é uma combinação de fatores, e o piso em que você corre também deve ser levado em consideração. Bons treinos!
Qual o Melhor piso para correr
Qual é o melhor piso para você correr? Por Aulus Sellmer Há certo tempo, quero abordar este tema em meu espaço aqui na revista, mas sempre achei que todos sabiam as diferenças de densidades dos solos para se correr. Porém, após constatar uma corredora realizando seus treinos longos para uma maratona só em calçadas, percebi o tema como importante a ser tratado. Ainda mais tendo uma estatística relevante a considerar: mais de 80% dos corredores amadores sofrem com lesões logo no primeiro ano e um dos fatores pode ser a escolha do piso para se correr – a grande maioria pratica a corrida em asfalto ou concreto – ou ainda realizar os treinos em pisos variados durante a sua programação Pela ordem, da maior para a menor densidade, onde a maior densidade provoca maior impacto: concreto, asfalto, pista de atletismo, areia batida e grama. Tente se lembrar de um treino realizado no asfalto. Provavelmente, você sentiu suas articulações sofrerem mais. Já, ao correr na grama ou areia batida, seus músculos devem ter se sobrecarregado e, consequentemente, sentiu aquelas dores típicas no dia seguinte com maior intensidade. Portanto, solos mais densos “atacam” articulações e os menos densos, os músculos. Estudos mostram que, correndo na mesma velocidade e com o mesmo calçado, treinar na areia ou grama natural é mais benéfico do que no asfalto, quando se pretende diminuir o estresse articular e fortalecer seus músculos. Um dos motivos, e você já deve ter sentido isso, em asfalto há mais pressão na sola do pé do que correr na grama. Porém, se pensarmos em sobrecarga muscular, a grama ou areia irá impactar mais do que um solo duro. Por exemplo, um treino intervalado de velocidade vai deixar seus músculos bem doloridos em função de uma perda de energia em função da densidade menor da areia ou da grama. Ao inverter a situação, realizando esse treino em solo denso, suas articulações sofreriam mais do que os músculos. Não podemos esquecer de outras variáveis que influem nesse desempenho. O nível de impacto nas articulações ou sobrecarga nos músculos pode variar, basicamente, dependendo de seu peso, da velocidade da sua corrida e do amortecimento resultante da nossa pisada contra o chão. Esse amortecimento está relacionado com o tênis que usamos – lembre-se: um tênis com mais conforto, propicia melhor distribuição de impacto. Agora, você deve estar pensando como equilibrar tudo isso ou qual o melhor solo para se treinar. O melhor cenário, claro, seria uma pista de atletismo. Ela foi desenvolvida para isso, certo? Mas quem tem o privilégio para ter acesso diário a uma estrutura como essa? Então, não existe uma solução mágica. Entretanto, correr sempre no asfalto ou sempre na grama ou sempre na esteira não me parece prudente quando o assunto é treinamento para corredores de rua. Variar é o mais interessante e principalmente saber variar com bom senso, para não acontecer o que aconteceu com a corredora que escolheu as calçadas de São Paulo para realizar seus longos, uma lesão articular que atrapalhou seu cronograma de treinos. É bem difícil correr constantemente em trilhas de grama, terra, areia sempre, mas você pode montar uma estratégia que proteja seus músculos e articulações, realizando os treinos certos em pisos que sejam menos agressivos, dependendo dos seus objetivos com a corrida. Um bom exemplo são os corredores de montanha que geralmente somente no final de semana conseguem encarar as trilhas. Uma dica importante é procurar saber, antes de correr, como será o percurso e que tipo de piso terá de enfrentar, assim da melhor maneira possível, estará prevenindo lesões e ajudando você a ir além dos seus limites. Treinamento é uma combinação de fatores, e o piso em que você corre também deve ser levado em consideração. Bons treinos!
15/08/2022 - Aulus Sellmer
"Fake Training"
Fake Training Na onda do debate sobre Fake News, nós, corredores, precisamos também nos atentar a esse assunto no mundo da corrida. Podemos chamar de Fake Training esse bombardeio que vem, geralmente, das mídias sociais e, também, dos aplicativos. Com uma roupagem profissional, nos são apresentadas sugestões de como treinar para melhorar a performance na corrida, ter aproveitamento mais eficiente no fortalecimento muscular, tratar lesões ou como montar uma planilha de treinos. Sem contar nas dietas e suplementações milagrosas para emagrecer em poucas semanas. Então, tome muito cuidado. Você pode estar sob influência de pessoas sem formação acadêmica ou, até mesmo, de professores de educação física, que passam treinos sem coerência ou sem uma confirmação se os caminhos apontados possuem um embasamento científico. Para isso, vou tentar ajudar você, leitor, a fazer uma análise do conteúdo que consome nas redes sociais. Tenha em mente que existem três componentes em seu treino que não podemos ignorar. Em ordem de importância, temos descanso, alimentação e o treino proposto. Quando há um desequilíbrio em algum desses componentes, provavelmente o sucesso não será alcançado. Portanto, preste atenção se o canal que você consulta consegue abordar e aprofundar esses pontos. Pouca gente dá atenção, mas o sono pode ser um fator determinante para a fórmula funcionar. Cada tipo de treinamento e estímulo usados na programação demanda um tempo de descanso específico até que a musculatura envolvida esteja recuperada e pronta para receber um novo estímulo. Hoje até existem relógios com programas que calculam, em função do seu treino, qual o período de descanso para realizar seu próximo estímulo ou treino. Quanto à alimentação, o número de refeições e calorias ideais para quem corre regularmente varia de acordo com as necessidades energéticas de cada corredor. É necessário, avaliar se você está magro ou magra demais ou com excesso de peso e, também, se existe a intenção de ganho muscular. O importante é compreender que todos os grupos alimentares devem estar presentes. O que fica como regra é fazer da sua alimentação diária um momento de prazer, no qual boas escolhas farão toda a diferença. Como também as refeições pré e pós treino exclusivas para você. Somente um nutricionista poderá te ajudar. Dietas milagrosas é o que mais encontramos hoje nas redes sociais, mas será que realmente funciona? Ao falarmos de treinos, as opções de programas são infinitas e é necessário ter uma excelente orientação profissional, que será adaptada ao atual nível de condicionamento físico. A programação precisa de um objetivo e passar por todas as fases como as de hipertrofia, força, resistência, potência (velocidade), metabólica e, finalmente, polimento. Todas as fases devem ser adaptadas em função do tempo que possui e o nível de condicionamento para conseguir ter uma excelente performance, após alguns meses de treinamento. Portanto, treinos isolados e sem orientação, pinçados de alguma mídia social, são perigosos por não estarem alinhados com seus objetivos e, muito menos, com sua alimentação e escala de descanso. Mesmo se você não segue uma programação de treinos, os métodos sugeridos são generalistas e dificilmente atenderão alguma especificidade do seu organismo. O recado mais importante desta coluna é que temos de ser bem criteriosos e investigar realmente se os itens acima possuem um embasamento científico, que respeita os últimos estudos. Sei que todos nós temos redes sociais e fuçamos as informações e treinos, mas antes de realizá-los, precisamos refletir e realizar uma análise crítica sobre o conteúdo proposto e a credibilidade do autor. E, por favor, risque da sua lista aqueles que prometem milagres num curto espaço de tempo. Cuidado e bons treinos.
"Fake Training"
Fake Training Na onda do debate sobre Fake News, nós, corredores, precisamos também nos atentar a esse assunto no mundo da corrida. Podemos chamar de Fake Training esse bombardeio que vem, geralmente, das mídias sociais e, também, dos aplicativos. Com uma roupagem profissional, nos são apresentadas sugestões de como treinar para melhorar a performance na corrida, ter aproveitamento mais eficiente no fortalecimento muscular, tratar lesões ou como montar uma planilha de treinos. Sem contar nas dietas e suplementações milagrosas para emagrecer em poucas semanas. Então, tome muito cuidado. Você pode estar sob influência de pessoas sem formação acadêmica ou, até mesmo, de professores de educação física, que passam treinos sem coerência ou sem uma confirmação se os caminhos apontados possuem um embasamento científico. Para isso, vou tentar ajudar você, leitor, a fazer uma análise do conteúdo que consome nas redes sociais. Tenha em mente que existem três componentes em seu treino que não podemos ignorar. Em ordem de importância, temos descanso, alimentação e o treino proposto. Quando há um desequilíbrio em algum desses componentes, provavelmente o sucesso não será alcançado. Portanto, preste atenção se o canal que você consulta consegue abordar e aprofundar esses pontos. Pouca gente dá atenção, mas o sono pode ser um fator determinante para a fórmula funcionar. Cada tipo de treinamento e estímulo usados na programação demanda um tempo de descanso específico até que a musculatura envolvida esteja recuperada e pronta para receber um novo estímulo. Hoje até existem relógios com programas que calculam, em função do seu treino, qual o período de descanso para realizar seu próximo estímulo ou treino. Quanto à alimentação, o número de refeições e calorias ideais para quem corre regularmente varia de acordo com as necessidades energéticas de cada corredor. É necessário, avaliar se você está magro ou magra demais ou com excesso de peso e, também, se existe a intenção de ganho muscular. O importante é compreender que todos os grupos alimentares devem estar presentes. O que fica como regra é fazer da sua alimentação diária um momento de prazer, no qual boas escolhas farão toda a diferença. Como também as refeições pré e pós treino exclusivas para você. Somente um nutricionista poderá te ajudar. Dietas milagrosas é o que mais encontramos hoje nas redes sociais, mas será que realmente funciona? Ao falarmos de treinos, as opções de programas são infinitas e é necessário ter uma excelente orientação profissional, que será adaptada ao atual nível de condicionamento físico. A programação precisa de um objetivo e passar por todas as fases como as de hipertrofia, força, resistência, potência (velocidade), metabólica e, finalmente, polimento. Todas as fases devem ser adaptadas em função do tempo que possui e o nível de condicionamento para conseguir ter uma excelente performance, após alguns meses de treinamento. Portanto, treinos isolados e sem orientação, pinçados de alguma mídia social, são perigosos por não estarem alinhados com seus objetivos e, muito menos, com sua alimentação e escala de descanso. Mesmo se você não segue uma programação de treinos, os métodos sugeridos são generalistas e dificilmente atenderão alguma especificidade do seu organismo. O recado mais importante desta coluna é que temos de ser bem criteriosos e investigar realmente se os itens acima possuem um embasamento científico, que respeita os últimos estudos. Sei que todos nós temos redes sociais e fuçamos as informações e treinos, mas antes de realizá-los, precisamos refletir e realizar uma análise crítica sobre o conteúdo proposto e a credibilidade do autor. E, por favor, risque da sua lista aqueles que prometem milagres num curto espaço de tempo. Cuidado e bons treinos.
18/07/2022 - Aulus Sellmer
"Meu Ventrículo Esquerdo e a Corrida"
O Meu Ventrículo Esquerdo e a corrida Aulus Sellmer O exercício físico regular e sitemático altera a aparência e o funcionamento do coração humano. Ao escolher um esporte, algumas adaptações precisam ser feitas pelo treinador. Inclusive, adaptações de intensidade dentro da própria modalidade. Na corrida, por exemplo, temos de lidar com treinos de maior intensidade ou mais leves e longos. No geral, o coração se adapta ao esporte praticado, tendo mais dilatação das suas cavidades e hipertrofia de suas paredes e mais bradicardia (menos batimentos por minuto), dependendo do tempo e intensidade do treinamento. O ventrículo esquerdo, em particular, é a parte mais alterada por influência do exercícios físico. Essa câmara do coração recebe sangue rico em oxigênio dos pulmões e o bombeia para o resto do corpo, usando um movimento vigoroso de contração e relaxamento, como se fosse uma esponja espremida antes de voltar à forma. A corrida e a natação requerem grande quantidade de oxigênio para ser fornecida aos músculos em atividade, exigindo muito do ventrículo esquerdo. Em resposta, essa parte do coração se torna maior, mais elástica e mais forte do que em pessoas sedentárias. Além disso, funciona com mais eficiência, preenchendo-se com sangue de forma mais rápida em cada batimento cardíaco. Porém, há uma diferença entre os corações de corredores e nadadores. O ventrículo esquerdo de quem corre enche e relaxa mais rápido. Em teoria, essas diferenças devem permitir que o sangue se mova de volta aos corações dos corredores mais rapidamente, porém isso não significa que funcionam de forma mais eficiente. Como os nadadores se exercitam em posição horizontal, seus corações não precisam lutar contra a gravidade para levar o sangue de volta ao coração, ao contrário dos corredores verticais. Já os ventrículos esquerdos dos remadores possuem maior massa muscular do que corredores e nadadores, pois é um esporte de muita potência. A figura deixa bem clara a intensidade do funcionamento do coração de um remador. Tanto a Contração Voluntária Máxima (CVM), de predomínio anaeróbio, como o VO2 Máximo, predomínio aeróbio, estão trabalhando em alta intensidade. No caso da corrida, perceba como ela de fato tem diversas adaptações de acordo com a sua intensidade – tiro, meia distância e maratona possuem todos CVMs e VO2 Máximos em diferentes posições. Podemos dizer que o coração de um corredor de meia distância é um pouco mais forte do que os de curta e longa, já que possui um CVM moderado e um VO2 Máximo mais intenso. Por isso, não só as diversas modalidades esportivas precisam de suas adaptações, mas também dentro da própria modalidade o coração precisa ser treinado de forma diferente. As adaptações influenciam na massa muscular do coração, capacidade de enchimento do ventrículo esquerdo, espessura das camadas das respectivas câmaras, velocidade do impulso nervoso e uma série de ajustes que todos nós precisamos saber no momento de escolhermos determinadas formas de treinar. Quando for montar seu treino de corrida não se esqueça de todos esses fatores importantes para que seu coração funcione bem agora e, principalmente, lá na frente quando estiver mais velho. Bons treinos!
"Meu Ventrículo Esquerdo e a Corrida"
O Meu Ventrículo Esquerdo e a corrida Aulus Sellmer O exercício físico regular e sitemático altera a aparência e o funcionamento do coração humano. Ao escolher um esporte, algumas adaptações precisam ser feitas pelo treinador. Inclusive, adaptações de intensidade dentro da própria modalidade. Na corrida, por exemplo, temos de lidar com treinos de maior intensidade ou mais leves e longos. No geral, o coração se adapta ao esporte praticado, tendo mais dilatação das suas cavidades e hipertrofia de suas paredes e mais bradicardia (menos batimentos por minuto), dependendo do tempo e intensidade do treinamento. O ventrículo esquerdo, em particular, é a parte mais alterada por influência do exercícios físico. Essa câmara do coração recebe sangue rico em oxigênio dos pulmões e o bombeia para o resto do corpo, usando um movimento vigoroso de contração e relaxamento, como se fosse uma esponja espremida antes de voltar à forma. A corrida e a natação requerem grande quantidade de oxigênio para ser fornecida aos músculos em atividade, exigindo muito do ventrículo esquerdo. Em resposta, essa parte do coração se torna maior, mais elástica e mais forte do que em pessoas sedentárias. Além disso, funciona com mais eficiência, preenchendo-se com sangue de forma mais rápida em cada batimento cardíaco. Porém, há uma diferença entre os corações de corredores e nadadores. O ventrículo esquerdo de quem corre enche e relaxa mais rápido. Em teoria, essas diferenças devem permitir que o sangue se mova de volta aos corações dos corredores mais rapidamente, porém isso não significa que funcionam de forma mais eficiente. Como os nadadores se exercitam em posição horizontal, seus corações não precisam lutar contra a gravidade para levar o sangue de volta ao coração, ao contrário dos corredores verticais. Já os ventrículos esquerdos dos remadores possuem maior massa muscular do que corredores e nadadores, pois é um esporte de muita potência. A figura deixa bem clara a intensidade do funcionamento do coração de um remador. Tanto a Contração Voluntária Máxima (CVM), de predomínio anaeróbio, como o VO2 Máximo, predomínio aeróbio, estão trabalhando em alta intensidade. No caso da corrida, perceba como ela de fato tem diversas adaptações de acordo com a sua intensidade – tiro, meia distância e maratona possuem todos CVMs e VO2 Máximos em diferentes posições. Podemos dizer que o coração de um corredor de meia distância é um pouco mais forte do que os de curta e longa, já que possui um CVM moderado e um VO2 Máximo mais intenso. Por isso, não só as diversas modalidades esportivas precisam de suas adaptações, mas também dentro da própria modalidade o coração precisa ser treinado de forma diferente. As adaptações influenciam na massa muscular do coração, capacidade de enchimento do ventrículo esquerdo, espessura das camadas das respectivas câmaras, velocidade do impulso nervoso e uma série de ajustes que todos nós precisamos saber no momento de escolhermos determinadas formas de treinar. Quando for montar seu treino de corrida não se esqueça de todos esses fatores importantes para que seu coração funcione bem agora e, principalmente, lá na frente quando estiver mais velho. Bons treinos!
14/06/2022 - Aulus Sellmer
"Gripe, Resfriado, Vacina e Corrida Combinam?"
Gripe, Resfriado, Vacina e Corrida combinam? Aulus Sellmer Para mim, o inverno é a estação mais complicada para se treinar devido às doenças respiratórias que nosso organismo está sujeito. Gripe e resfriado interrompem o treino de muita gente. A vacina é um facilitador para tentar manter-se firme na programação, mas ainda assim você não está livre de seus efeitos colaterais. Então, quando devo ou não treinar? O que fazer para minimizar as chances de ficar doente e continuar com os treinos? Será que vale a pena tomar a vacina da gripe? São muitas dúvidas para nós corredores e vou tentar esclarecer e assim te ajudar na programação de seus treinos, pois o que não pode acontecer e deixar de treinar neste frio que se aproxima. É muito importante estar ciente da diferença entre gripe e resfriado. A gripe é uma doença com início súbito e mais grave do que o resfriado comum. Ela compromete de maneira significativa o estado geral da pessoa, diferentemente do resfriado que geralmente só compromete o nariz e a garganta. Ou seja, gripe derruba, literalmente, as pessoas na cama. Por essa razão, a decisão em treinar ou não vai depender da doença. Para um corredor saudável e bem condicionado, geralmente, um resfriado não vai atrapalhar o desempenho, pois seu sistema imunológico será capaz de suprir suas funções, como curar uma infecção respiratória e propiciar a recuperação de micro lesões que temos em nossos músculos quando treinamos. Porém, no caso da gripe, fazer atividade física não é recomendado, porque vai piorar o quadro da doença. Além disso, os benefícios que seriam gerados pelos exercícios ficarão totalmente comprometidos. Treinar gripado apenas deprimirá mais ainda as defesas imunológicas, podendo, inclusive, agravar o quadro. E a vacina, vale à pena tomá-la? Muitas pessoas “juram de pés juntos” que a vacina contra a gripe sempre as deixa doentes logo após sua aplicação e, assim como ter contraído uma gripe, acabam perdendo suas sessões de treinos. Mas como uma vacina pode deixar alguém doente? É verdadeiro? O sistema imunológico leva cerca de duas semanas para criar as defesas necessárias contra o vírus. Assim, como as campanhas normalmente ocorrem durante os períodos nos quais esses microrganismos estão circulando, as pessoas que afirmam terem ficado doentes podem, simplesmente, ter desenvolvido a doença antes ou logo após a imunização. O outro motivo é a forma como as vacinas são produzidas. Todos os anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) seleciona três tipos de vírus com maior probabilidade de ocorrer. Porém, apesar dessa escolha não ser feita ao acaso, existe a chance de que a imunização não seja completamente eficaz. Tanto que alguns estudos estimam um índice de eficácia das vacinas de 60%. Não podemos nos esquecer de que cada caso é um caso e algumas pessoas respondem melhor à vacina. Somado a esse fato, a faixa-etária tem um papel muito importante, pois os mais jovens respondem melhor do que as pessoas mais idosas. É por essa razão que se recomenda a vacina a esse grupo de indivíduos. Eu sempre tomei a vacina contra a gripe, e há anos não fico doente. Sou um defensor da importância de ter sua carteira de vacinas em dia, não só para a gripe, mas para todos os outros tipos de doenças que hoje temos vacinas para nós adultos. Assim, posso continuar a treinar no inverno e em qualquer época do ano e em qualquer parte do mundo, pois só assim para proteger ainda mais o meu organismo e fortalecer meu sistema imunológico. Bons treinos!
"Gripe, Resfriado, Vacina e Corrida Combinam?"
Gripe, Resfriado, Vacina e Corrida combinam? Aulus Sellmer Para mim, o inverno é a estação mais complicada para se treinar devido às doenças respiratórias que nosso organismo está sujeito. Gripe e resfriado interrompem o treino de muita gente. A vacina é um facilitador para tentar manter-se firme na programação, mas ainda assim você não está livre de seus efeitos colaterais. Então, quando devo ou não treinar? O que fazer para minimizar as chances de ficar doente e continuar com os treinos? Será que vale a pena tomar a vacina da gripe? São muitas dúvidas para nós corredores e vou tentar esclarecer e assim te ajudar na programação de seus treinos, pois o que não pode acontecer e deixar de treinar neste frio que se aproxima. É muito importante estar ciente da diferença entre gripe e resfriado. A gripe é uma doença com início súbito e mais grave do que o resfriado comum. Ela compromete de maneira significativa o estado geral da pessoa, diferentemente do resfriado que geralmente só compromete o nariz e a garganta. Ou seja, gripe derruba, literalmente, as pessoas na cama. Por essa razão, a decisão em treinar ou não vai depender da doença. Para um corredor saudável e bem condicionado, geralmente, um resfriado não vai atrapalhar o desempenho, pois seu sistema imunológico será capaz de suprir suas funções, como curar uma infecção respiratória e propiciar a recuperação de micro lesões que temos em nossos músculos quando treinamos. Porém, no caso da gripe, fazer atividade física não é recomendado, porque vai piorar o quadro da doença. Além disso, os benefícios que seriam gerados pelos exercícios ficarão totalmente comprometidos. Treinar gripado apenas deprimirá mais ainda as defesas imunológicas, podendo, inclusive, agravar o quadro. E a vacina, vale à pena tomá-la? Muitas pessoas “juram de pés juntos” que a vacina contra a gripe sempre as deixa doentes logo após sua aplicação e, assim como ter contraído uma gripe, acabam perdendo suas sessões de treinos. Mas como uma vacina pode deixar alguém doente? É verdadeiro? O sistema imunológico leva cerca de duas semanas para criar as defesas necessárias contra o vírus. Assim, como as campanhas normalmente ocorrem durante os períodos nos quais esses microrganismos estão circulando, as pessoas que afirmam terem ficado doentes podem, simplesmente, ter desenvolvido a doença antes ou logo após a imunização. O outro motivo é a forma como as vacinas são produzidas. Todos os anos a Organização Mundial de Saúde (OMS) seleciona três tipos de vírus com maior probabilidade de ocorrer. Porém, apesar dessa escolha não ser feita ao acaso, existe a chance de que a imunização não seja completamente eficaz. Tanto que alguns estudos estimam um índice de eficácia das vacinas de 60%. Não podemos nos esquecer de que cada caso é um caso e algumas pessoas respondem melhor à vacina. Somado a esse fato, a faixa-etária tem um papel muito importante, pois os mais jovens respondem melhor do que as pessoas mais idosas. É por essa razão que se recomenda a vacina a esse grupo de indivíduos. Eu sempre tomei a vacina contra a gripe, e há anos não fico doente. Sou um defensor da importância de ter sua carteira de vacinas em dia, não só para a gripe, mas para todos os outros tipos de doenças que hoje temos vacinas para nós adultos. Assim, posso continuar a treinar no inverno e em qualquer época do ano e em qualquer parte do mundo, pois só assim para proteger ainda mais o meu organismo e fortalecer meu sistema imunológico. Bons treinos!
11/05/2022 - Aulus Sellmer
Sustentabilidade e Corrida
Todos nós percebemos que o nosso planeta esta sofrendo bastante com a quantidade de lixo que nós humanos e corredores também produzimos. Esta muito claro que precisamos propor alternativas para de alguma forma ficar livre dos plásticos e outro lixo que geramos nas ruas quando treinamos ou nas provas que participamos. São muitos copos, garrafas que jogamos nas ruas durante uma maratona ou até mesmo durante um treino de uma assessoria nos parques das nossas cidades. Lá fora, é claro, já existem estudos que avaliam os efeitos ambientais e sociais de eventos esportivos e em alguns países já é oferecida uma certificação para aqueles organizadores que aderem às melhores práticas. Ninguém gosta de ver uma rua cheia de garrafas ou copos plásticos de uso único, mesmo podendo ser limpo e reciclado, o que torna isso diferente do que você vem fazendo em sua casa com a coleta seletiva de lixo, privilégio de alguns bairros do município de São Paulo. Na cidade universitária em São Paulo, onde aos sábados temos mais de 5 mil corredores treinando, a quantidade de lixo plástico chega a casa de toneladas por mês, um grande problema que precisamos resolver o mais rápido possível, pois o nosso planeta esta pedindo soluções. A reciclagem é uma opção forte, mas reduzir a quantidade usada é ainda melhor ou buscar alternativas sem agredir o meio ambiente seria melhor ainda. Fiz uma pesquisa e descobri que algumas maratonas foram bem criativas para tentar limitar seu lixo descartável e outros descartáveis. A Maratona de Londres deste ano, por exemplo, reduziu o número de garrafas plásticas em mais de 215.000 em comparação com o ano passado, reduzindo também o número de estações de bebida no percurso da prova para 19 ao invés de 26. Em uma estação eles ofereceram cápsulas de algas marinhas (uma variedade de algas comestíveis, que é um vegetal amigo do clima que você deve comer e vai hidratar o seu corpo), que foi o maior teste de sachês de água, um produto de uma empresa de Londres que comercializa como uma alternativa comestível para garrafas plásticas de água. Esta foi uma das várias etapas que a maratona fez este ano como parte de uma meta de enviar lixo zero para aterros em 2020, e a maratona ainda esta avaliando se as cápsulas de alga eram eficazes, de acordo com o diretor do evento, Hugh Brasher. Outra idéia que vem surgindo em provas grandes com milhares de participantes é de uma empresa de engenharia americana que criou um bebedouro de 40 metros de comprimento para a linha de chegada de uma prova. O bebedouro gigante, permite que vários corredores bebam água ao mesmo tempo e estima-se que consiga economizar cerca de 85.000 garrafas plásticas e copos de cera em uma maratona com 50 mil inscritos. Também existe o desperdício de frutas e roupas onde em algumas provas, ONGs coletam roupas para doação e oferecem compostagem para bananas, maçãs e outros alimentos que sobram pós-prova. Não podemos esquecer daqueles cobertores metálicos que os corredores recebem no final das maratonas internacionais? E eles também podem ser reciclados, sendo utilizados por uma empresa que fabrica decks e grades de madeira alternativa. São muitos danos que hoje estas provas de corrida causam para o meio ambiente. Mas talvez seu maior dano ambiental seja algo que você nunca imaginou e esta relacionado com a emissão de carbono que este evento produz. Nas corridas distribuimos milhares de camisetas, medalhas, que consomem materiais e energia para fabricar e transportar. "Se estes itens são encomendados em excesso, isso é um desperdício de demanda" de acordo com Hugh Brasher. "Isso é melhor ou pior do que ter garrafas plásticas e copinhos de cera de uso único que depois é possível reciclá-las?" Uma questão a se pensar. Ainda com relação ao carbono, não podemos esquecer dos familiares que acompanham os corredores para uma prova internacional e também geram uma demanda de carbono que precisa ser compensado. As maiores maratonas do mundo, incluindo Chicago, Nova York e Londres, têm mais de 40.000 corredores, e muitos familiares voam ou dirigem para chegar até o local da prova. Fiz outra pesquisa e descobri que uma instituição , a Climate Neutral Group, que ajuda as organizações a limitar e compensar suas emissões de carbono, descobriu que 97% das emissões da Maratona da Cidade do Cabo vieram das viagens aéreas ou rodoviárias dos participantes. A maratona investiu em projetos locais para compensar essas emissões e hoje é considerada uma maratona neutra (emissão zero de carbono) , pois todos os participantes e familiares são instruídos a compensar sua viagem, como por exemplo plantar uma árvore, ou escolher companhias aéreas, no momento de comprar sua passagem aérea que oferecem opções para doar dinheiro ou milhas para compensar as emissões de gases de efeito estufa de sua viagem. Como vemos, participar de provas envolve consequências que ainda aqui em nosso país não existe nenhum tipo de preocupação como lá fora. Quem sabe o tema desta coluna não provoque nossos organizadores de provas em pensar com mais sustentabilidade. Quem sabe um dia chegamos lá, pois o número de provas de corrida não param de crescer e um dia teremos que pagar esta conta.
Sustentabilidade e Corrida
Todos nós percebemos que o nosso planeta esta sofrendo bastante com a quantidade de lixo que nós humanos e corredores também produzimos. Esta muito claro que precisamos propor alternativas para de alguma forma ficar livre dos plásticos e outro lixo que geramos nas ruas quando treinamos ou nas provas que participamos. São muitos copos, garrafas que jogamos nas ruas durante uma maratona ou até mesmo durante um treino de uma assessoria nos parques das nossas cidades. Lá fora, é claro, já existem estudos que avaliam os efeitos ambientais e sociais de eventos esportivos e em alguns países já é oferecida uma certificação para aqueles organizadores que aderem às melhores práticas. Ninguém gosta de ver uma rua cheia de garrafas ou copos plásticos de uso único, mesmo podendo ser limpo e reciclado, o que torna isso diferente do que você vem fazendo em sua casa com a coleta seletiva de lixo, privilégio de alguns bairros do município de São Paulo. Na cidade universitária em São Paulo, onde aos sábados temos mais de 5 mil corredores treinando, a quantidade de lixo plástico chega a casa de toneladas por mês, um grande problema que precisamos resolver o mais rápido possível, pois o nosso planeta esta pedindo soluções. A reciclagem é uma opção forte, mas reduzir a quantidade usada é ainda melhor ou buscar alternativas sem agredir o meio ambiente seria melhor ainda. Fiz uma pesquisa e descobri que algumas maratonas foram bem criativas para tentar limitar seu lixo descartável e outros descartáveis. A Maratona de Londres deste ano, por exemplo, reduziu o número de garrafas plásticas em mais de 215.000 em comparação com o ano passado, reduzindo também o número de estações de bebida no percurso da prova para 19 ao invés de 26. Em uma estação eles ofereceram cápsulas de algas marinhas (uma variedade de algas comestíveis, que é um vegetal amigo do clima que você deve comer e vai hidratar o seu corpo), que foi o maior teste de sachês de água, um produto de uma empresa de Londres que comercializa como uma alternativa comestível para garrafas plásticas de água. Esta foi uma das várias etapas que a maratona fez este ano como parte de uma meta de enviar lixo zero para aterros em 2020, e a maratona ainda esta avaliando se as cápsulas de alga eram eficazes, de acordo com o diretor do evento, Hugh Brasher. Outra idéia que vem surgindo em provas grandes com milhares de participantes é de uma empresa de engenharia americana que criou um bebedouro de 40 metros de comprimento para a linha de chegada de uma prova. O bebedouro gigante, permite que vários corredores bebam água ao mesmo tempo e estima-se que consiga economizar cerca de 85.000 garrafas plásticas e copos de cera em uma maratona com 50 mil inscritos. Também existe o desperdício de frutas e roupas onde em algumas provas, ONGs coletam roupas para doação e oferecem compostagem para bananas, maçãs e outros alimentos que sobram pós-prova. Não podemos esquecer daqueles cobertores metálicos que os corredores recebem no final das maratonas internacionais? E eles também podem ser reciclados, sendo utilizados por uma empresa que fabrica decks e grades de madeira alternativa. São muitos danos que hoje estas provas de corrida causam para o meio ambiente. Mas talvez seu maior dano ambiental seja algo que você nunca imaginou e esta relacionado com a emissão de carbono que este evento produz. Nas corridas distribuimos milhares de camisetas, medalhas, que consomem materiais e energia para fabricar e transportar. "Se estes itens são encomendados em excesso, isso é um desperdício de demanda" de acordo com Hugh Brasher. "Isso é melhor ou pior do que ter garrafas plásticas e copinhos de cera de uso único que depois é possível reciclá-las?" Uma questão a se pensar. Ainda com relação ao carbono, não podemos esquecer dos familiares que acompanham os corredores para uma prova internacional e também geram uma demanda de carbono que precisa ser compensado. As maiores maratonas do mundo, incluindo Chicago, Nova York e Londres, têm mais de 40.000 corredores, e muitos familiares voam ou dirigem para chegar até o local da prova. Fiz outra pesquisa e descobri que uma instituição , a Climate Neutral Group, que ajuda as organizações a limitar e compensar suas emissões de carbono, descobriu que 97% das emissões da Maratona da Cidade do Cabo vieram das viagens aéreas ou rodoviárias dos participantes. A maratona investiu em projetos locais para compensar essas emissões e hoje é considerada uma maratona neutra (emissão zero de carbono) , pois todos os participantes e familiares são instruídos a compensar sua viagem, como por exemplo plantar uma árvore, ou escolher companhias aéreas, no momento de comprar sua passagem aérea que oferecem opções para doar dinheiro ou milhas para compensar as emissões de gases de efeito estufa de sua viagem. Como vemos, participar de provas envolve consequências que ainda aqui em nosso país não existe nenhum tipo de preocupação como lá fora. Quem sabe o tema desta coluna não provoque nossos organizadores de provas em pensar com mais sustentabilidade. Quem sabe um dia chegamos lá, pois o número de provas de corrida não param de crescer e um dia teremos que pagar esta conta.
19/04/2022 - Aulus Sellmer
Nossos deveres como corredores
Nossos deveres como corredores Vou abordar um assunto que me incomoda há um certo tempo: A civilidade dos corredores em parques, academias, salas de ginásticas de condomínios e nas ruas da cidade. Antes de seguir com essa reflexão, uma pequena pausa para explicar melhor o conceito de civilidade. Partirei do princípio que civilidade é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade, ou seja, o equilíbrio da vida em grupo ocorre por meio dela. Todos os dias, nós corredores, exigimos uma série de coisas como um parque melhor estruturado, ruas mais bem cuidadas, mais áreas públicas de lazer entre outras. Isto é, reivindicamos nossos direitos e com todo o direito. Mas será que cumprimos com nossos deveres? Cumprimos as regras básicas de civilidade, que nos ensinam acerca da necessidade de convivermos com as diferenças? Por essas razões é importante reforçar alguns pontos importantes em nosso treinamento. Fluxo de corredores Quando estamos dentro de parques, sempre devemos respeitar o fluxo de nosso trânsito padrão. Isso significa que “quem vai” deve correr pela direita e “quem volta” deve utilizar o lado esquerdo. Isso evita trombadas e conflitos desnecessários. Dentro destas vias, é aconselhável que o mais lento fique mais à direita e os mais rápidos à esquerda - conceito similar ao de uma rodovia. Esta mesma orientação vale para nossas provas de corrida. Ao correr nas ruas, o recomendado é sempre estar no contra fluxo dos carros para que possa ver o movimento de qualquer veículo automotor. Treino não é competição Treino é treino, corrida é corrida. É óbvio, porém o instinto de competitividade de alguns corredores aflora mesmo em treinos inocentes. É o tipo de corredor que não suporta ser ultrapassado, fica até ofendido e resolve aumentar seu ritmo para dar o troco ou ficar no cangote incomodando o treino do outro. Mais uma situação em que um conflito é totalmente evitável. Barulhos Pode parecer insignificante, porém correr com moedas no bolso, molhos de chave e respirar como se fosse puxar todo o ar do Universo atrapalha e muito. Não só os companheiros de treinos, mas o próprio corredor. Um dos campeões de audiência é o fone de ouvido. O volume está tão alto que as pessoas ao redor conseguem ouvir a música e a pessoa não sabe o que acontece em volta. Isso é perigoso se houver alguma situação de risco, como uma bicicleta desgovernada vindo fora do campo de visão, por exemplo. Ciclofaixa para bicicletas Daqui a pouco será preciso cometer essa redundância. As ciclo faixas ou ciclovias presentes em algumas cidades, delimitam espaço para ciclistas e não para corredores. Às vezes, eu mesmo tenho vontade de abordar os corredores que não respeitam essa regra. Etiqueta da esteira Nas academias, as esteiras geralmente possuem uma escala de uso. Nos períodos de pico, início da manhã e fim de tarde, é importante não monopolizar a esteira. Se um corredor desrespeita o horário, ocorre o efeito cascata, prejudicando todas as pessoas que vem em seguida. Lembre-se: No fim de seu treino, higienize a esteira. É sempre muito agradável correr num aparelho limpo. Largada sem “muvuca” Quando estiver em uma prova de corrida, tente se posicionar em função de seu verdadeiro ritmo quando há presença dos marcadores. Assim você não é atrapalhado e também não atrapalha ninguém. Nós exigimos uma sociedade civilizada, porém muitas atitudes nos escapam no dia-a-dia. Que tal começarmos a ajustar o nosso mundo da corrida? Hoje, é uma comunidade fortíssima, que chega a modificar a dinâmica de grandes cidades pelo mundo em função de uma prova. Fazendo nossa parte, podemos servir de influência positiva para uma sociedade que pratica a civilidade a todo o instante. aulus sellmer - treinador 4any1
Nossos deveres como corredores
Nossos deveres como corredores Vou abordar um assunto que me incomoda há um certo tempo: A civilidade dos corredores em parques, academias, salas de ginásticas de condomínios e nas ruas da cidade. Antes de seguir com essa reflexão, uma pequena pausa para explicar melhor o conceito de civilidade. Partirei do princípio que civilidade é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade, ou seja, o equilíbrio da vida em grupo ocorre por meio dela. Todos os dias, nós corredores, exigimos uma série de coisas como um parque melhor estruturado, ruas mais bem cuidadas, mais áreas públicas de lazer entre outras. Isto é, reivindicamos nossos direitos e com todo o direito. Mas será que cumprimos com nossos deveres? Cumprimos as regras básicas de civilidade, que nos ensinam acerca da necessidade de convivermos com as diferenças? Por essas razões é importante reforçar alguns pontos importantes em nosso treinamento. Fluxo de corredores Quando estamos dentro de parques, sempre devemos respeitar o fluxo de nosso trânsito padrão. Isso significa que “quem vai” deve correr pela direita e “quem volta” deve utilizar o lado esquerdo. Isso evita trombadas e conflitos desnecessários. Dentro destas vias, é aconselhável que o mais lento fique mais à direita e os mais rápidos à esquerda - conceito similar ao de uma rodovia. Esta mesma orientação vale para nossas provas de corrida. Ao correr nas ruas, o recomendado é sempre estar no contra fluxo dos carros para que possa ver o movimento de qualquer veículo automotor. Treino não é competição Treino é treino, corrida é corrida. É óbvio, porém o instinto de competitividade de alguns corredores aflora mesmo em treinos inocentes. É o tipo de corredor que não suporta ser ultrapassado, fica até ofendido e resolve aumentar seu ritmo para dar o troco ou ficar no cangote incomodando o treino do outro. Mais uma situação em que um conflito é totalmente evitável. Barulhos Pode parecer insignificante, porém correr com moedas no bolso, molhos de chave e respirar como se fosse puxar todo o ar do Universo atrapalha e muito. Não só os companheiros de treinos, mas o próprio corredor. Um dos campeões de audiência é o fone de ouvido. O volume está tão alto que as pessoas ao redor conseguem ouvir a música e a pessoa não sabe o que acontece em volta. Isso é perigoso se houver alguma situação de risco, como uma bicicleta desgovernada vindo fora do campo de visão, por exemplo. Ciclofaixa para bicicletas Daqui a pouco será preciso cometer essa redundância. As ciclo faixas ou ciclovias presentes em algumas cidades, delimitam espaço para ciclistas e não para corredores. Às vezes, eu mesmo tenho vontade de abordar os corredores que não respeitam essa regra. Etiqueta da esteira Nas academias, as esteiras geralmente possuem uma escala de uso. Nos períodos de pico, início da manhã e fim de tarde, é importante não monopolizar a esteira. Se um corredor desrespeita o horário, ocorre o efeito cascata, prejudicando todas as pessoas que vem em seguida. Lembre-se: No fim de seu treino, higienize a esteira. É sempre muito agradável correr num aparelho limpo. Largada sem “muvuca” Quando estiver em uma prova de corrida, tente se posicionar em função de seu verdadeiro ritmo quando há presença dos marcadores. Assim você não é atrapalhado e também não atrapalha ninguém. Nós exigimos uma sociedade civilizada, porém muitas atitudes nos escapam no dia-a-dia. Que tal começarmos a ajustar o nosso mundo da corrida? Hoje, é uma comunidade fortíssima, que chega a modificar a dinâmica de grandes cidades pelo mundo em função de uma prova. Fazendo nossa parte, podemos servir de influência positiva para uma sociedade que pratica a civilidade a todo o instante. aulus sellmer - treinador 4any1
07/03/2022 - Aulus Sellmer
Regras para Correr uma Maratona
Regras para correr uma Maratona Paciência “Por que tanta pressa?”. Essa é a pergunta campeã de audiência que faço, nos últimos anos, para vários corredores. A intenção da questão é levar iniciantes a pensar nas consequências de enfrentar uma maratona a curto prazo e de avançados a diminuir o número de provas. Dentro dos meus princípios, antes da maratona qualquer iniciante deve ter paciência e passar por um ano de treinos. Ainda assim, como pré-requisito, mulheres devem completar 10k em 70 minutos e homens em 60 minutos. Só então começar treino específico para os 42,195k que dura de 6 a 8 meses. Ao todo, esse processo levará cerca de 18 meses. Já os corredores experientes devem refletir se vale a pena por em risco sua saúde ao correr mais de duas maratonas por ano, além de outras distâncias. Não é só correr por correr, acredito que encontramos qualidade de vida nos treinos e nas competições. Por isso, é importante ter consciência de como nos relacionamos e sentimos em todo o processo para estar bem preparado e curtir os 42km. Com isso em mente, correrá a maratona sem ter problemas e continuará motivado para novos desafios. Completar essa distância não é tão simples e envolve série de variáveis que devem ser respeitadas para minimizar erros mais comuns. Gostaria de abordar alguns deles. Evite - Milagre: Em várias revistas já encontrei sugestões de programas para maratonas que duram de 4 a 6 meses, mesmo para iniciantes. Sou totalmente contra. Pode ser possível completá-la, mas o preço a pagar custa caro. As chances de prejudicar o organismo com lesões aumentam exponencialmente. Quando isso ocorre, é normal ficar parado por meses após a prova ou até mesmo desistir de correr para sempre - Tempo: Não concordo com corredores que fazem tempo superior a 5 horas. Isso corresponde a um ritmo de mais de 7 minutos por quilômetro. É praticamente um trote ou uma caminhada rápida. Além disso, a eficiência mecânica praticamente não existe, acelerando fadiga precoce e lesões. Sei bem a felicidade de cruzar a linha de chegada em uma maratona, mas depois de 5 horas a prova parece mais um campo de guerra. - Viagens: São ótimas, mas cuidado para não torná-la uma armadilha. O corredor percebe que não está bem treinado, mas é difícil desmarcar, pois já comprou passagem, reservou hotel, pagou inscrição e comunicou amigos e familiares de sua participação na prova. Se for uma maratona internacional, ainda existe também a maratona de compras, antes da prova, uma tragédia. - 10K para treinar: Não me convence o papo de correr provas de 10k para treinar no final de uma programação para maratonas. Mesmo sendo prova de resistência, nos 10km existe um componente de velocidade que põe a perder o que já foi conquistado na programação dos 42k. Prefiro que se corra uma ou duas meia maratonas para se adaptar gradativamente à distância e adquirir noção de ritmo, antes de sua primeira maratona ou até mesmo para iniciantes. Avançados, cuidado! Corredores experientes também devem ficar atentos. Se possuem rotina pesada de treinamentos e provas em excesso, cuidado com o burnout, palavra que no meio esportivo significa um esgotamento psicológico e físico. As consequências são alterações no estado emocional e fisiológico. Repare nos batimentos cardíacos, excesso de suor e disfunções digestivas. Uma das principais formas de perceber o burnout é analisar se uma atividade, que antes gerava satisfação e prazer, hoje gera sentimentos opostos ou excessivo cansaço. Se isso ocorre, reorganize o programa e reflita se vale a pena tantas maratonas em curto espaço de tempo. Como escolher? Além de se acostumar com distância e ritmo, optar por uma ou duas meia maratonas antes dos 42k é ideal. Terá mais argumentos na escolha da maratona que se encaixa melhor com seu perfil, pois há muitos fatores a serem considerados como, por exemplo, época do ano, clima, altimetria e tempo para treinar, entre outros. Conversar com seu treinador, a pessoa que melhor conhece suas aptidões físicas, também é aconselhável. E após escolhida a prova, ele irá adaptar a planilha para que seu desempenho máximo coincida com a data da competição. Portanto, tenha paciência. Correr maratona deve ser prazeroso antes, durante e depois. Não faça dela uma batalha. dúvidas e sugestões [email protected]
Regras para Correr uma Maratona
Regras para correr uma Maratona Paciência “Por que tanta pressa?”. Essa é a pergunta campeã de audiência que faço, nos últimos anos, para vários corredores. A intenção da questão é levar iniciantes a pensar nas consequências de enfrentar uma maratona a curto prazo e de avançados a diminuir o número de provas. Dentro dos meus princípios, antes da maratona qualquer iniciante deve ter paciência e passar por um ano de treinos. Ainda assim, como pré-requisito, mulheres devem completar 10k em 70 minutos e homens em 60 minutos. Só então começar treino específico para os 42,195k que dura de 6 a 8 meses. Ao todo, esse processo levará cerca de 18 meses. Já os corredores experientes devem refletir se vale a pena por em risco sua saúde ao correr mais de duas maratonas por ano, além de outras distâncias. Não é só correr por correr, acredito que encontramos qualidade de vida nos treinos e nas competições. Por isso, é importante ter consciência de como nos relacionamos e sentimos em todo o processo para estar bem preparado e curtir os 42km. Com isso em mente, correrá a maratona sem ter problemas e continuará motivado para novos desafios. Completar essa distância não é tão simples e envolve série de variáveis que devem ser respeitadas para minimizar erros mais comuns. Gostaria de abordar alguns deles. Evite - Milagre: Em várias revistas já encontrei sugestões de programas para maratonas que duram de 4 a 6 meses, mesmo para iniciantes. Sou totalmente contra. Pode ser possível completá-la, mas o preço a pagar custa caro. As chances de prejudicar o organismo com lesões aumentam exponencialmente. Quando isso ocorre, é normal ficar parado por meses após a prova ou até mesmo desistir de correr para sempre - Tempo: Não concordo com corredores que fazem tempo superior a 5 horas. Isso corresponde a um ritmo de mais de 7 minutos por quilômetro. É praticamente um trote ou uma caminhada rápida. Além disso, a eficiência mecânica praticamente não existe, acelerando fadiga precoce e lesões. Sei bem a felicidade de cruzar a linha de chegada em uma maratona, mas depois de 5 horas a prova parece mais um campo de guerra. - Viagens: São ótimas, mas cuidado para não torná-la uma armadilha. O corredor percebe que não está bem treinado, mas é difícil desmarcar, pois já comprou passagem, reservou hotel, pagou inscrição e comunicou amigos e familiares de sua participação na prova. Se for uma maratona internacional, ainda existe também a maratona de compras, antes da prova, uma tragédia. - 10K para treinar: Não me convence o papo de correr provas de 10k para treinar no final de uma programação para maratonas. Mesmo sendo prova de resistência, nos 10km existe um componente de velocidade que põe a perder o que já foi conquistado na programação dos 42k. Prefiro que se corra uma ou duas meia maratonas para se adaptar gradativamente à distância e adquirir noção de ritmo, antes de sua primeira maratona ou até mesmo para iniciantes. Avançados, cuidado! Corredores experientes também devem ficar atentos. Se possuem rotina pesada de treinamentos e provas em excesso, cuidado com o burnout, palavra que no meio esportivo significa um esgotamento psicológico e físico. As consequências são alterações no estado emocional e fisiológico. Repare nos batimentos cardíacos, excesso de suor e disfunções digestivas. Uma das principais formas de perceber o burnout é analisar se uma atividade, que antes gerava satisfação e prazer, hoje gera sentimentos opostos ou excessivo cansaço. Se isso ocorre, reorganize o programa e reflita se vale a pena tantas maratonas em curto espaço de tempo. Como escolher? Além de se acostumar com distância e ritmo, optar por uma ou duas meia maratonas antes dos 42k é ideal. Terá mais argumentos na escolha da maratona que se encaixa melhor com seu perfil, pois há muitos fatores a serem considerados como, por exemplo, época do ano, clima, altimetria e tempo para treinar, entre outros. Conversar com seu treinador, a pessoa que melhor conhece suas aptidões físicas, também é aconselhável. E após escolhida a prova, ele irá adaptar a planilha para que seu desempenho máximo coincida com a data da competição. Portanto, tenha paciência. Correr maratona deve ser prazeroso antes, durante e depois. Não faça dela uma batalha. dúvidas e sugestões [email protected]
15/02/2022 - Aulus Sellmer
"O mito da massagem pós treino"
O mito da massagem pós-treino Por Aulus Sellmer Por que muitos corredores realizam sessões de massagem após um treino, seja intervalado ou longo? O principal motivo para justificar a massagem é o auxílio na remoção de acido lático instalado nos músculos, que causariam as dores pós-treino. Assim, acelerar o processo de recuperação para encarar o próximo treino “mais inteiro”. Ao praticar qualquer atividade física, o organismo produz o ácido lático, que podemos comparar a uma sujeira que se acumula nos músculos. Dentro de 48 até 72 horas o próprio organismo faz uma limpeza natural, porém a massagem poderia acelerar esse processo de remoção do ácido lático com movimentos fortes, contínuos repetidos, especialmente, nos músculos mais utilizados pelo exercício. A massagem traz diversos benefícios, como relaxamento dos nossos músculos, ajuda em determinadas lesões musculares e a sensação de bem-estar e combate ao estresse. Entretanto, não acelera a remoção da acidose após um treino e nem recupera os músculos mais rapidamente. É também errado pensar que o ácido lático é responsável pela dor. A confusão na verdade é que a dor pode ser causada pelo exagero na intensidade do treino, ou seja, quando passamos do nosso limiar anaeróbio. Isso, sim, origina um acúmulo excessivo de ácido lático nos músculos. Algumas vezes, o corredor se sente obrigado a interromper o treino. A Cobaia Mesmo com diversos estudos apontando que a massagem não acelera esse processo de remoção do ácido lático, resolvi comprovar em mim mesmo. Isto é, já que tenho um lactímetro, aparelho que mede a concentração de ácido láctico no organismo, decidi ser a cobaia. O teste foi bem simples. O plano consistiu em, num período de duas semanas, correr nos mesmos horários, percurso e intensidade, 20km com 7 dias de diferença para cada treino. Também me preocupei em realizar uma dieta idêntica. A intensidade escolhida foi um pouco acima do valor do meu limiar anaeróbio, pois só assim realmente poderia ter uma concentração de ácido lactico significativa. Confesso que não foi tarefa fácil, mas consegui. A medição do meu ácido lático foi feita no início e no final dos treinos e no início e no final da massagem. Na outra semana, realizei o mesmo procedimento de treinos, alimantação e medição, só que desta vez não chamei o meu massagista. Fiz somente uma sessão de alongamentos após os 20km. Com massagem ou sem massagem os valores da concentração de lactato praticamente não mudaram em todas as medidas, comprovando o grande volume de estudos que há na literatura esportiva. Massagem pós-treino não acelera a remoção da acidose produzida pelo exercício em nossos músculos fadigados. Portanto, também não acelera o processo de recuperação. O processo de remoção do ácido lático ocorre naturalmente no organismo e a massagem não acelera a saída dessas substâncias pelo fato desmanchar os nós musculares e aumentar a irrigação sanguínea. Os estudos também apontam que a massagem não substitui o desaquecimento e muito menos o alongamento, que tem a função de restaurar o comprimento original do músculo, preparando toda a musculatura para o próximo treino. Sim, a massagem é benéfica Vale ressaltar que a massagem é muito benéfica. Porém, não pode ser creditada para algo onde ela não atua. Sessões de massagem trazem a sensação de relaxamento, bem-estar e ajudam em determinadas lesões musculares. E nada melhor do que uma boa massagem após um dia estressante, não? E fique atento aos tipos de massagens. No meu caso, gosto muito das massagens bem fortes, que tiram nódulos musculares e causam um pouco de dor durante a sessão. Mas isso não significa que seja a melhora para você. Portanto, tenha paciência. Não tente acelerar o processo de recuperação após seu treino com sessões de masssagem. Seu próprio organismo já faz esse serviço para você. Caso sinta muitas dores, repense com seu treinador a intensidade dos treinos ou simplesmente reflita se seus limites estão sendo respeitados. Afinal de contas, a atividade física deve trazer benefícios para nosso corpo e também para termos qualidade de vida. E se você faz massagens regularmente, não pare. Continue com suas sessões e bons treinos.
"O mito da massagem pós treino"
O mito da massagem pós-treino Por Aulus Sellmer Por que muitos corredores realizam sessões de massagem após um treino, seja intervalado ou longo? O principal motivo para justificar a massagem é o auxílio na remoção de acido lático instalado nos músculos, que causariam as dores pós-treino. Assim, acelerar o processo de recuperação para encarar o próximo treino “mais inteiro”. Ao praticar qualquer atividade física, o organismo produz o ácido lático, que podemos comparar a uma sujeira que se acumula nos músculos. Dentro de 48 até 72 horas o próprio organismo faz uma limpeza natural, porém a massagem poderia acelerar esse processo de remoção do ácido lático com movimentos fortes, contínuos repetidos, especialmente, nos músculos mais utilizados pelo exercício. A massagem traz diversos benefícios, como relaxamento dos nossos músculos, ajuda em determinadas lesões musculares e a sensação de bem-estar e combate ao estresse. Entretanto, não acelera a remoção da acidose após um treino e nem recupera os músculos mais rapidamente. É também errado pensar que o ácido lático é responsável pela dor. A confusão na verdade é que a dor pode ser causada pelo exagero na intensidade do treino, ou seja, quando passamos do nosso limiar anaeróbio. Isso, sim, origina um acúmulo excessivo de ácido lático nos músculos. Algumas vezes, o corredor se sente obrigado a interromper o treino. A Cobaia Mesmo com diversos estudos apontando que a massagem não acelera esse processo de remoção do ácido lático, resolvi comprovar em mim mesmo. Isto é, já que tenho um lactímetro, aparelho que mede a concentração de ácido láctico no organismo, decidi ser a cobaia. O teste foi bem simples. O plano consistiu em, num período de duas semanas, correr nos mesmos horários, percurso e intensidade, 20km com 7 dias de diferença para cada treino. Também me preocupei em realizar uma dieta idêntica. A intensidade escolhida foi um pouco acima do valor do meu limiar anaeróbio, pois só assim realmente poderia ter uma concentração de ácido lactico significativa. Confesso que não foi tarefa fácil, mas consegui. A medição do meu ácido lático foi feita no início e no final dos treinos e no início e no final da massagem. Na outra semana, realizei o mesmo procedimento de treinos, alimantação e medição, só que desta vez não chamei o meu massagista. Fiz somente uma sessão de alongamentos após os 20km. Com massagem ou sem massagem os valores da concentração de lactato praticamente não mudaram em todas as medidas, comprovando o grande volume de estudos que há na literatura esportiva. Massagem pós-treino não acelera a remoção da acidose produzida pelo exercício em nossos músculos fadigados. Portanto, também não acelera o processo de recuperação. O processo de remoção do ácido lático ocorre naturalmente no organismo e a massagem não acelera a saída dessas substâncias pelo fato desmanchar os nós musculares e aumentar a irrigação sanguínea. Os estudos também apontam que a massagem não substitui o desaquecimento e muito menos o alongamento, que tem a função de restaurar o comprimento original do músculo, preparando toda a musculatura para o próximo treino. Sim, a massagem é benéfica Vale ressaltar que a massagem é muito benéfica. Porém, não pode ser creditada para algo onde ela não atua. Sessões de massagem trazem a sensação de relaxamento, bem-estar e ajudam em determinadas lesões musculares. E nada melhor do que uma boa massagem após um dia estressante, não? E fique atento aos tipos de massagens. No meu caso, gosto muito das massagens bem fortes, que tiram nódulos musculares e causam um pouco de dor durante a sessão. Mas isso não significa que seja a melhora para você. Portanto, tenha paciência. Não tente acelerar o processo de recuperação após seu treino com sessões de masssagem. Seu próprio organismo já faz esse serviço para você. Caso sinta muitas dores, repense com seu treinador a intensidade dos treinos ou simplesmente reflita se seus limites estão sendo respeitados. Afinal de contas, a atividade física deve trazer benefícios para nosso corpo e também para termos qualidade de vida. E se você faz massagens regularmente, não pare. Continue com suas sessões e bons treinos.
12/01/2022 - Aulus Sellmer
Influência da Genética
Influência da Genética Por Aulus Sellmer Para se ter um bom desempenho na corrida é fundamental que se faça um bom treinamento. Além disso, é preciso ter talento para conseguir se sobressair. O que chamo de talento está diretamente relacionado às capacidades que vão além das nossas características hereditárias. Todos nós sabemos que pais e avós de atletas campeões também foram campeões. Isso nos mostra que campeões nascem e se você não tem o gene de campeão, não se preocupe. Seu caminho pode ser mais difícil ou não, depende muito do quão o treinamento é feito sob medida para as suas características. Os genes determinam nosso potencial para o desenvolvimento de várias características estruturais e funcionais importantes do seu desempenho esportivo – outras mais outras menos. Como regra geral, as influências genéticas são mais fortes nos componentes estruturais do corpo que nos componentes funcionais, os quais podem sofrer maior influência do treinamento.Para uma determinada característica, como a “resistência aeróbia” ou força muscular, algumas pessoas apresentam uma resposta forte ao treinamento enquanto que outras respondem de forma fraca a moderada em resposta ao mesmo treinamento. E o que significa é que mesmo que seu potencial genético para seja menor, você poderá ser capaz de desenvolver este potencial mais rapidamente e integralmente pelo treinamento intenso e com as adaptações ambientais conseguir atingir seu objetivo. Com isso a sua dedicação as características técnicas e táticas, estratégias alimentares deveriam ter uma atenção especial para que consiga amenizar determinadas dificuldades de desempenho. Por exemplo,força, flexibilidade, altura são características estruturais fortemente influenciadas pelos genes. Já equilíbrio, tempo de reação, precisão de movimentos, circunferência abdominal exercem efeito de leve a moderado sendo fortemente influenciadas pelo treinamento, dieta e outros fatores ambientais. Além disso, características, como dieta, treinamento, nível de estresse, descanso e outros fatores ambientais desempenham um grande papel na expressão do seu potencial genético. Você pode ter o potencial genético para peso corporal baixo, mas se você está num ambiente estressante, que o leva a comer muito e se exercitar pouco, poderá superar esta herança genética e ser tornar obeso. Também, os genes são responsáveis por estabelecer a velocidade e o grau com que o organismo responde ao treinamento. Para uma determinada característica como a resistência aeróbia ou a força muscular, algumas pessoas apresentam uma resposta forte ao treinamento enquanto que outras respondem de forma fraca a moderada em resposta ao mesmo treinamento. Porém, mesmo que seu potencial genético para correr uma meia maratona ou maratona seja menor, você é capaz de se desenvolver para as habilidades necessárias para correr percursos de longa distância através de um treinamento específico. Com isso a sua dedicação as caracterísiticas técnicas e táticas, estratégias alimentares deveriam ter uma atenção especial ou redobrada para que consiga amenizar determinadas dificuldades de desempenho. Assim, corredores dotados geneticamente tenham mas facilidades para atingir seus objetivos. Entretanto, você pode compensar sua falta de potencial genético com um bom treinamento e nutrição e controlando as táticas e habilidades necessárias para o alcance da excelência na corrida. Outro detalhe importante que não podemos esquecer que além de treinar temos nossa profissão, família e uma relação pessoal que também faz parte do seu dia a dia. Portanto é importante avaliar se alguns segundos ou minutos a mais que pode ganhar em desempenho com tanto sacrifício não vai prejudicar o resto de suas obrigações Bons treinos!
Influência da Genética
Influência da Genética Por Aulus Sellmer Para se ter um bom desempenho na corrida é fundamental que se faça um bom treinamento. Além disso, é preciso ter talento para conseguir se sobressair. O que chamo de talento está diretamente relacionado às capacidades que vão além das nossas características hereditárias. Todos nós sabemos que pais e avós de atletas campeões também foram campeões. Isso nos mostra que campeões nascem e se você não tem o gene de campeão, não se preocupe. Seu caminho pode ser mais difícil ou não, depende muito do quão o treinamento é feito sob medida para as suas características. Os genes determinam nosso potencial para o desenvolvimento de várias características estruturais e funcionais importantes do seu desempenho esportivo – outras mais outras menos. Como regra geral, as influências genéticas são mais fortes nos componentes estruturais do corpo que nos componentes funcionais, os quais podem sofrer maior influência do treinamento.Para uma determinada característica, como a “resistência aeróbia” ou força muscular, algumas pessoas apresentam uma resposta forte ao treinamento enquanto que outras respondem de forma fraca a moderada em resposta ao mesmo treinamento. E o que significa é que mesmo que seu potencial genético para seja menor, você poderá ser capaz de desenvolver este potencial mais rapidamente e integralmente pelo treinamento intenso e com as adaptações ambientais conseguir atingir seu objetivo. Com isso a sua dedicação as características técnicas e táticas, estratégias alimentares deveriam ter uma atenção especial para que consiga amenizar determinadas dificuldades de desempenho. Por exemplo,força, flexibilidade, altura são características estruturais fortemente influenciadas pelos genes. Já equilíbrio, tempo de reação, precisão de movimentos, circunferência abdominal exercem efeito de leve a moderado sendo fortemente influenciadas pelo treinamento, dieta e outros fatores ambientais. Além disso, características, como dieta, treinamento, nível de estresse, descanso e outros fatores ambientais desempenham um grande papel na expressão do seu potencial genético. Você pode ter o potencial genético para peso corporal baixo, mas se você está num ambiente estressante, que o leva a comer muito e se exercitar pouco, poderá superar esta herança genética e ser tornar obeso. Também, os genes são responsáveis por estabelecer a velocidade e o grau com que o organismo responde ao treinamento. Para uma determinada característica como a resistência aeróbia ou a força muscular, algumas pessoas apresentam uma resposta forte ao treinamento enquanto que outras respondem de forma fraca a moderada em resposta ao mesmo treinamento. Porém, mesmo que seu potencial genético para correr uma meia maratona ou maratona seja menor, você é capaz de se desenvolver para as habilidades necessárias para correr percursos de longa distância através de um treinamento específico. Com isso a sua dedicação as caracterísiticas técnicas e táticas, estratégias alimentares deveriam ter uma atenção especial ou redobrada para que consiga amenizar determinadas dificuldades de desempenho. Assim, corredores dotados geneticamente tenham mas facilidades para atingir seus objetivos. Entretanto, você pode compensar sua falta de potencial genético com um bom treinamento e nutrição e controlando as táticas e habilidades necessárias para o alcance da excelência na corrida. Outro detalhe importante que não podemos esquecer que além de treinar temos nossa profissão, família e uma relação pessoal que também faz parte do seu dia a dia. Portanto é importante avaliar se alguns segundos ou minutos a mais que pode ganhar em desempenho com tanto sacrifício não vai prejudicar o resto de suas obrigações Bons treinos!
14/12/2021 - Aulus Sellmer
Equilíbrio nos treinos
"Equilíbrio nos treinos" Por Aulus Sellmer Mais um ano passou voando - ou correndo. Nesta última coluna de 2021 vou esmiuçar uma questão que parece simples, porém uma maratonista de Cuiabá, Mato Grosso, tornou-a mais complexa. Será que, nós corredores de rua, devemos optar sempre pelo asfalto? Devido ao calor intenso em Cuiabá, essa maratonista realiza todos os seus treinos na esteira. Pode acreditar. Longos com mais de 34 km ou quase 4 horas de treino na esteira. Fiquei impressionado com sua disposição e determinação, pois para mim e muitos corredores seria impossível ficar tanto tempo em cima da esteira para completar uma programação de treinos para uma maratona. Nós corredores de rua temos um certo receio da esteira, evitando-a ao máximo. Até mesmo um dia de calor ou de chuva não são suficientes para optarmos pela máquina. Calçamos nosso bom e novo tênis e partimos para o treino. Porém, entre uma engrenagem e outra a esteira guarda seus benefícios. Para os iniciantes, a esteira proporciona um ambiente seguro e controlado bem como para quem está voltando aos treinos após uma lesão ou ganho exagerado de peso. Geralmente, ela oferece menos impacto do que na rua, diminuindo o risco de lesão, determina um ritmo certo para cada distância e, principalmente, a segurança para se manter nele. Com isso, a esteira desenvolve noção de ritmo e estimula o corredor a sincronizar braços e pernas distribuindo as passadas de maneira uniforme até uma determinada velocidade. Outra vantagem importante é que na esteira fica mais fácil corrigir erros de postura através de um espelho. Para corredores mais experientes, parece até bobo, mas de tempos em tempos é importante rever seus movimentos. Algum tipo de dor que esteja sentindo pode ser resolvido simplesmente ajustando algum dos seus movimentos. Para quem prefere a rua, mas às vezes correr na esteira é inevitável, incliná-la em 1% ou 2% praticamente aproximam os dois cenários do ponto de vista de gasto calórico. Na rua precisamos empurrar o chão para vencer a inércia e a resistência do ar e mover o nosso corpo à frente, enquanto na esteira a máquina move-se sob os nossos pés, e tudo o que temos que fazer é nos manter em seu centro. Com isso, a intensidade e a aplicação de força são maiores na rua do que na esteira. Esse “truque” da inclinação minimiza essa diferença, como também ter um ventilador na frente dela. Mas, claro, há pontos de atenção ao se treinar na esteira. Devemos levar em consideração a eficiência mecânica, pois vários estudos demonstram a relação entre o grau de economia de energia e a velocidade. Ou seja, quanto maior a velocidade que você corre em uma esteira menos eficiente sua corrida será. Além disso, a manutenção da sua postura e o nível de força aplicada em cada passada são fatores importantes para garantir que você permaneça eficiente até os instantes finais de seu treino. Em números, a diferença entre uma corrida eficaz e não eficaz varia de corredor para corredor. Ao percorrer uma distância de 5 km em velocidade mais confortáveis é maior a probabilidade de concluir um treino eficiente. Portanto, em velocidades maiores, na mesma distância de 5 km, seu corpo irá desperdiçar mais energia. Pois além de correr rápido temos que nos concentrar para não cair da esteira. Como podemos ver, o tempo em que se completa a mesma distância não é fator determinante em termos de eficácia. O caso da maratonista de Cuiabá é uma exceção. Ela consegue manter sua programação de treinos na esteira, extraindo seus benefícios, além de ter uma determinação fora do comum, não esquecendo que sempre vai precisar treinar mais para conseguir uma performance similar no asfalto. Porém, ainda assim, minha recomendação é realizar os treinos mais longos na rua. O treino no asfalto também é evitar um buraco, mudança de piso, lidar com curvas, com as intempéries climáticas, reconhecer os sons, perceber as pessoas e também a diferença de performances entre correr na esteira e na rua. Enfim, como sempre digo, devemos sempre buscar um equilíbrio e a corrida, com certeza, é uma ótima caminho para essa descoberta. Para os amantes do asfalto, reconsidere em alguns treinos o uso da esteira. Da mesma maneira, aos que preferem a esteira, que tal se aventurar em praças, parques e provas de rua? Tenho certeza que será bem melhor. Fica a sugestão para 2022. Um feliz Natal e Ano Novo para todos, que tem a corrida como um grande aliado.
Equilíbrio nos treinos
"Equilíbrio nos treinos" Por Aulus Sellmer Mais um ano passou voando - ou correndo. Nesta última coluna de 2021 vou esmiuçar uma questão que parece simples, porém uma maratonista de Cuiabá, Mato Grosso, tornou-a mais complexa. Será que, nós corredores de rua, devemos optar sempre pelo asfalto? Devido ao calor intenso em Cuiabá, essa maratonista realiza todos os seus treinos na esteira. Pode acreditar. Longos com mais de 34 km ou quase 4 horas de treino na esteira. Fiquei impressionado com sua disposição e determinação, pois para mim e muitos corredores seria impossível ficar tanto tempo em cima da esteira para completar uma programação de treinos para uma maratona. Nós corredores de rua temos um certo receio da esteira, evitando-a ao máximo. Até mesmo um dia de calor ou de chuva não são suficientes para optarmos pela máquina. Calçamos nosso bom e novo tênis e partimos para o treino. Porém, entre uma engrenagem e outra a esteira guarda seus benefícios. Para os iniciantes, a esteira proporciona um ambiente seguro e controlado bem como para quem está voltando aos treinos após uma lesão ou ganho exagerado de peso. Geralmente, ela oferece menos impacto do que na rua, diminuindo o risco de lesão, determina um ritmo certo para cada distância e, principalmente, a segurança para se manter nele. Com isso, a esteira desenvolve noção de ritmo e estimula o corredor a sincronizar braços e pernas distribuindo as passadas de maneira uniforme até uma determinada velocidade. Outra vantagem importante é que na esteira fica mais fácil corrigir erros de postura através de um espelho. Para corredores mais experientes, parece até bobo, mas de tempos em tempos é importante rever seus movimentos. Algum tipo de dor que esteja sentindo pode ser resolvido simplesmente ajustando algum dos seus movimentos. Para quem prefere a rua, mas às vezes correr na esteira é inevitável, incliná-la em 1% ou 2% praticamente aproximam os dois cenários do ponto de vista de gasto calórico. Na rua precisamos empurrar o chão para vencer a inércia e a resistência do ar e mover o nosso corpo à frente, enquanto na esteira a máquina move-se sob os nossos pés, e tudo o que temos que fazer é nos manter em seu centro. Com isso, a intensidade e a aplicação de força são maiores na rua do que na esteira. Esse “truque” da inclinação minimiza essa diferença, como também ter um ventilador na frente dela. Mas, claro, há pontos de atenção ao se treinar na esteira. Devemos levar em consideração a eficiência mecânica, pois vários estudos demonstram a relação entre o grau de economia de energia e a velocidade. Ou seja, quanto maior a velocidade que você corre em uma esteira menos eficiente sua corrida será. Além disso, a manutenção da sua postura e o nível de força aplicada em cada passada são fatores importantes para garantir que você permaneça eficiente até os instantes finais de seu treino. Em números, a diferença entre uma corrida eficaz e não eficaz varia de corredor para corredor. Ao percorrer uma distância de 5 km em velocidade mais confortáveis é maior a probabilidade de concluir um treino eficiente. Portanto, em velocidades maiores, na mesma distância de 5 km, seu corpo irá desperdiçar mais energia. Pois além de correr rápido temos que nos concentrar para não cair da esteira. Como podemos ver, o tempo em que se completa a mesma distância não é fator determinante em termos de eficácia. O caso da maratonista de Cuiabá é uma exceção. Ela consegue manter sua programação de treinos na esteira, extraindo seus benefícios, além de ter uma determinação fora do comum, não esquecendo que sempre vai precisar treinar mais para conseguir uma performance similar no asfalto. Porém, ainda assim, minha recomendação é realizar os treinos mais longos na rua. O treino no asfalto também é evitar um buraco, mudança de piso, lidar com curvas, com as intempéries climáticas, reconhecer os sons, perceber as pessoas e também a diferença de performances entre correr na esteira e na rua. Enfim, como sempre digo, devemos sempre buscar um equilíbrio e a corrida, com certeza, é uma ótima caminho para essa descoberta. Para os amantes do asfalto, reconsidere em alguns treinos o uso da esteira. Da mesma maneira, aos que preferem a esteira, que tal se aventurar em praças, parques e provas de rua? Tenho certeza que será bem melhor. Fica a sugestão para 2022. Um feliz Natal e Ano Novo para todos, que tem a corrida como um grande aliado.
10/11/2021 - Aulus Sellmer
"Correr cura o Câncer"
Correr cura o câncer? No mês passado, outubro, é o mês que mais nos lembramos de uma das doenças que mais matam no mundo em que vivemos que é o câncer. Estima-se, de acordo com diversos estudos, que em 2030, 21,4 milhões de novos casos e 13,2 milhões de mortes como resultado direto desta doença, superando as doenças cardiovasculares e fazendo do câncer a principal causa de morte no mundo. Diante destes números, entender as principais características desta doença faz-se necessário com o intuito de prevenir ou pensar em possíveis terapias que possam oferecer uma maior sobrevida do paciente ou até mesmo a cura deste mal que afeta nós seres humanos. E umas das terapias que vem mostrando excelentes resultados, mesmo em pacientes com a doença já em estágios avançados é a corrida ou o treinamento físico aeróbio. Antigamente, acreditava-se que pacientes em tratamento de doenças como o câncer, deviam manter-se em repouso e reduzir suas atividades físicas. Hoje em dia, só precisam seguir essas orientações se o movimento provoca dor, aumento exagerado da frequência cardíaca, anemia, vômitos, tonturas ou falta de ar. Hoje pesquisas demonstram que a prática de exercícios como a corrida não só é segura e possível durante o tratamento do câncer, como também pode melhorar a disposição, o corpo e também a qualidade de vida do paciente, pois o repouso em excesso pode resultar em perda funcional, atrofiamento muscular, além de reduzir a amplitude dos movimentos o que prejudica ainda mais a qualidade de vidas de pessoas acometidas com esta doença. É importante deixar claro que o tratamento de primeira escolha para o câncer depende do tipo de estágio do tumor. Os tratamentos mais comuns envolvem cirurgias, quimioterapias, radio terapia, terapia hormonal, imunoterapia e/ou a combinação de duas ou mais dessas abordagens. Os pacientes que estiverem sob efeito de qualquer uma desses tratamentos necessitam de uma atenção especial. Isso não significa que o paciente deve deixar de treinar, mas que muita vezes, haverá contra indicações que irão requerer modificações específicas na programação dos treinos para que a segurança do paciente prevaleça e somente o oncologista do corredor poderá decidir como deverá ser a programação de treinos de corrida deste paciente com câncer. Como vemos, os estudos mostram que a pratica de atividade física aeróbia, seja a corrida, ou a natação ou bicicleta tem uma ação preventiva no combate ao câncer e em diversos casos tem mostrado sucesso no controle do crescimento de tumores em diversos tipos de câncer, tendo um papel importante como coadjuvante, principalmente melhorando a aptidão aeróbia ( mais facilidade para utilizar o oxigênio que respiramos), a função muscular e a qualidade de vida destes pacientes corredores. Assim diversos órgãos vem recomendando uma prescrição mais geral onde o recomendado gira em torno de 150 minutos de atividade física aeróbia em intensidade moderada ou 75 minutos de atividade em intensidade vigorosa por semana, conforme o paciente corredor responda adequadamente a esta prescrição, é altamente sugerido que haja progressão do treinamento aeróbio onde existem casos de pacientes correndo provas com distâncias consideráveis o que mostra que estar condicionado é um grande trunfo no combate ao câncer, Já faz alguns anos que meu irmão foi diagnosticado com câncer e tenho certeza que ele esta conseguindo vencer esta doença pelo fato de seguir a risca o tratamento que foi proposto pelos seus médicos oncologistas que o acompanham , como também o seu histórico de ser uma pessoa que sempre praticou atividade física em sua vida e mesmo durante o tratamento continuou a praticar semanalmente sua atividade física diária. Se você que é um corredor e conhece alguém próximo ou de sua família diagnosticado com câncer, não deixe que o fator psicológico o derruba e faça com que a doença o vença. Convide o para correr, respeitando todas as suas limitações e principalmente as recomendações médicas, pois cada vez mais os estudos mostram que praticar exercícios aeróbios como a corrida, pode ser um excelente aliado para vencer esta doença tão agressiva e tão mortal. Bons treinos.
"Correr cura o Câncer"
Correr cura o câncer? No mês passado, outubro, é o mês que mais nos lembramos de uma das doenças que mais matam no mundo em que vivemos que é o câncer. Estima-se, de acordo com diversos estudos, que em 2030, 21,4 milhões de novos casos e 13,2 milhões de mortes como resultado direto desta doença, superando as doenças cardiovasculares e fazendo do câncer a principal causa de morte no mundo. Diante destes números, entender as principais características desta doença faz-se necessário com o intuito de prevenir ou pensar em possíveis terapias que possam oferecer uma maior sobrevida do paciente ou até mesmo a cura deste mal que afeta nós seres humanos. E umas das terapias que vem mostrando excelentes resultados, mesmo em pacientes com a doença já em estágios avançados é a corrida ou o treinamento físico aeróbio. Antigamente, acreditava-se que pacientes em tratamento de doenças como o câncer, deviam manter-se em repouso e reduzir suas atividades físicas. Hoje em dia, só precisam seguir essas orientações se o movimento provoca dor, aumento exagerado da frequência cardíaca, anemia, vômitos, tonturas ou falta de ar. Hoje pesquisas demonstram que a prática de exercícios como a corrida não só é segura e possível durante o tratamento do câncer, como também pode melhorar a disposição, o corpo e também a qualidade de vida do paciente, pois o repouso em excesso pode resultar em perda funcional, atrofiamento muscular, além de reduzir a amplitude dos movimentos o que prejudica ainda mais a qualidade de vidas de pessoas acometidas com esta doença. É importante deixar claro que o tratamento de primeira escolha para o câncer depende do tipo de estágio do tumor. Os tratamentos mais comuns envolvem cirurgias, quimioterapias, radio terapia, terapia hormonal, imunoterapia e/ou a combinação de duas ou mais dessas abordagens. Os pacientes que estiverem sob efeito de qualquer uma desses tratamentos necessitam de uma atenção especial. Isso não significa que o paciente deve deixar de treinar, mas que muita vezes, haverá contra indicações que irão requerer modificações específicas na programação dos treinos para que a segurança do paciente prevaleça e somente o oncologista do corredor poderá decidir como deverá ser a programação de treinos de corrida deste paciente com câncer. Como vemos, os estudos mostram que a pratica de atividade física aeróbia, seja a corrida, ou a natação ou bicicleta tem uma ação preventiva no combate ao câncer e em diversos casos tem mostrado sucesso no controle do crescimento de tumores em diversos tipos de câncer, tendo um papel importante como coadjuvante, principalmente melhorando a aptidão aeróbia ( mais facilidade para utilizar o oxigênio que respiramos), a função muscular e a qualidade de vida destes pacientes corredores. Assim diversos órgãos vem recomendando uma prescrição mais geral onde o recomendado gira em torno de 150 minutos de atividade física aeróbia em intensidade moderada ou 75 minutos de atividade em intensidade vigorosa por semana, conforme o paciente corredor responda adequadamente a esta prescrição, é altamente sugerido que haja progressão do treinamento aeróbio onde existem casos de pacientes correndo provas com distâncias consideráveis o que mostra que estar condicionado é um grande trunfo no combate ao câncer, Já faz alguns anos que meu irmão foi diagnosticado com câncer e tenho certeza que ele esta conseguindo vencer esta doença pelo fato de seguir a risca o tratamento que foi proposto pelos seus médicos oncologistas que o acompanham , como também o seu histórico de ser uma pessoa que sempre praticou atividade física em sua vida e mesmo durante o tratamento continuou a praticar semanalmente sua atividade física diária. Se você que é um corredor e conhece alguém próximo ou de sua família diagnosticado com câncer, não deixe que o fator psicológico o derruba e faça com que a doença o vença. Convide o para correr, respeitando todas as suas limitações e principalmente as recomendações médicas, pois cada vez mais os estudos mostram que praticar exercícios aeróbios como a corrida, pode ser um excelente aliado para vencer esta doença tão agressiva e tão mortal. Bons treinos.
14/10/2021 - Aulus Sellmer
Mais eficiência para completar a sua maratona
Mais eficiência para completar a sua maratona Completar os 42,195km é o sonho de muitos corredores. Atualmente, os métodos de treinamento têm mudado, ganhando contornos mais personalizados para cada tipo de pessoa. Ainda é comum os longões de 34k ou 36k no final da programação. Com certeza, eles não são tão necessários como antigamente, dependendo de seu objetivo de tempo na maratona, cumprindo com seu papel de outra maneira, que podem deixar sua preparação ainda mais eficiente. A resposta de como fazer vai depender do tempo final que pretende completar a prova. Ser um corredor iniciante ou já avançado, entre outros fatores que podem influir no seu resultado final. Em primeiro lugar, é importante bater na tecla da personalização. Há diversos fatores que variam de corredor para corredor. Por exemplo, o tempo desejado para completar a maratona, as respostas do corpo às variáveis como volume, frequência de treinos e intensidade, idade, tempo para treinar, experiência e fatores psicológicos, entre outros. Seu treinador vai saber muito bem como compor a programação de acordo com as suas particularidades. De uma forma geral, a eficiência na maratona, a que me refiro, passa por um checklist com o intuito de diminuir os riscos de lesões e ter uma prova de qualidade. A lista é simples, mas precisa de muito comprometimento: fortalecimento muscular com foco em quadril e membros inferiores, mobilidade de tornozelo e pé e menor quilometragem nos longos. As fases de fortalecimento devem ser distribuídas com semanas de condicionamento, hipertrofia, força e resistência e potência. Dê atenção especial ao período de força em quadril e membros inferiores. Isso significa ser capaz de levantar mais carga com poucas repetições e aumentar a massa muscular – lesões de tornozelo e pé têm origem em musculatura do quadril fraca. Importante combinar bem os dias da semana entre força e corrida - preferência para treinos de corrida com intensidade menor. Em médio prazo, é natural perceber mais velocidade e potência nas passadas. Exercícios de mobilidade articular são rápidos e trazem recompensas fundamentais para a relação custo-benefício de sua programação. Com o quadril fortalecido, podemos trabalhar os tornozelos e os pés, pois estas articulações precisam obter amplitudes suficientes para a execução plena dos movimentos. Então, o foco deve ser muito maior nos tecidos articulares (cartilagem, ligamentos e tendões) do que na “flexibilidade muscular”. Cada articulação tem a sua função motriz, que se intercala sincronicamente, respeitando a lei biomecânica ou de seus movimentos. Uma boa sessão de fisioterapia preventiva poderá ajudar bastante, trazendo uma proteção maior a essas regiões. Lembre-se de que pés e tornozelos sustentam todo o peso do seu corpo e, na maratona, tem de sustentá-lo em movimento durante 3 a 4 horas. Mencionei os longões no início desta coluna, então, vamos a eles. Claro, os treinos longos continuam essenciais. Porém, estudos mais recentes e a minha experiência com corredores que eu treinei, mostram que alguns ajustes devem ser feitos. Se você não tem uma preocupação com seu tempo final de prova, podendo completar a maratona acima de 4 horas, minha opção favorita de distribuição de seus últimos longos é estar na faixa de 2h30 a 3h, com uma progressão gradativa quinzenal, intercalando com longos de menor duração e um pouco mais intensos. Porém, se a meta é terminar a maratona entre 3h e 3h30, a progressão dos longos continua sendo quinzenal, intercalando com treinos de volume menor e mais intensidade, mas com treinos no meio da semana onde se prioriza a qualidade que podemos chamar de mini longos. Ainda há outros fatores importantes para o seu sucesso na maratona que hoje tem uma abordagem bem diferente de antigamente como alongamento, suplementação e frequência cardíaca, que vou abordar na próxima coluna. Mas, compreendendo esse checklist de fortalecimento, mobilidade e longões não tão longos, já é um bom começo e você vai ficar surpreso com o resultado, com um volume semanal não maior do que 50k a 60k no final de sua preparação. Bons treinos!
Mais eficiência para completar a sua maratona
Mais eficiência para completar a sua maratona Completar os 42,195km é o sonho de muitos corredores. Atualmente, os métodos de treinamento têm mudado, ganhando contornos mais personalizados para cada tipo de pessoa. Ainda é comum os longões de 34k ou 36k no final da programação. Com certeza, eles não são tão necessários como antigamente, dependendo de seu objetivo de tempo na maratona, cumprindo com seu papel de outra maneira, que podem deixar sua preparação ainda mais eficiente. A resposta de como fazer vai depender do tempo final que pretende completar a prova. Ser um corredor iniciante ou já avançado, entre outros fatores que podem influir no seu resultado final. Em primeiro lugar, é importante bater na tecla da personalização. Há diversos fatores que variam de corredor para corredor. Por exemplo, o tempo desejado para completar a maratona, as respostas do corpo às variáveis como volume, frequência de treinos e intensidade, idade, tempo para treinar, experiência e fatores psicológicos, entre outros. Seu treinador vai saber muito bem como compor a programação de acordo com as suas particularidades. De uma forma geral, a eficiência na maratona, a que me refiro, passa por um checklist com o intuito de diminuir os riscos de lesões e ter uma prova de qualidade. A lista é simples, mas precisa de muito comprometimento: fortalecimento muscular com foco em quadril e membros inferiores, mobilidade de tornozelo e pé e menor quilometragem nos longos. As fases de fortalecimento devem ser distribuídas com semanas de condicionamento, hipertrofia, força e resistência e potência. Dê atenção especial ao período de força em quadril e membros inferiores. Isso significa ser capaz de levantar mais carga com poucas repetições e aumentar a massa muscular – lesões de tornozelo e pé têm origem em musculatura do quadril fraca. Importante combinar bem os dias da semana entre força e corrida - preferência para treinos de corrida com intensidade menor. Em médio prazo, é natural perceber mais velocidade e potência nas passadas. Exercícios de mobilidade articular são rápidos e trazem recompensas fundamentais para a relação custo-benefício de sua programação. Com o quadril fortalecido, podemos trabalhar os tornozelos e os pés, pois estas articulações precisam obter amplitudes suficientes para a execução plena dos movimentos. Então, o foco deve ser muito maior nos tecidos articulares (cartilagem, ligamentos e tendões) do que na “flexibilidade muscular”. Cada articulação tem a sua função motriz, que se intercala sincronicamente, respeitando a lei biomecânica ou de seus movimentos. Uma boa sessão de fisioterapia preventiva poderá ajudar bastante, trazendo uma proteção maior a essas regiões. Lembre-se de que pés e tornozelos sustentam todo o peso do seu corpo e, na maratona, tem de sustentá-lo em movimento durante 3 a 4 horas. Mencionei os longões no início desta coluna, então, vamos a eles. Claro, os treinos longos continuam essenciais. Porém, estudos mais recentes e a minha experiência com corredores que eu treinei, mostram que alguns ajustes devem ser feitos. Se você não tem uma preocupação com seu tempo final de prova, podendo completar a maratona acima de 4 horas, minha opção favorita de distribuição de seus últimos longos é estar na faixa de 2h30 a 3h, com uma progressão gradativa quinzenal, intercalando com longos de menor duração e um pouco mais intensos. Porém, se a meta é terminar a maratona entre 3h e 3h30, a progressão dos longos continua sendo quinzenal, intercalando com treinos de volume menor e mais intensidade, mas com treinos no meio da semana onde se prioriza a qualidade que podemos chamar de mini longos. Ainda há outros fatores importantes para o seu sucesso na maratona que hoje tem uma abordagem bem diferente de antigamente como alongamento, suplementação e frequência cardíaca, que vou abordar na próxima coluna. Mas, compreendendo esse checklist de fortalecimento, mobilidade e longões não tão longos, já é um bom começo e você vai ficar surpreso com o resultado, com um volume semanal não maior do que 50k a 60k no final de sua preparação. Bons treinos!
13/09/2021 - Aulus Sellmer
Saúde Mental na Corrida
Saúde Mental na Corrida Aulus Sellmer Este ano, os Jogos Olímpicos de Tóquio trouxeram à tona um problema muito atual, que é a nossa saúde mental. A ginasta norte-americana Simone Biles, favoritíssima a diversas medalhas de ouro, tomou uma das atitudes mais corajosas que uma atleta já teve em Olimpíadas: não competir para cuidar de sua saúde mental. Felizmente, o tema foi amplamente discutido, de forma científica, no mundo todo e não colocado simplesmente como uma “fraqueza”, o que de fato não é. Poucos meses antes, a tenista japonesa Naomi Osaka também tomou a mesma decisão ao anunciar sua saída do torneio de Roland Garros, na França. A saúde mental já vinha sendo tema de debates e estudos desde o ano passado, quando a pandemia da Covid-19 teve início, se agravou e provocou uma mudança drástica em nossa maneira de viver. Infelizmente, ainda estamos em pandemia e tendo de lidar com medo, angústia, perda de renda, desemprego, sofrimento pela morte de parentes e amigos. No mundo da corrida, eu também percebo que a saúde mental de alguns corredores não é mais a mesma, principalmente pela cobrança excessiva por resultados e estética, deixando de lado o fator fundamental; a prática de exercícios como promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida. Um exemplo comum é a paranoia das redes sociais. A cada dia, temos de postar para mostrar que estamos produtivos e no caminho certo, com corpos perfeitos, o melhor e mais caro tênis, relógio etc. É um fardo contaminante, pois mais e mais corredores reproduzem essa atitude, trocando o propósito de prazer desse esporte pela obrigação de se mostrar em suas contas nas mídias sociais. Quando percebemos, estamos totalmente viciados em postar e ver o que os outros postam. Interessante ver que ninguém publica uma lesão, no caso, significado de fracasso ou derrota para o mundo em que vivemos. Outra situação é até um pouco mais antiga, porém também se encaixa dentro desse tópico: o exagero na prática da corrida. Atletas passam do limite em relação aos treinos, provas e restrições alimentares para atingir objetivos que não serão benéficos tanto para a saúde física como mental. Quantas relações pessoais foram desfeitas pelo fato de um simples treino longo ser sempre a prioridade? Quantos momentos em família foram deixados em segundo plano por conta de sucessivas provas? Mesmo as refeições, que precisam ser prazerosas começam a se tornar um sacrifício? Esse é o momento no qual perde-se a autoconsciência, pois se está totalmente consumido em atingir um desafio, que no mundo real não existe. A mente não está saudável. Há alguns dias, um corredor, orientado por mim, me questionou sobre a compra de um gps que consegue ter 23 satélites avaliando a distância percorrida no treino para, assim, ter a quilometragem exata do trajeto. A partir desse momento, somado a outros sinais, percebi a necessidade de ajuda não só minha, mas talvez de um psicólogo esportivo. Por experiência, já vi muitas pessoas passarem de certos pontos e entrarem num estágio mental preocupante. Também sei que muitas pessoas não aceitam essa vulnerabilidade e a fragilidade de saber que, mesmo estando tudo sob controle aparente, vivem numa distorção. Felizmente, esse corredor aceitou os fatos apontados e entrou num processo para cuidar de sua saúde mental. Valorizar esse autocuidado é conhecer os próprios limites e aceitar limitações e descobrir o que é mais importante do que um gps como esse. Para não terminar esta coluna sem uma sugestão de como iniciar com esse cuidado, fique atento a três fatores básicos: • Concentração - tenha foco no que deve ser feito para sempre saber onde quer chegar. • Motivação – mantenha essa energia em movimento para fazer o melhor que pode. Ela está diretamente vinculada aos valores que carrega e a sua autoconsciência de seu real potencial. Para muitos é a chama interior que impulsiona em frente. • Controle emocional – com ele, canalizamos nossa energia para os objetivos traçados que potencializa nossas qualidades. Precisamos saber controlar nossas emoções e saber conviver com os imprevistos. Ao sentir um dos três pontos fora de sintonia, dê uma pausa. Pare o tempo necessário e volte quando sentir menos pressão – atuar 24/7 fora da zona de conforto é maçante. Também, não tenha vergonha ou não se sinta derrotado, para procurar por profissionais que possam te ajudar a reencontrar seu caminho. A saúde mental tem um papel importante em nossas vidas e, também, em quem está ao nosso redor. Pense nisso e bons treinos.
Saúde Mental na Corrida
Saúde Mental na Corrida Aulus Sellmer Este ano, os Jogos Olímpicos de Tóquio trouxeram à tona um problema muito atual, que é a nossa saúde mental. A ginasta norte-americana Simone Biles, favoritíssima a diversas medalhas de ouro, tomou uma das atitudes mais corajosas que uma atleta já teve em Olimpíadas: não competir para cuidar de sua saúde mental. Felizmente, o tema foi amplamente discutido, de forma científica, no mundo todo e não colocado simplesmente como uma “fraqueza”, o que de fato não é. Poucos meses antes, a tenista japonesa Naomi Osaka também tomou a mesma decisão ao anunciar sua saída do torneio de Roland Garros, na França. A saúde mental já vinha sendo tema de debates e estudos desde o ano passado, quando a pandemia da Covid-19 teve início, se agravou e provocou uma mudança drástica em nossa maneira de viver. Infelizmente, ainda estamos em pandemia e tendo de lidar com medo, angústia, perda de renda, desemprego, sofrimento pela morte de parentes e amigos. No mundo da corrida, eu também percebo que a saúde mental de alguns corredores não é mais a mesma, principalmente pela cobrança excessiva por resultados e estética, deixando de lado o fator fundamental; a prática de exercícios como promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida. Um exemplo comum é a paranoia das redes sociais. A cada dia, temos de postar para mostrar que estamos produtivos e no caminho certo, com corpos perfeitos, o melhor e mais caro tênis, relógio etc. É um fardo contaminante, pois mais e mais corredores reproduzem essa atitude, trocando o propósito de prazer desse esporte pela obrigação de se mostrar em suas contas nas mídias sociais. Quando percebemos, estamos totalmente viciados em postar e ver o que os outros postam. Interessante ver que ninguém publica uma lesão, no caso, significado de fracasso ou derrota para o mundo em que vivemos. Outra situação é até um pouco mais antiga, porém também se encaixa dentro desse tópico: o exagero na prática da corrida. Atletas passam do limite em relação aos treinos, provas e restrições alimentares para atingir objetivos que não serão benéficos tanto para a saúde física como mental. Quantas relações pessoais foram desfeitas pelo fato de um simples treino longo ser sempre a prioridade? Quantos momentos em família foram deixados em segundo plano por conta de sucessivas provas? Mesmo as refeições, que precisam ser prazerosas começam a se tornar um sacrifício? Esse é o momento no qual perde-se a autoconsciência, pois se está totalmente consumido em atingir um desafio, que no mundo real não existe. A mente não está saudável. Há alguns dias, um corredor, orientado por mim, me questionou sobre a compra de um gps que consegue ter 23 satélites avaliando a distância percorrida no treino para, assim, ter a quilometragem exata do trajeto. A partir desse momento, somado a outros sinais, percebi a necessidade de ajuda não só minha, mas talvez de um psicólogo esportivo. Por experiência, já vi muitas pessoas passarem de certos pontos e entrarem num estágio mental preocupante. Também sei que muitas pessoas não aceitam essa vulnerabilidade e a fragilidade de saber que, mesmo estando tudo sob controle aparente, vivem numa distorção. Felizmente, esse corredor aceitou os fatos apontados e entrou num processo para cuidar de sua saúde mental. Valorizar esse autocuidado é conhecer os próprios limites e aceitar limitações e descobrir o que é mais importante do que um gps como esse. Para não terminar esta coluna sem uma sugestão de como iniciar com esse cuidado, fique atento a três fatores básicos: • Concentração - tenha foco no que deve ser feito para sempre saber onde quer chegar. • Motivação – mantenha essa energia em movimento para fazer o melhor que pode. Ela está diretamente vinculada aos valores que carrega e a sua autoconsciência de seu real potencial. Para muitos é a chama interior que impulsiona em frente. • Controle emocional – com ele, canalizamos nossa energia para os objetivos traçados que potencializa nossas qualidades. Precisamos saber controlar nossas emoções e saber conviver com os imprevistos. Ao sentir um dos três pontos fora de sintonia, dê uma pausa. Pare o tempo necessário e volte quando sentir menos pressão – atuar 24/7 fora da zona de conforto é maçante. Também, não tenha vergonha ou não se sinta derrotado, para procurar por profissionais que possam te ajudar a reencontrar seu caminho. A saúde mental tem um papel importante em nossas vidas e, também, em quem está ao nosso redor. Pense nisso e bons treinos.
13/08/2021 - Aulus Sellmer
Fake Training
Fake Training – por Aulus Sellmer Na onda do debate sobre Fake News, nós, corredores, precisamos também nos atentar a esse assunto no mundo da corrida. Podemos chamar de Fake Training esse bombardeio que vem, geralmente, das mídias sociais e, também, dos aplicativos. Com uma roupagem profissional, nos são apresentadas sugestões de como treinar para melhorar a performance na corrida, ter aproveitamento mais eficiente no fortalecimento muscular, tratar lesões ou como montar uma planilha de treinos. Sem contar nas dietas e suplementações milagrosas para emagrecer em poucas semanas. Então, tome muito cuidado. Você pode estar sob influência de pessoas sem formação acadêmica ou, até mesmo, de professores de educação física, que passam treinos sem coerência ou sem uma confirmação se os caminhos apontados possuem um embasamento científico. Para isso, vou tentar ajudar você, leitor, a fazer uma análise do conteúdo que consome nas redes sociais. Tenha em mente que existem três componentes em seu treino que não podemos ignorar. Em ordem de importância, temos descanso, alimentação e o treino proposto. Quando há um desequilíbrio em algum desses componentes, provavelmente o sucesso não será alcançado. Portanto, preste atenção se o canal que você consulta consegue abordar e aprofundar esses pontos. Pouca gente dá atenção, mas o sono pode ser um fator determinante para a fórmula funcionar. Cada tipo de treinamento e estímulo usados na programação demanda um tempo de descanso específico até que a musculatura envolvida esteja recuperada e pronta para receber um novo estímulo. Hoje até existem relógios com programas que calculam, em função do seu treino, qual o período de descanso para realizar seu próximo estímulo ou treino. Quanto à alimentação, o número de refeições e calorias ideais para quem corre regularmente varia de acordo com as necessidades energéticas de cada corredor. É necessário, avaliar se você está magro ou magra demais ou com excesso de peso e, também, se existe a intenção de ganho muscular. O importante é compreender que todos os grupos alimentares devem estar presentes. O que fica como regra é fazer da sua alimentação diária um momento de prazer, no qual boas escolhas farão toda a diferença. Como também as refeições pré e pós treino exclusivas para você. Somente um nutricionista poderá te ajudar. Dietas milagrosas é o que mais encontramos hoje nas redes sociais, mas será que realmente funciona? Ao falarmos de treinos, as opções de programas são infinitas e é necessário ter uma excelente orientação profissional, que será adaptada ao atual nível de condicionamento físico. A programação precisa de um objetivo e passar por todas as fases como as de hipertrofia, força, resistência, potência (velocidade), metabólica e, finalmente, polimento. Todas as fases devem ser adaptadas em função do tempo que possui e o nível de condicionamento para conseguir ter uma excelente performance, após alguns meses de treinamento. Portanto, treinos isolados e sem orientação, pinçados de alguma mídia social, são perigosos por não estarem alinhados com seus objetivos e, muito menos, com sua alimentação e escala de descanso. Mesmo se você não segue uma programação de treinos, os métodos sugeridos são generalistas e dificilmente atenderão alguma especificidade do seu organismo. O recado mais importante desta coluna é que temos de ser bem criteriosos e investigar realmente se os itens acima possuem um embasamento científico, que respeita os últimos estudos. Sei que todos nós temos redes sociais e fuçamos as informações e treinos, mas antes de realizá-los, precisamos refletir e realizar uma análise crítica sobre o conteúdo proposto e a credibilidade do autor. E, por favor, risque da sua lista aqueles que prometem milagres num curto espaço de tempo. Cuidado e bons treinos.
Fake Training
Fake Training – por Aulus Sellmer Na onda do debate sobre Fake News, nós, corredores, precisamos também nos atentar a esse assunto no mundo da corrida. Podemos chamar de Fake Training esse bombardeio que vem, geralmente, das mídias sociais e, também, dos aplicativos. Com uma roupagem profissional, nos são apresentadas sugestões de como treinar para melhorar a performance na corrida, ter aproveitamento mais eficiente no fortalecimento muscular, tratar lesões ou como montar uma planilha de treinos. Sem contar nas dietas e suplementações milagrosas para emagrecer em poucas semanas. Então, tome muito cuidado. Você pode estar sob influência de pessoas sem formação acadêmica ou, até mesmo, de professores de educação física, que passam treinos sem coerência ou sem uma confirmação se os caminhos apontados possuem um embasamento científico. Para isso, vou tentar ajudar você, leitor, a fazer uma análise do conteúdo que consome nas redes sociais. Tenha em mente que existem três componentes em seu treino que não podemos ignorar. Em ordem de importância, temos descanso, alimentação e o treino proposto. Quando há um desequilíbrio em algum desses componentes, provavelmente o sucesso não será alcançado. Portanto, preste atenção se o canal que você consulta consegue abordar e aprofundar esses pontos. Pouca gente dá atenção, mas o sono pode ser um fator determinante para a fórmula funcionar. Cada tipo de treinamento e estímulo usados na programação demanda um tempo de descanso específico até que a musculatura envolvida esteja recuperada e pronta para receber um novo estímulo. Hoje até existem relógios com programas que calculam, em função do seu treino, qual o período de descanso para realizar seu próximo estímulo ou treino. Quanto à alimentação, o número de refeições e calorias ideais para quem corre regularmente varia de acordo com as necessidades energéticas de cada corredor. É necessário, avaliar se você está magro ou magra demais ou com excesso de peso e, também, se existe a intenção de ganho muscular. O importante é compreender que todos os grupos alimentares devem estar presentes. O que fica como regra é fazer da sua alimentação diária um momento de prazer, no qual boas escolhas farão toda a diferença. Como também as refeições pré e pós treino exclusivas para você. Somente um nutricionista poderá te ajudar. Dietas milagrosas é o que mais encontramos hoje nas redes sociais, mas será que realmente funciona? Ao falarmos de treinos, as opções de programas são infinitas e é necessário ter uma excelente orientação profissional, que será adaptada ao atual nível de condicionamento físico. A programação precisa de um objetivo e passar por todas as fases como as de hipertrofia, força, resistência, potência (velocidade), metabólica e, finalmente, polimento. Todas as fases devem ser adaptadas em função do tempo que possui e o nível de condicionamento para conseguir ter uma excelente performance, após alguns meses de treinamento. Portanto, treinos isolados e sem orientação, pinçados de alguma mídia social, são perigosos por não estarem alinhados com seus objetivos e, muito menos, com sua alimentação e escala de descanso. Mesmo se você não segue uma programação de treinos, os métodos sugeridos são generalistas e dificilmente atenderão alguma especificidade do seu organismo. O recado mais importante desta coluna é que temos de ser bem criteriosos e investigar realmente se os itens acima possuem um embasamento científico, que respeita os últimos estudos. Sei que todos nós temos redes sociais e fuçamos as informações e treinos, mas antes de realizá-los, precisamos refletir e realizar uma análise crítica sobre o conteúdo proposto e a credibilidade do autor. E, por favor, risque da sua lista aqueles que prometem milagres num curto espaço de tempo. Cuidado e bons treinos.
12/07/2021 - Aulus Sellmer
Pé Grande de corredor
Pé grande de corredor – por Aulus Sellmer Sempre tive sérios problemas para encontrar um tênis do meu tamanho no Brasil. Meu número é 45 e praticamente não existe por aqui. Sempre tenho de aproveitar uma viagem ao exterior. É uma pena que as marcas esportivas não deem atenção para uma numeração maior, como em outros países. O último número aqui seria 44 e são poucos os modelos disponíveis. Sempre encontro muitos corredores com o mesmo problema, mas essa dificuldade não me faz desistir de correr, tendo a esperança que um dia nós, corredores de pé grande, tenhamos mais opções de modelos e numerações em nosso País. Contudo, não é só isso que temos de estar atentos. Depois de conseguir encontrar um tênis do tamanho correto, ainda precisamos pensar em performance. Estudos mostram que quanto maior a concentração de peso nas extremidades do corpo, maior será a demanda aeróbia. Isso significa que pés maiores pesam mais e podem, sim, atrapalhar a corrida. Será que isto é verdade? Em alguns estudos que li pesquisadores comprovaram que se você adicionar 1kg de peso corporal próximo de seu centro de gravidade, a sua eficiência mecânica na corrida pode ser reduzida a 1%. Se você acrescer este mesmo 1kg aos seus pés, a eficiência seria reduzida em 10%. Vamos a um exercício de matemática. De acordo com o estudo que li de Roger Kram, professor de fisiologia integrativa na Universidade do Colorado, nos EUA, um pé humano masculino pesa, em média, 1.000 gramas. A cada número de calçado, adiciona-se 100 gramas, que equivale a cerca de 3% a 4% na perda de eficiência na corrida. Portanto, para quem tem pés grandes é importante pensar em comprar modelos leves. Calçados pesados chegam a 800 gramas o par – e isto de acordo com o estudo prejudica e muito o desempenho. Se você é um corredor de provas mais longas e muito competitivo, essa diferença pode ser crucial na busca por resultados melhores. Pode parecer exagero, porém ainda há outros cuidados com os pés que influenciam no seu desempenho – e isso vale para qualquer tamanho. Lavar os pés diariamente para remover bactérias, enxaguando entre os dedos, principalmente, após sua atividade física. Fungos, como o pé de atleta, podem interromper seus treinos e ninguém quer isso. Jamais treinar sem meia, pois o calor e o atrito da pele com o tênis vão trazer bolhas. As unhas devem ser cortadas bem retas para impedir que elas encravem; não arredondando os cantos. Os cantos das unhas com o atrito e a pressão do tênis podem gerar infecção. Por último, procure não usar o mesmo tênis todos os dias. Eles precisam descansar, principalmente a sola intermediária confeccionada com uma material conhecido como EVA, que possuí várias bolinhas de ar, responsáveis por uma distribuição de impacto mais uniforme. Portanto, a mensagem deste mês é basicamente prestar mais atenção para a parte do corpo responsável por sustentar todo o seu peso. Tenho certeza de que, independentemente do tamanho dos pés, sua corrida será ainda mais prazerosa.
Pé Grande de corredor
Pé grande de corredor – por Aulus Sellmer Sempre tive sérios problemas para encontrar um tênis do meu tamanho no Brasil. Meu número é 45 e praticamente não existe por aqui. Sempre tenho de aproveitar uma viagem ao exterior. É uma pena que as marcas esportivas não deem atenção para uma numeração maior, como em outros países. O último número aqui seria 44 e são poucos os modelos disponíveis. Sempre encontro muitos corredores com o mesmo problema, mas essa dificuldade não me faz desistir de correr, tendo a esperança que um dia nós, corredores de pé grande, tenhamos mais opções de modelos e numerações em nosso País. Contudo, não é só isso que temos de estar atentos. Depois de conseguir encontrar um tênis do tamanho correto, ainda precisamos pensar em performance. Estudos mostram que quanto maior a concentração de peso nas extremidades do corpo, maior será a demanda aeróbia. Isso significa que pés maiores pesam mais e podem, sim, atrapalhar a corrida. Será que isto é verdade? Em alguns estudos que li pesquisadores comprovaram que se você adicionar 1kg de peso corporal próximo de seu centro de gravidade, a sua eficiência mecânica na corrida pode ser reduzida a 1%. Se você acrescer este mesmo 1kg aos seus pés, a eficiência seria reduzida em 10%. Vamos a um exercício de matemática. De acordo com o estudo que li de Roger Kram, professor de fisiologia integrativa na Universidade do Colorado, nos EUA, um pé humano masculino pesa, em média, 1.000 gramas. A cada número de calçado, adiciona-se 100 gramas, que equivale a cerca de 3% a 4% na perda de eficiência na corrida. Portanto, para quem tem pés grandes é importante pensar em comprar modelos leves. Calçados pesados chegam a 800 gramas o par – e isto de acordo com o estudo prejudica e muito o desempenho. Se você é um corredor de provas mais longas e muito competitivo, essa diferença pode ser crucial na busca por resultados melhores. Pode parecer exagero, porém ainda há outros cuidados com os pés que influenciam no seu desempenho – e isso vale para qualquer tamanho. Lavar os pés diariamente para remover bactérias, enxaguando entre os dedos, principalmente, após sua atividade física. Fungos, como o pé de atleta, podem interromper seus treinos e ninguém quer isso. Jamais treinar sem meia, pois o calor e o atrito da pele com o tênis vão trazer bolhas. As unhas devem ser cortadas bem retas para impedir que elas encravem; não arredondando os cantos. Os cantos das unhas com o atrito e a pressão do tênis podem gerar infecção. Por último, procure não usar o mesmo tênis todos os dias. Eles precisam descansar, principalmente a sola intermediária confeccionada com uma material conhecido como EVA, que possuí várias bolinhas de ar, responsáveis por uma distribuição de impacto mais uniforme. Portanto, a mensagem deste mês é basicamente prestar mais atenção para a parte do corpo responsável por sustentar todo o seu peso. Tenho certeza de que, independentemente do tamanho dos pés, sua corrida será ainda mais prazerosa.
14/06/2021 - Aulus Sellmer
Corredor Cabeça
Treinar para se tornar um bom corredor vai além do esforço físico. É fundamental estar atento, também, ao esforço mental. Muitos corredores não dão tanta importância ao treinamento de seu cérebro, mas é exatamente essa a diferença quando pensamos em resultados. Ter agilidade mental, raciocínio lógico, criatividade, autoconfiança, concentração, auto-estima elevada são detalhes importantes também para um corredor. Neste exato ponto, entra em cena a neurociência, o estudo científico do sistema nervoso humano. Através do desenvolvimento desse campo da ciência, verificou-se que uma pessoa bem treinada física e mentalmente está mais apta a conquistar os resultados desejados. Nós corredores, em geral, exercitamos muito do pescoço para baixo, mas é preciso trabalhar a cabeça também. “O corpo é um todo integrado e as habilidades mentais e fisiológicas se influenciam mutuamente. A concentração pode ser treinada e o exercício mental ajuda a superar limitações físicas”, diz o psicólogo Emílio Takase, coordenador do Laboratório de Neurociências do Esporte da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, a neurociência vem cada vez mais fazendo parte da vida de esportistas que querem ter um melhor desempenho e, nós corredores, não podemos fugir disso. O ato de treinar significa ficar concentrado em todas as situações em que seu organismo age e reage com o intuito de ser o mais eficiente possível. Por exemplo, ao sair de uma intensidade moderada para forte, seu corpo precisa aprender e se adaptar a este novo cenário. Os movimentos dos braços acompanhando as passadas mais largas, que demanda postura “mais encaixada”, que exigem melhor sincronia da inspiração e expiração e por aí em diante. A tendência é tornar toda essa movimentação melhor condicionada, o que permite a automatização dos impulsos nervosos necessários para que sua corrida fique mais eficiente e econômica. Se você perde o seu centro ou entra disperso em um treino ou competição, provavelmente o rendimento será prejudicado. Muitas pessoas têm dificuldades em manter a concentração durante muito tempo. Outras são mais centradas e sofrem pouca influência do meio. Por esta razão que muitos treinadores não gostam quando corredores ouvem música durante sua sessão de treinos. A música, por exemplo, pode servir como fator de distração pelo menos no início, quando temos de nos conectar com todos os nossos movimentos e também o ambiente que nos cerca. Imagine-se num parque movimentado. Concentrar-se significa olhar ao redor para encontrar seu espaço e desviar de obstáculos, sentir o frio, o calor, o vento, os cheiros e o próprio barulho do contato dos seus pés com o solo. O “tap, tap, tap” pode mudar de freqüência se você aumenta a intensidade da corrida por exemplo. Depois de certo tempo de treinos, você consegue integrar corpo, mente e ambiente. Talvez essa seja o momento para treinar e ouvir música ao mesmo tempo. Ela pode deixar de ser uma distração e ser parte integrante dessa harmonia. Desafie seu cérebro O ganho em performance proporcionado pelo treinamento cerebral tem se mostrado significativo no desempenho de inúmeras modalidades esportivas. Tudo isso foi fortalecido pela descoberta de que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões em qualquer idade desde que seja treinado. Para que, nós corredores, tenhamos todos os benefícios pregados pela neurociência, é preciso ir além dos nossos treinos diários. Por exemplo, exercícios com a bola reativa, que quando cai no chão você nunca sabe para onde ela vai, exercícios de agilidade, como reagir a estímulos luminosos, estar correndo e ao mesmo tempo resolver problemas matemáticos. Não podemos esquecer os exercícios respiratórios e de mentalização onde nos colocamos em todas as possíveis situações positivas e negativas que podem acontecer em uma prova. Ou até mesmo durante o treino para que você tenha ferramentas importantes na busca da harmonia corpo e mente que todos nós desejamos atingir. Se quiser sair completamente do físico, alternativas como palavras-cruzadas, cálculos com o ábaco ao invés da calculadora, estudar novos idiomas, realizar quebra-cabeças são boas sugestões. Esses “exercícios cerebrais” estimulam a produção de neurotrofinas, espécie de nutrientes do cérebro que aumentam a quantidade e a qualidade das sinapses, incrementando a capacidade de processamento. Isso leva a produção de benefícios a curto (desenvolvimento de habilidades e inteligências) e longo prazo (maiores reservas cognitivas). Como é possível perceber ao fortalecer o nosso físico é fundamental para se ter uma vida saudável, de bem-estar e equilíbrio. Complementar a corrida com exercícios cerebrais pode nos aproximar ainda mais de um dia-a-dia de plena qualidade de vida com ganhos em concentração, autoconfiança, criatividade, raciocínio rápido, por exemplo. Isso levará definitivamente sua corrida a um patamar mais elevado.
Corredor Cabeça
Treinar para se tornar um bom corredor vai além do esforço físico. É fundamental estar atento, também, ao esforço mental. Muitos corredores não dão tanta importância ao treinamento de seu cérebro, mas é exatamente essa a diferença quando pensamos em resultados. Ter agilidade mental, raciocínio lógico, criatividade, autoconfiança, concentração, auto-estima elevada são detalhes importantes também para um corredor. Neste exato ponto, entra em cena a neurociência, o estudo científico do sistema nervoso humano. Através do desenvolvimento desse campo da ciência, verificou-se que uma pessoa bem treinada física e mentalmente está mais apta a conquistar os resultados desejados. Nós corredores, em geral, exercitamos muito do pescoço para baixo, mas é preciso trabalhar a cabeça também. “O corpo é um todo integrado e as habilidades mentais e fisiológicas se influenciam mutuamente. A concentração pode ser treinada e o exercício mental ajuda a superar limitações físicas”, diz o psicólogo Emílio Takase, coordenador do Laboratório de Neurociências do Esporte da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, a neurociência vem cada vez mais fazendo parte da vida de esportistas que querem ter um melhor desempenho e, nós corredores, não podemos fugir disso. O ato de treinar significa ficar concentrado em todas as situações em que seu organismo age e reage com o intuito de ser o mais eficiente possível. Por exemplo, ao sair de uma intensidade moderada para forte, seu corpo precisa aprender e se adaptar a este novo cenário. Os movimentos dos braços acompanhando as passadas mais largas, que demanda postura “mais encaixada”, que exigem melhor sincronia da inspiração e expiração e por aí em diante. A tendência é tornar toda essa movimentação melhor condicionada, o que permite a automatização dos impulsos nervosos necessários para que sua corrida fique mais eficiente e econômica. Se você perde o seu centro ou entra disperso em um treino ou competição, provavelmente o rendimento será prejudicado. Muitas pessoas têm dificuldades em manter a concentração durante muito tempo. Outras são mais centradas e sofrem pouca influência do meio. Por esta razão que muitos treinadores não gostam quando corredores ouvem música durante sua sessão de treinos. A música, por exemplo, pode servir como fator de distração pelo menos no início, quando temos de nos conectar com todos os nossos movimentos e também o ambiente que nos cerca. Imagine-se num parque movimentado. Concentrar-se significa olhar ao redor para encontrar seu espaço e desviar de obstáculos, sentir o frio, o calor, o vento, os cheiros e o próprio barulho do contato dos seus pés com o solo. O “tap, tap, tap” pode mudar de freqüência se você aumenta a intensidade da corrida por exemplo. Depois de certo tempo de treinos, você consegue integrar corpo, mente e ambiente. Talvez essa seja o momento para treinar e ouvir música ao mesmo tempo. Ela pode deixar de ser uma distração e ser parte integrante dessa harmonia. Desafie seu cérebro O ganho em performance proporcionado pelo treinamento cerebral tem se mostrado significativo no desempenho de inúmeras modalidades esportivas. Tudo isso foi fortalecido pela descoberta de que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões em qualquer idade desde que seja treinado. Para que, nós corredores, tenhamos todos os benefícios pregados pela neurociência, é preciso ir além dos nossos treinos diários. Por exemplo, exercícios com a bola reativa, que quando cai no chão você nunca sabe para onde ela vai, exercícios de agilidade, como reagir a estímulos luminosos, estar correndo e ao mesmo tempo resolver problemas matemáticos. Não podemos esquecer os exercícios respiratórios e de mentalização onde nos colocamos em todas as possíveis situações positivas e negativas que podem acontecer em uma prova. Ou até mesmo durante o treino para que você tenha ferramentas importantes na busca da harmonia corpo e mente que todos nós desejamos atingir. Se quiser sair completamente do físico, alternativas como palavras-cruzadas, cálculos com o ábaco ao invés da calculadora, estudar novos idiomas, realizar quebra-cabeças são boas sugestões. Esses “exercícios cerebrais” estimulam a produção de neurotrofinas, espécie de nutrientes do cérebro que aumentam a quantidade e a qualidade das sinapses, incrementando a capacidade de processamento. Isso leva a produção de benefícios a curto (desenvolvimento de habilidades e inteligências) e longo prazo (maiores reservas cognitivas). Como é possível perceber ao fortalecer o nosso físico é fundamental para se ter uma vida saudável, de bem-estar e equilíbrio. Complementar a corrida com exercícios cerebrais pode nos aproximar ainda mais de um dia-a-dia de plena qualidade de vida com ganhos em concentração, autoconfiança, criatividade, raciocínio rápido, por exemplo. Isso levará definitivamente sua corrida a um patamar mais elevado.
13/05/2021 - Aulus Sellmer
Lesão Além da Carne
Lesão além da carne Aulus Sellmer Para muitos corredores, uma lesão é algo mais complexo, vai além do físico, ou seja, do diagnosticar, tratar, reabilitar e voltar aos treinos. Um corredor machucado, muitas vezes, enfrenta uma forte confusão de emoções como descrença, frustração, confusão e vulnerabilidade. Ele é confrontado com uma situação de inércia, de separação dos seus colegas de treino e de afastamento do local de desenvolvimento das suas capacidades, assim como das provas, originando um conjunto de reações psicológicas. Neste ponto, se alguma atitude não for tomada, a harmonia com a corrida se rompe. Quando se chega a esta encruzilhada, o corredor vai ter de passar pelo processo de recuperação física e psicológica, que depende de um diálogo interior positivo para auxiliar no resgate da autoconfiança. Nesta minha jornada como treinador, vivi diversas histórias, da desistência à superação. Se você passa por esta situação ou tem colegas nesta fase de descrença, tenho comigo algumas sugestões para reacender a chama da corrida. A primeira providência após a lesão é ter profissionais competentes para ajudar e oferecer todo o apoio. É fundamental este profissional explicar, de maneira simples e didática, como surgiu a lesão e como o organismo vai se adaptar para resistir às demandas na retomada do equilíbrio. Além disso, explicar como será o processo de recuperação, a previsão da evolução gradativa da reabilitação e a importância de sua dedicação ao tratamento. A próxima etapa é se propor a um trabalho mental incansável e diário, estabelecendo um diálogo interior positivo. Somos bombardeados com ideias para desistir quando o resultado não aparece. Tenha em mente que a reabilitação é lenta, portanto, estabelecer pequenas metas pode servir de motivação para ir até o fim, como numa prova de fato. Um exercício interessante é mentalizar sua recuperação e até mesmo se imaginar em sua melhor forma. Para facilitar este processo, a psicologia desempenha papel importante na reabilitação, não só de quem está lesionado, mas também na prevenção. Em muitos casos, as lesões têm origens mais profundas do que apenas pisar num buraco e torcer o pé. Por exemplo, trabalhar a autoconfiança vai deixar o organismo mais alerta, preparado para lidar com situações de risco. Diversos estudos demonstram a intervenção psicológica após uma lesão como determinante para reduzir incidências de lesão. Quando ela acontece, as reabilitações são mais eficazes. Acredito que desta forma é possível vencer inseguranças e receios e retomar o mesmo nível de performance antes da lesão. Esse processo depende muito mais de um aspecto psicossocial do que realmente todo os procedimentos recomendados de reabilitação. Portanto tenha em mente que irá precisar de uma equipe multidisciplinar ao seu lado como também o apoio de seus familiares e amigos. Só assim, sua confiança e um retorno mais rápido aos treinos será possível, desde que a persistência e a dedicação estejam presentes. Bons treinos!
Lesão Além da Carne
Lesão além da carne Aulus Sellmer Para muitos corredores, uma lesão é algo mais complexo, vai além do físico, ou seja, do diagnosticar, tratar, reabilitar e voltar aos treinos. Um corredor machucado, muitas vezes, enfrenta uma forte confusão de emoções como descrença, frustração, confusão e vulnerabilidade. Ele é confrontado com uma situação de inércia, de separação dos seus colegas de treino e de afastamento do local de desenvolvimento das suas capacidades, assim como das provas, originando um conjunto de reações psicológicas. Neste ponto, se alguma atitude não for tomada, a harmonia com a corrida se rompe. Quando se chega a esta encruzilhada, o corredor vai ter de passar pelo processo de recuperação física e psicológica, que depende de um diálogo interior positivo para auxiliar no resgate da autoconfiança. Nesta minha jornada como treinador, vivi diversas histórias, da desistência à superação. Se você passa por esta situação ou tem colegas nesta fase de descrença, tenho comigo algumas sugestões para reacender a chama da corrida. A primeira providência após a lesão é ter profissionais competentes para ajudar e oferecer todo o apoio. É fundamental este profissional explicar, de maneira simples e didática, como surgiu a lesão e como o organismo vai se adaptar para resistir às demandas na retomada do equilíbrio. Além disso, explicar como será o processo de recuperação, a previsão da evolução gradativa da reabilitação e a importância de sua dedicação ao tratamento. A próxima etapa é se propor a um trabalho mental incansável e diário, estabelecendo um diálogo interior positivo. Somos bombardeados com ideias para desistir quando o resultado não aparece. Tenha em mente que a reabilitação é lenta, portanto, estabelecer pequenas metas pode servir de motivação para ir até o fim, como numa prova de fato. Um exercício interessante é mentalizar sua recuperação e até mesmo se imaginar em sua melhor forma. Para facilitar este processo, a psicologia desempenha papel importante na reabilitação, não só de quem está lesionado, mas também na prevenção. Em muitos casos, as lesões têm origens mais profundas do que apenas pisar num buraco e torcer o pé. Por exemplo, trabalhar a autoconfiança vai deixar o organismo mais alerta, preparado para lidar com situações de risco. Diversos estudos demonstram a intervenção psicológica após uma lesão como determinante para reduzir incidências de lesão. Quando ela acontece, as reabilitações são mais eficazes. Acredito que desta forma é possível vencer inseguranças e receios e retomar o mesmo nível de performance antes da lesão. Esse processo depende muito mais de um aspecto psicossocial do que realmente todo os procedimentos recomendados de reabilitação. Portanto tenha em mente que irá precisar de uma equipe multidisciplinar ao seu lado como também o apoio de seus familiares e amigos. Só assim, sua confiança e um retorno mais rápido aos treinos será possível, desde que a persistência e a dedicação estejam presentes. Bons treinos!
14/01/2021 - Por Aulus Sellmer
Tênis que batem recordes
Difícil, mas vamos tentar esquecer um pouco a pandemia do novo corona vírus e focar em nosso mundo da corrida para abordar um acessório fundamental: o tênis. Atualmente, a bola da vez é o modelo com placa na entressola, podendo ser feita de carbono ou de nylon. Não sei se você sabe, mas todos os recordes de maratona, meia maratona, 15km, 10km, 5km e provas de pista como, 10.000m e 5.000m são algumas das marcas que caíram nos últimos dois anos (antes pandemia). O que elas têm em comum é que seus conquistadores usaram este novo modelo com placa na entresola. E aí que surge a questão. Será que isto aconteceu pelo surgimento deste novo modelo com muita tecnologia por tras, ou por uma incrível evolução da ciência do esporte que não para de apresentar novos métodos de treinos e formas de superaração do corpo humano frente aos recordes a serem batidos? A grande maioria das marcas já disponibiliza tênis de corrida em larga escala para qualquer corredor ou corredora comprar e usufruir dessa tecnologia e, assim, “voar baixo” para bater seus recordes pessoais ou “PRs”. Mas esse tipo de calçado influencia mesmo em nossa performance? A resposta é sim, influencia. Estudos científicos mostram que a combinação do novo material de espuma e a placa curva, faz um corredor “experiente” atingir o mesmo ritmo usando menos oxigênio e movimentos do corpo. Como consequência, é capaz de correr mais rápido antes de chegar aos seus tetos fisiológicos. Calcula-se algo em torno de 2% a 4% em termos de ganho no tempo final. Ou seja, se você completa 42km em 3 horas, você terminaria a prova com cerca de 3 a 7 minutos antes. Se os seus 10k são percorridos em 50 minutos, com esse modelo de tênis, você fecha a prova entre 1 a 2 minutos antes. Pouco, mas pode significar a quebra de um recorde pessoal. Agora, se pensarmos em nível profissional, por exemplo, na Maratona Internacional de São Paulo é a diferença entre o 1º e o 9º colocado na categoria masculina, e da 1ª a 6ª posição, na categoria feminina. Se, entre todos competidores, somente os atletas que terminaram em 6º e 9º, nas respectivas categorias, corressem com esses tênis, poderiam chegar em primeiro lugar. Essa diferença percentual é tão grande que se torna decisiva para o resultado de uma prova. Atletas que chegam em primeiro não seriam mais os melhores do ponto de vista fisiológico e psicológico. Essa mesma situação aconteceu com as roupas de borracha na natação, que hoje estão banidas do esporte. Recordes devem ser batidos e medalhistas de ouro devem ser forjados de forma que obedeça a escala de tempo e evolução fisiológica do ser humano, e não por causa de um acessório mágico, como o tênis com placas tecnológicas. Talvez a mesma reflexão deve ser feita para a quebra dos nossos recordes pessoais. O minuto a menos deve ser creditado à minha evolução fisiológica dos treinos ou ao calçado? Por outro lado, é um equipamento que torna minha corrida mais eficiente e preserva bons aspectos da minha saúde, portanto, vale o investimento ou não? Uma grande dúvida que invade a cabeça de nós corredores! E cada um tem a sua maneira de enxergar esta situação. No final das contas, acredito que o importante na escolha do calçado para a corrida é a qualidade dos materiais, conforto para os pés e menor chances de lesão, algo que queremos manter o máximo de distanciamento possível.
Tênis que batem recordes
Difícil, mas vamos tentar esquecer um pouco a pandemia do novo corona vírus e focar em nosso mundo da corrida para abordar um acessório fundamental: o tênis. Atualmente, a bola da vez é o modelo com placa na entressola, podendo ser feita de carbono ou de nylon. Não sei se você sabe, mas todos os recordes de maratona, meia maratona, 15km, 10km, 5km e provas de pista como, 10.000m e 5.000m são algumas das marcas que caíram nos últimos dois anos (antes pandemia). O que elas têm em comum é que seus conquistadores usaram este novo modelo com placa na entresola. E aí que surge a questão. Será que isto aconteceu pelo surgimento deste novo modelo com muita tecnologia por tras, ou por uma incrível evolução da ciência do esporte que não para de apresentar novos métodos de treinos e formas de superaração do corpo humano frente aos recordes a serem batidos? A grande maioria das marcas já disponibiliza tênis de corrida em larga escala para qualquer corredor ou corredora comprar e usufruir dessa tecnologia e, assim, “voar baixo” para bater seus recordes pessoais ou “PRs”. Mas esse tipo de calçado influencia mesmo em nossa performance? A resposta é sim, influencia. Estudos científicos mostram que a combinação do novo material de espuma e a placa curva, faz um corredor “experiente” atingir o mesmo ritmo usando menos oxigênio e movimentos do corpo. Como consequência, é capaz de correr mais rápido antes de chegar aos seus tetos fisiológicos. Calcula-se algo em torno de 2% a 4% em termos de ganho no tempo final. Ou seja, se você completa 42km em 3 horas, você terminaria a prova com cerca de 3 a 7 minutos antes. Se os seus 10k são percorridos em 50 minutos, com esse modelo de tênis, você fecha a prova entre 1 a 2 minutos antes. Pouco, mas pode significar a quebra de um recorde pessoal. Agora, se pensarmos em nível profissional, por exemplo, na Maratona Internacional de São Paulo é a diferença entre o 1º e o 9º colocado na categoria masculina, e da 1ª a 6ª posição, na categoria feminina. Se, entre todos competidores, somente os atletas que terminaram em 6º e 9º, nas respectivas categorias, corressem com esses tênis, poderiam chegar em primeiro lugar. Essa diferença percentual é tão grande que se torna decisiva para o resultado de uma prova. Atletas que chegam em primeiro não seriam mais os melhores do ponto de vista fisiológico e psicológico. Essa mesma situação aconteceu com as roupas de borracha na natação, que hoje estão banidas do esporte. Recordes devem ser batidos e medalhistas de ouro devem ser forjados de forma que obedeça a escala de tempo e evolução fisiológica do ser humano, e não por causa de um acessório mágico, como o tênis com placas tecnológicas. Talvez a mesma reflexão deve ser feita para a quebra dos nossos recordes pessoais. O minuto a menos deve ser creditado à minha evolução fisiológica dos treinos ou ao calçado? Por outro lado, é um equipamento que torna minha corrida mais eficiente e preserva bons aspectos da minha saúde, portanto, vale o investimento ou não? Uma grande dúvida que invade a cabeça de nós corredores! E cada um tem a sua maneira de enxergar esta situação. No final das contas, acredito que o importante na escolha do calçado para a corrida é a qualidade dos materiais, conforto para os pés e menor chances de lesão, algo que queremos manter o máximo de distanciamento possível.
27/03/2018 - 4any1
Padrão de Corrida
Quando corremos precisamos sempre estar atento ao jeito certo para correr. É importante respeitar o padrão de movimento individual, dando atenção especial à sua postura natural. O padrão ideal mantém o corpo ereto, cabeça olhando para frente, braços e antebraços flexionados com ângulo de 90 graus. Portanto, a individualidade dentro de certos limites deve ser respeitada e com o decorrer dos treinos seu padrão será aprimorado, melhorando com isto sua eficiência e economia de movimento na corrida.
Padrão de Corrida
Quando corremos precisamos sempre estar atento ao jeito certo para correr. É importante respeitar o padrão de movimento individual, dando atenção especial à sua postura natural. O padrão ideal mantém o corpo ereto, cabeça olhando para frente, braços e antebraços flexionados com ângulo de 90 graus. Portanto, a individualidade dentro de certos limites deve ser respeitada e com o decorrer dos treinos seu padrão será aprimorado, melhorando com isto sua eficiência e economia de movimento na corrida.
09/01/2017 - 4any1
Emagrecimento Saudável
Emagrecimento Saudável
Da mesma forma que engordamos lentamente, devemos emagrecer lentamente.
O segredo está na reeducação alimentar. Isso significa aprender a ingerir os alimentos de forma correta e, principalmente, equilibrada e não oscilar entre períodos de total controle e períodos de total descontrole.
Mas não deixe de aliar essa reeducação alimentar à prática regular de exercícios físicos.
Ambas supervisionadas por profissinais farão com que o processo ocorra de maneira segura e saudável.
Qualidade de vida é uma questão de mudança de hábitos.
28/08/2020 - Os Treinos Votaram
Reinício dos treinos
Caro corredor 4any1 Já retomamos nossos treinos externos, respeitando os protocolos de distanciamento e higiene. Também continuamos com lives durante a semana conforme programação abaixo. Treino Externo Ter e Qui : 19:00 às 20:30 parque do Ibirapuera (praça das cobras) Sáb : 7:30 às 10:30 Av. Prof Fonseca Rodrigues (em frente ao parque Villa-Lobos) Lives Qua : 19:00 às 19:45 Crossforanybody Sáb : 10:00 às 10:45 Perfil @4any1assessoria 4any1assessoria www.4any1.com.br
Reinício dos treinos
Caro corredor 4any1 Já retomamos nossos treinos externos, respeitando os protocolos de distanciamento e higiene. Também continuamos com lives durante a semana conforme programação abaixo. Treino Externo Ter e Qui : 19:00 às 20:30 parque do Ibirapuera (praça das cobras) Sáb : 7:30 às 10:30 Av. Prof Fonseca Rodrigues (em frente ao parque Villa-Lobos) Lives Qua : 19:00 às 19:45 Crossforanybody Sáb : 10:00 às 10:45 Perfil @4any1assessoria 4any1assessoria www.4any1.com.br
29/07/2020 - Planos e Metas
PLANOS E METAS
Planos e Metas Por Aulus Sellmer Um objetivo sem um plano não é nada mais do que um mero desejo. Esse desejo se perde facilmente em nossa rotina atarefada. O querer perder peso, por exemplo, é sempre adiado. Às vezes é até colocado em prática, porém sem nenhum planejamento. A pessoa perde um pouco do peso, mas e depois? Como manter o ritmo e a motivação? O sucesso do seu programa de condicionamento físico está relacionado de forma direta com a capacidade de planejar e organizar as nossas vidas profissional e pessoal. Sim, é um grande comprometimento que dará qualidade de vida à sua rotina. Um bom planejamento é aquele nos mantém motivados a cada etapa. Para isso, não é nada melhor do que estabelecer metas reais e possíveis. Alcançar cada uma delas dentro de um tempo razoável mantém a chama acessa, a vontade de sempre seguir em frente. Assim, seu planejamento deve abranger todos os momentos de sua vida e deve estar intimamente ligado à sua motivação. Num contexto geral, há dois tipos de motivação: A auto-motivação, gerada internamente e deriva de uma série de razões como estar saudável, condicionado e relaxado e; a motivação externa, que é influenciada pelos amigos, grupo de treinamento e profissionais da área envolvidos. Dependendo do ambiente externo, podem trazer aspectos negativos ou positivos. Em meus 35 anos de experiência como treinador, no momento em que um corredor iniciante é “fisgado”, dificilmente abandona um programa de condicionamento físico. Seja conseguir caminhar por 30 minutos sem parar, depois correr 30 minutos sem parar, depois uma prova de 5k e assim cada pequena meta vai sendo alcançada. A motivação com a corrida alcança patamares altíssimos. O estado psicológico ideal para quem pratica exercícios físicos, quando acontece, retira da nossa mente qualquer dúvida a respeito do nosso potencial e da nossa capacidade em alcançar metas. Gera autoconfiança e segurança. Mas e a vida com a família? E a rotina no escritório? O foco total nos treinos não é ideal. Esse processo pela busca na qualidade de vida não é somente física. Não se pode cair numa rotina em que a busca pela perfeição física se torne neurótica. O “seja perfeito”, para os psicólogos, é uma ordem interna que neurotiza nossas ações e isso não é bom. Por isso, como disse no começo, devemos planejar nossa vida com a família e com o trabalho também. A rotina de treinos não deve interferir na qualidade de tempo que passamos com nossa esposa, filhos, pais etc. Também não deve interferir na qualidade de trabalho que entregamos no escritório. Pelo contrário, a disciplina com o plano de corrida pode agregar e muito à vida pessoal e profissional. Tenha certeza de que estar de bem com o corpo deve influenciar positivamente tanto a qualidade de tempo com a família como a qualidade do trabalho realizado. O segredo, é estabelecer para si mesmo objetivos específicos e fáceis de cumprir. Grandes metas são boas, mas pode-se obter maior sucesso se seguir a teoria de miniobjetivos tanto nos treinos como também na vida em família e no trabalho. Essas metas são mais realistas e mais alcançáveis, e dessa forma você terá mais chance de continuar trilhando o caminho que levará à realização de um grande objetivo. O problema dos objetivos excessivamente ambiciosos é que eles levam tempo para serem alcançados, e algumas pessoas ficam desencorajadas se não percebem resultados tangíveis nos estágios iniciais. Com a sua vida mais organizada e com seus treinos bem distribuídos durante a semana, você também irá influenciar positivamente as pessoas ao seu redor com sua qualidade de vida.
PLANOS E METAS
Planos e Metas Por Aulus Sellmer Um objetivo sem um plano não é nada mais do que um mero desejo. Esse desejo se perde facilmente em nossa rotina atarefada. O querer perder peso, por exemplo, é sempre adiado. Às vezes é até colocado em prática, porém sem nenhum planejamento. A pessoa perde um pouco do peso, mas e depois? Como manter o ritmo e a motivação? O sucesso do seu programa de condicionamento físico está relacionado de forma direta com a capacidade de planejar e organizar as nossas vidas profissional e pessoal. Sim, é um grande comprometimento que dará qualidade de vida à sua rotina. Um bom planejamento é aquele nos mantém motivados a cada etapa. Para isso, não é nada melhor do que estabelecer metas reais e possíveis. Alcançar cada uma delas dentro de um tempo razoável mantém a chama acessa, a vontade de sempre seguir em frente. Assim, seu planejamento deve abranger todos os momentos de sua vida e deve estar intimamente ligado à sua motivação. Num contexto geral, há dois tipos de motivação: A auto-motivação, gerada internamente e deriva de uma série de razões como estar saudável, condicionado e relaxado e; a motivação externa, que é influenciada pelos amigos, grupo de treinamento e profissionais da área envolvidos. Dependendo do ambiente externo, podem trazer aspectos negativos ou positivos. Em meus 35 anos de experiência como treinador, no momento em que um corredor iniciante é “fisgado”, dificilmente abandona um programa de condicionamento físico. Seja conseguir caminhar por 30 minutos sem parar, depois correr 30 minutos sem parar, depois uma prova de 5k e assim cada pequena meta vai sendo alcançada. A motivação com a corrida alcança patamares altíssimos. O estado psicológico ideal para quem pratica exercícios físicos, quando acontece, retira da nossa mente qualquer dúvida a respeito do nosso potencial e da nossa capacidade em alcançar metas. Gera autoconfiança e segurança. Mas e a vida com a família? E a rotina no escritório? O foco total nos treinos não é ideal. Esse processo pela busca na qualidade de vida não é somente física. Não se pode cair numa rotina em que a busca pela perfeição física se torne neurótica. O “seja perfeito”, para os psicólogos, é uma ordem interna que neurotiza nossas ações e isso não é bom. Por isso, como disse no começo, devemos planejar nossa vida com a família e com o trabalho também. A rotina de treinos não deve interferir na qualidade de tempo que passamos com nossa esposa, filhos, pais etc. Também não deve interferir na qualidade de trabalho que entregamos no escritório. Pelo contrário, a disciplina com o plano de corrida pode agregar e muito à vida pessoal e profissional. Tenha certeza de que estar de bem com o corpo deve influenciar positivamente tanto a qualidade de tempo com a família como a qualidade do trabalho realizado. O segredo, é estabelecer para si mesmo objetivos específicos e fáceis de cumprir. Grandes metas são boas, mas pode-se obter maior sucesso se seguir a teoria de miniobjetivos tanto nos treinos como também na vida em família e no trabalho. Essas metas são mais realistas e mais alcançáveis, e dessa forma você terá mais chance de continuar trilhando o caminho que levará à realização de um grande objetivo. O problema dos objetivos excessivamente ambiciosos é que eles levam tempo para serem alcançados, e algumas pessoas ficam desencorajadas se não percebem resultados tangíveis nos estágios iniciais. Com a sua vida mais organizada e com seus treinos bem distribuídos durante a semana, você também irá influenciar positivamente as pessoas ao seu redor com sua qualidade de vida.
26/05/2020 - Quarentena
Jogos para o seu cérebro
Jogos para o seu cérebro O brasileiro passa cerca de três horas e quarenta minutos do seu dia no celular, segundo pesquisas que analisam o comportamento digital em todo o mundo. Também somos o terceiro país que mais acessa a internet pelo celular. Imagina agora neste momento que estamos passando de confinamento. Uma boa dica seria utilizar esse tempo para exercitar o seu cérebro. Cientistas do mundo todo estão desenvolvendo jogos que podem, além de entreter, servir como exercício para o seu cérebro. São atividades interativas e até divertidas que desenvolvem habilidades como foco, concentração, memória e raciocínio. Esqueça o jogo de memória, sudoku, palavras cruzadas, eles vão além disso. Selecionei alguns aplicativos no meu instagram que reúnem diversos jogos que prometem aumentar sua capacidade mental com apenas alguns minutos de exercício por dia. O primeiro seria o lumosity. Logo que faz login no aplicativo, o usuário é direcionado para o fittest, composto por três jogos, para verificar quais habilidades desenvolve melhor. No final do teste, o aplicativo informa o resultado e faz um comparativo com outros usuários da mesma idade. Se você assinar a versão premium, é possível ter acesso a um programa customizado de treinamento preparado para você. Se não quiser pagar, é possível se divertir apenas com a versão básica, na qual treinos ilimitados são disponibilizados diariamente. o Fits Brain é para quem quer queimar os neurônios e não desiste na primeira partida. São 360 jogos e o nível de dificuldade aumenta conforme seu desempenho cerebral. Os jogos são liberados à medida que o usuário vai completando as fases O índice de atividade cerebral é medido pelas áreas do cérebro que são exercitadas durante as atividades como memória, velocidade de processamento, concentração, solução de problemas e habilidades visuais. A vantagem é que ele é totalmente gratuito e no site do aplicativo ainda há mais 60 opções de brincadeira para exercitar a cabeça online pelo computador. Neste momento que passamos confinados seria uma excelente opção para trabalhar suas capacidades cognitivas que com o avançar da idade vamos perdendo. Aproveite seu tempo agora exercitando seu cérebro que, por tabela vai ajudar também a sua performance na atividade física que pratica. Bons treinos.
Jogos para o seu cérebro
Jogos para o seu cérebro O brasileiro passa cerca de três horas e quarenta minutos do seu dia no celular, segundo pesquisas que analisam o comportamento digital em todo o mundo. Também somos o terceiro país que mais acessa a internet pelo celular. Imagina agora neste momento que estamos passando de confinamento. Uma boa dica seria utilizar esse tempo para exercitar o seu cérebro. Cientistas do mundo todo estão desenvolvendo jogos que podem, além de entreter, servir como exercício para o seu cérebro. São atividades interativas e até divertidas que desenvolvem habilidades como foco, concentração, memória e raciocínio. Esqueça o jogo de memória, sudoku, palavras cruzadas, eles vão além disso. Selecionei alguns aplicativos no meu instagram que reúnem diversos jogos que prometem aumentar sua capacidade mental com apenas alguns minutos de exercício por dia. O primeiro seria o lumosity. Logo que faz login no aplicativo, o usuário é direcionado para o fittest, composto por três jogos, para verificar quais habilidades desenvolve melhor. No final do teste, o aplicativo informa o resultado e faz um comparativo com outros usuários da mesma idade. Se você assinar a versão premium, é possível ter acesso a um programa customizado de treinamento preparado para você. Se não quiser pagar, é possível se divertir apenas com a versão básica, na qual treinos ilimitados são disponibilizados diariamente. o Fits Brain é para quem quer queimar os neurônios e não desiste na primeira partida. São 360 jogos e o nível de dificuldade aumenta conforme seu desempenho cerebral. Os jogos são liberados à medida que o usuário vai completando as fases O índice de atividade cerebral é medido pelas áreas do cérebro que são exercitadas durante as atividades como memória, velocidade de processamento, concentração, solução de problemas e habilidades visuais. A vantagem é que ele é totalmente gratuito e no site do aplicativo ainda há mais 60 opções de brincadeira para exercitar a cabeça online pelo computador. Neste momento que passamos confinados seria uma excelente opção para trabalhar suas capacidades cognitivas que com o avançar da idade vamos perdendo. Aproveite seu tempo agora exercitando seu cérebro que, por tabela vai ajudar também a sua performance na atividade física que pratica. Bons treinos.
23/04/2020 - Filmes Para Assistir Na Quarentena
Dez filmes perfeitos para corredores
Dez filmes perfeitos para corredores O Atleta O etíope Abebe Bikila foi o primeiro africano a vencer uma maratona olímpica e o primeiro homem a conquistar o bicampeonato na prova. Em 1960, em Roma, venceu descalço, pois não se sentia confortável com os tênis da patrocinadora dos Jogos. Um adendo: bateu o recorde mundial da prova com o tempo de 2h15min16s. Em 1964 (dessa vez calçado), conquistou o ouro em Tóquio com mais de 4 minutos de vantagem para o segundo colocado. O filme é um retrato pessoal forte e profundo de Bikila. Por mais que não seja uma obra-prima do gênero, consegue trabalhar bem a incrível história e mostra com sensibilidade a personalidade do atleta e os dramas que enfrentou após seu retorno dos Jogos de 1960 (quando fez parte do exército do imperador Haile Selassie e chegou a ser acusado de traição). Mostra, também, a sua vida após o acidente de carro que o deixou paraplégico e com sequelas que o levaram à morte aos 41 anos, em 1973. Politicamente, o filme fica devendo, pois não é capaz de se aprofundar em questões importantes para a Etiópia na época, como o pós-guerra, quando o país foi invadido pela Itália — o que até gerou uma piada comum com relação à Bikila: “Foram necessários um milhão de italianos para invadir a Etiópia, mas apenas um etíope para conquistar Roma”, em alusão a sua vitória em 1964. McFarland dos EUA De uma história focada em um treinador de futebol (americano) que precisa fazer uma mudança em sua carreira e passa a treinar garotos pobres, e que tem como protagonista Kevin Costner, já se pode esperar uma fórmula bastante comum (para não dizer desgastada). Produzido pela Disney, é o famoso feel good movie (algo como “filme para se sentir bem”), com seus clichês de dificuldade e superação, perseverança e determinação. Costner, seguro e cativante, interpreta Jim White, que, após ser demitido de uma grande equipe, muda-se para a pequena e pobre McFarland (Califórnia) para recomeçar a vida. É inspirador ver toda a transformação dos jovens que, não tendo talento para o futebol, passam a treinar cross country e tornam-se campeões estaduais. O filme é baseado em fatos reais e os garotos da época em que o filme se passa conseguiram abandonar os campos de colheita em que trabalhavam para ir à faculdade – até hoje, aliás, o local tem forte tradição no esporte. Temas mais profundos, como racismo e xenofobia, são abordados (a cidade é um reduto de imigrantes mexicanos), mas o foco mesmo é o esporte e sua utilização como forma de mudança de vida. Para se ver em família no fim de semana. 100 Metros Também baseado em uma história real, 100 Metros narra, em um equilíbrio de sensibilidade e comédia, como Ramón, um jovem comum e sedentário, foi diagnosticado com esclerose múltipla, mas não se deixou abater e passou a treinar para disputar um Ironman. O enredo, emocionante e real, narra a descoberta da doença, a descrença em sua melhora (chegaram a dizer que ele não seria capaz de andar nem mais 100 metros – daí o nome do filme) e sua resiliência no processo de recuperação. A esclerose múltipla é uma doença autoimune que atinge a medula, os nervos ópticos e o cérebro, afetando fala e movimentos. Dos primeiros sintomas ao diagnóstico, Ramón vive um drama até que o esporte entra em sua vida como parte dos exercícios de fisioterapia. Mas é ao ver o cartaz de divulgação de um Ironman que tudo muda: inspirado, o protagonista traça como objetivo terminar a prova, composta por natação (3,8 km), ciclismo (180 km) e corrida (42 km). Uma das relações mais interessantes do filme é entre Ramón e seu sogro, Manolo, aparentemente apenas um velho bêbado e rabugento, mas que se mostra sensível enquanto sua amizade com o genro se aprofunda. O apoio de Manolo, uma atuação digna de Karra Elejalde, é essencial para o desenvolvimento de Ramón, dos primeiros passos à disputa da prova. Em busca de um milagre No filme Em Busca de um Milagre, Ralph Walker (uma boa atuação do jovem Adam Butcher), enfrenta um drama pessoal e tem na corrida um alento, uma forma de superar as dificuldades impostas pela vida. Ralph é um jovem de 14 anos cuja mãe passa por uma doença grave e desconhecida, permanecendo na cama sob cuidados médicos. Ralph estuda em uma escola católica tradicional dos anos 1950 e luta a sua forma contra a repressão imposta pelo método bastante tradicional de ensino do qual faz parte: gosta de fumar escondido, arruma encrencas pelo colégio e até é pego se masturbando pelo diretor da escola. Por conta das travessuras e para que se afaste dos problemas, Ralph é forçado a fazer parte da equipe de cross country do colégio O “saint” do nome original do filme em inglês é uma brincadeira com toda a questão religiosa que envolve o filme do começo ao fim. Sua mãe entra em coma e é dito pelos médicos que somente um milagre poderá salvá-la. Ao mesmo tempo, o treinador da equipe de Ralph diz que seria um milagre caso algum membro da equipe vencesse a Maratona de Boston. Daí desenrola-se toda a preparação do garoto em busca de um feito heroico que seja capaz de salvar a sua mãe. O filme tem um equilíbrio entre emoção e diversão e consegue atrair o espectador sem muito esforço. LEIA MAIS Muita entressola, knit e pouca borracha: as tendências do Guia do Tênis O2 Microfisioterapia, o tratamento com foco na origem do sintoma 5 dicas para manter a energia nos treinos e no dia a dia Invencível Segundo longa-metragem dirigido por Angelina Jolie, foi indicado para três Oscar (todos secundários): fotografia, mixagem de som, edição de som. Baseado no livro de mesmo nome, a obra conta a história de Louis Zamperini, um ex-atleta olímpico e herói de guerra ítalo-americano cuja vida e os acontecimentos que a envolveram foram tão fantásticos que podem até soar como ficção. A apresentação do personagem é interessante para descobrirmos mais sobre a sua infância pobre, os preconceitos que sofria por ser imigrante italiano nos Estados Unidos e as travessuras que aprontava. Mas só serve de aquecimento para o que vem depois. Incentivado a correr por seu irmão quando adolescente, Louis chega às Olimpíadas de 1936 (realizadas na Alemanha nazista) para disputar os 5 mil metros. Apesar de terminar na oitava posição na final, ganha destaque por correr a última volta mais rápida da história (56 segundos, um feito inigualável para a época). Se só por esse feito já podia ser considerado um homem de garra, o que passaria durante a Segunda Guerra Mundial viria para colocar à prova toda a sua resistência. Convocado em 1941, sofreu um bombardeio em 1943 e ficou à deriva no mar durante 47 dias até ser capturado por forças japonesas. Como prisioneiro, sofreu torturas e abusos até ser resgatado por forças aliadas ao fim da guerra. Zamperini ainda viveu até os 97 anos e faleceu poucos meses antes do lançamento do filme, em 2014. Com tanta ação e acontecimentos fantásticos, fica difícil achar o filme chato. Apesar de alguns clichês e dramatização em exagero, é fácil se apegar a uma história tão incrível e verdadeira e se deixar levar pelos momentos de superação. Carruagens de Fogo Vencedor do Oscar de melhor filme em 1982, Carruagens de Fogo é mais lembrado pela icônica cena de corrida na praia ao som de Vangelis (trilha sonora do filme também premiada). A cena dos atletas britânicos treinando à beira-mar foi exaustivamente parodiada. Talvez esses fatores façam o filme soar como um clássico obrigatório, o que é até verdade para quem é apaixonado por cinema e/ou por corrida, mas é certo exagero pensar na película como uma obra atemporal e para todos os públicos. O filme conta a história de Eric Liddell e Harold Abrahams, atletas que têm o objetivo de disputar as Olimpíadas de 1924 pela equipe britânica. Liddell é um missionário católico escocês bastante devoto, enquanto Abrahams é filho de uma família judia, deixando claro que o conflito religioso permeia parte do filme. As eliminatórias dos Jogos seguem bem para ambos até que uma das classificatórias de Liddell é marcada para domingo. O atleta recusa-se a competir por ser um dia sagrado, trazendo à tona a relação de antagonismo entre a prática religiosa e sua paixão pelo esporte. Até há uma tentativa de unir às diferenças dos personagens uma análise mais aprofundada de questões importantes, como xenofobia e classes sociais. Mas são mais flertes do que relações profundas. De qualquer forma, o filme é interessante e tecnicamente bom. Assista sem pressa. O Lado Bom da Vida O filme que deu a Jennifer Lawrence seu primeiro Oscar trata de um tema pesado como a depressão de forma leve. Lawrence faz par romântico com Bradley Cooper, que também tem uma atuação profunda e convincente, que lhe rendeu uma indicação de melhor ator. Pat (Cooper) é um jovem que tenta se recuperar de uma separação traumática (ele agrediu o amante da mulher ao encontrá-los juntos em sua casa) e volta a morar com os pais após a reabilitação. Pat se esforça para controlar sua depressão e surtos bipolares — e acha a corrida como um dos caminhos. No processo, conhece Tifanny (Lawrence), uma jovem também problemática. O filme não foge de pequenos clichês, mas não chega a ser problema, pois é fácil se envolver com a história e se divertir com os alívios cômicos bem trabalhados pelos personagens secundários, como o pai de Pat (Robert de Niro), também agressivo e sistemático, seu amigo de infância, um colega de clínica (Chris Tucker) e seu terapeuta. A corrida tem papel importante na recuperação de Pat, que vê no esporte um meio de extirpar a negatividade e superar os acontecimentos. Correndo (sempre com moletom e um saco plástico no corpo “para suar mais”) ele se aproxima de Tifanny. Eles desenvolvem uma relação de amizade e auxílio mútuo. Maratona do Amor O britânico Simon Pegg protagoniza e corroteiriza esta comédia dirigida por David Schwimmer (o Ross, de Friends). Ele interpreta Dennis, que, cinco anos após abandonar a sua noiva Elizabeth grávida no altar, decide reconquistar o seu amor. Elizabeth, porém, namora Whit, um tipo atlético que correrá uma maratona na Nike River Run, uma tradicional corrida londrina (inventada para o filme, os produtores não conseguiram os direitos de filmar na Maratona de Londres). Dennis decide que correrá os 42 km, pois acredita que, ao demonstrar compromisso com tal objetivo, mostrará a Elizabeth que está pronto para um relacionamento com ela. O enredo é um tanto quanto bobinho, mas se diferencia das típicas comédias pastelão dos EUA, mesmo sendo dirigida por um humorista norte-americano. O que faz o filme ser menos tosco do que poderia é o próprio Simon Pegg, pouco conhecido do público brasileiro, mas aclamado em seu país, já tendo vencido o Bafta por sua atuação na série Spaced. Pegg segura a graça do filme e as boas piadas da película têm seu toque ácido e irônico por conta da assinatura do roteiro. Pegg faz, afinal, um ótimo anti-herói e sabe cativar o espectador. Um filme engraçado para assistir sem muitas pretensões. Filhos do Paraíso O cinema iraniano é um dos expoentes do Oriente Médio nas últimas décadas. Filhos do Paraíso reúne a sensibilidade e a profundidade das histórias cotidianas — uma das marcas do cinema persa a partir dos anos 1980 — sem perder o ritmo. O filme conta a história de Ali, um simpático garoto de 9 anos que perde o único par de sapatos da sua irmã Zahra, de 6 anos, ao levá-lo para reparos (um problema sério para uma família pobre da periferia de Teerã). Para evitar a bronca dos pais, Ali passa a dividir o seu par de tênis com ela. A película mostra a saga e a cumplicidade dos irmãos, que revezam os calçados escondidos dos pais, enquanto, num segundo plano, reflete sobre uma sociedade desigual. A chance para resolver a situação surge quando Ali descobre uma competição de corrida entre escolas cujo prêmio é… um par de tênis! No esforço de preparar-se para a competição sem deixar que a família tome conhecimento, Ali (numa atuação tocante do pequeno Amir Farrokh Hashemian) corre sem parar, num misto de angústia e esperança — uma analogia interessante à vida dos que são relegados à pobreza e cuja única possibilidade é o sacrifício. Filhos do Paraíso foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1999 com outros de temática semelhante, como A Vida É Bela e Central do Brasil. Raça Do ponto de vista histórico, Raça, cinebiografia de Jesse Owens, atleta que se destacou em provas de velocidade na década de 1930, é um bom entretenimento. O filme desenvolve de forma ampla a vida do velocista, buscando mostrar não apenas suas conquistas nas pistas, como também suas relações e problemas pessoais. Compromete-se, ainda, em tentar abordar a questão racial envolvida no contexto em que a história se passa (o próprio nome do filme em inglês é um trocadilho entre raça e corrida). O mote são as Olimpíadas de 1936, em que Owens conquistou suas quatro medalhas douradas (100 e 200 metros rasos, salto em distância e revezamento 4×100 metros) na Alemanha nazista de Adolf Hitler. A direção faz um bom trabalho quando foca em desenvolver questões reais, mas se perde nos tantos dramas que pretende abordar. Poderia haver mais objetividade e menos romantização, afinal, o mais interessante da história de Owens são os acontecimentos que causaram impactos reais. Na relação entre o atleta e Hitler, o debate é superficial e não se preocupa em desmistificar algumas lendas. Faz parecer que a questão racial era um problema mais pontual do que estrutural, não se aprofundando como poderia na própria segregação institucional dos Estados Unidos naquele período. Tecnicamente não é um filme ruim, e é possível se divertir e se emocionar se você for capaz de se abstrair dos problemas e se deixar levar pela beleza da história. As atuações, se não são dignas de premiação, não comprometem. Mas talvez um documentário que se propusesse a se aprofundar na história real, analisando o ambiente social da época de forma mais crítica (e não tão superficial), fosse mais interessante do que um filme mergulhado em situações romantizadas. é treino
Dez filmes perfeitos para corredores
Dez filmes perfeitos para corredores O Atleta O etíope Abebe Bikila foi o primeiro africano a vencer uma maratona olímpica e o primeiro homem a conquistar o bicampeonato na prova. Em 1960, em Roma, venceu descalço, pois não se sentia confortável com os tênis da patrocinadora dos Jogos. Um adendo: bateu o recorde mundial da prova com o tempo de 2h15min16s. Em 1964 (dessa vez calçado), conquistou o ouro em Tóquio com mais de 4 minutos de vantagem para o segundo colocado. O filme é um retrato pessoal forte e profundo de Bikila. Por mais que não seja uma obra-prima do gênero, consegue trabalhar bem a incrível história e mostra com sensibilidade a personalidade do atleta e os dramas que enfrentou após seu retorno dos Jogos de 1960 (quando fez parte do exército do imperador Haile Selassie e chegou a ser acusado de traição). Mostra, também, a sua vida após o acidente de carro que o deixou paraplégico e com sequelas que o levaram à morte aos 41 anos, em 1973. Politicamente, o filme fica devendo, pois não é capaz de se aprofundar em questões importantes para a Etiópia na época, como o pós-guerra, quando o país foi invadido pela Itália — o que até gerou uma piada comum com relação à Bikila: “Foram necessários um milhão de italianos para invadir a Etiópia, mas apenas um etíope para conquistar Roma”, em alusão a sua vitória em 1964. McFarland dos EUA De uma história focada em um treinador de futebol (americano) que precisa fazer uma mudança em sua carreira e passa a treinar garotos pobres, e que tem como protagonista Kevin Costner, já se pode esperar uma fórmula bastante comum (para não dizer desgastada). Produzido pela Disney, é o famoso feel good movie (algo como “filme para se sentir bem”), com seus clichês de dificuldade e superação, perseverança e determinação. Costner, seguro e cativante, interpreta Jim White, que, após ser demitido de uma grande equipe, muda-se para a pequena e pobre McFarland (Califórnia) para recomeçar a vida. É inspirador ver toda a transformação dos jovens que, não tendo talento para o futebol, passam a treinar cross country e tornam-se campeões estaduais. O filme é baseado em fatos reais e os garotos da época em que o filme se passa conseguiram abandonar os campos de colheita em que trabalhavam para ir à faculdade – até hoje, aliás, o local tem forte tradição no esporte. Temas mais profundos, como racismo e xenofobia, são abordados (a cidade é um reduto de imigrantes mexicanos), mas o foco mesmo é o esporte e sua utilização como forma de mudança de vida. Para se ver em família no fim de semana. 100 Metros Também baseado em uma história real, 100 Metros narra, em um equilíbrio de sensibilidade e comédia, como Ramón, um jovem comum e sedentário, foi diagnosticado com esclerose múltipla, mas não se deixou abater e passou a treinar para disputar um Ironman. O enredo, emocionante e real, narra a descoberta da doença, a descrença em sua melhora (chegaram a dizer que ele não seria capaz de andar nem mais 100 metros – daí o nome do filme) e sua resiliência no processo de recuperação. A esclerose múltipla é uma doença autoimune que atinge a medula, os nervos ópticos e o cérebro, afetando fala e movimentos. Dos primeiros sintomas ao diagnóstico, Ramón vive um drama até que o esporte entra em sua vida como parte dos exercícios de fisioterapia. Mas é ao ver o cartaz de divulgação de um Ironman que tudo muda: inspirado, o protagonista traça como objetivo terminar a prova, composta por natação (3,8 km), ciclismo (180 km) e corrida (42 km). Uma das relações mais interessantes do filme é entre Ramón e seu sogro, Manolo, aparentemente apenas um velho bêbado e rabugento, mas que se mostra sensível enquanto sua amizade com o genro se aprofunda. O apoio de Manolo, uma atuação digna de Karra Elejalde, é essencial para o desenvolvimento de Ramón, dos primeiros passos à disputa da prova. Em busca de um milagre No filme Em Busca de um Milagre, Ralph Walker (uma boa atuação do jovem Adam Butcher), enfrenta um drama pessoal e tem na corrida um alento, uma forma de superar as dificuldades impostas pela vida. Ralph é um jovem de 14 anos cuja mãe passa por uma doença grave e desconhecida, permanecendo na cama sob cuidados médicos. Ralph estuda em uma escola católica tradicional dos anos 1950 e luta a sua forma contra a repressão imposta pelo método bastante tradicional de ensino do qual faz parte: gosta de fumar escondido, arruma encrencas pelo colégio e até é pego se masturbando pelo diretor da escola. Por conta das travessuras e para que se afaste dos problemas, Ralph é forçado a fazer parte da equipe de cross country do colégio O “saint” do nome original do filme em inglês é uma brincadeira com toda a questão religiosa que envolve o filme do começo ao fim. Sua mãe entra em coma e é dito pelos médicos que somente um milagre poderá salvá-la. Ao mesmo tempo, o treinador da equipe de Ralph diz que seria um milagre caso algum membro da equipe vencesse a Maratona de Boston. Daí desenrola-se toda a preparação do garoto em busca de um feito heroico que seja capaz de salvar a sua mãe. O filme tem um equilíbrio entre emoção e diversão e consegue atrair o espectador sem muito esforço. LEIA MAIS Muita entressola, knit e pouca borracha: as tendências do Guia do Tênis O2 Microfisioterapia, o tratamento com foco na origem do sintoma 5 dicas para manter a energia nos treinos e no dia a dia Invencível Segundo longa-metragem dirigido por Angelina Jolie, foi indicado para três Oscar (todos secundários): fotografia, mixagem de som, edição de som. Baseado no livro de mesmo nome, a obra conta a história de Louis Zamperini, um ex-atleta olímpico e herói de guerra ítalo-americano cuja vida e os acontecimentos que a envolveram foram tão fantásticos que podem até soar como ficção. A apresentação do personagem é interessante para descobrirmos mais sobre a sua infância pobre, os preconceitos que sofria por ser imigrante italiano nos Estados Unidos e as travessuras que aprontava. Mas só serve de aquecimento para o que vem depois. Incentivado a correr por seu irmão quando adolescente, Louis chega às Olimpíadas de 1936 (realizadas na Alemanha nazista) para disputar os 5 mil metros. Apesar de terminar na oitava posição na final, ganha destaque por correr a última volta mais rápida da história (56 segundos, um feito inigualável para a época). Se só por esse feito já podia ser considerado um homem de garra, o que passaria durante a Segunda Guerra Mundial viria para colocar à prova toda a sua resistência. Convocado em 1941, sofreu um bombardeio em 1943 e ficou à deriva no mar durante 47 dias até ser capturado por forças japonesas. Como prisioneiro, sofreu torturas e abusos até ser resgatado por forças aliadas ao fim da guerra. Zamperini ainda viveu até os 97 anos e faleceu poucos meses antes do lançamento do filme, em 2014. Com tanta ação e acontecimentos fantásticos, fica difícil achar o filme chato. Apesar de alguns clichês e dramatização em exagero, é fácil se apegar a uma história tão incrível e verdadeira e se deixar levar pelos momentos de superação. Carruagens de Fogo Vencedor do Oscar de melhor filme em 1982, Carruagens de Fogo é mais lembrado pela icônica cena de corrida na praia ao som de Vangelis (trilha sonora do filme também premiada). A cena dos atletas britânicos treinando à beira-mar foi exaustivamente parodiada. Talvez esses fatores façam o filme soar como um clássico obrigatório, o que é até verdade para quem é apaixonado por cinema e/ou por corrida, mas é certo exagero pensar na película como uma obra atemporal e para todos os públicos. O filme conta a história de Eric Liddell e Harold Abrahams, atletas que têm o objetivo de disputar as Olimpíadas de 1924 pela equipe britânica. Liddell é um missionário católico escocês bastante devoto, enquanto Abrahams é filho de uma família judia, deixando claro que o conflito religioso permeia parte do filme. As eliminatórias dos Jogos seguem bem para ambos até que uma das classificatórias de Liddell é marcada para domingo. O atleta recusa-se a competir por ser um dia sagrado, trazendo à tona a relação de antagonismo entre a prática religiosa e sua paixão pelo esporte. Até há uma tentativa de unir às diferenças dos personagens uma análise mais aprofundada de questões importantes, como xenofobia e classes sociais. Mas são mais flertes do que relações profundas. De qualquer forma, o filme é interessante e tecnicamente bom. Assista sem pressa. O Lado Bom da Vida O filme que deu a Jennifer Lawrence seu primeiro Oscar trata de um tema pesado como a depressão de forma leve. Lawrence faz par romântico com Bradley Cooper, que também tem uma atuação profunda e convincente, que lhe rendeu uma indicação de melhor ator. Pat (Cooper) é um jovem que tenta se recuperar de uma separação traumática (ele agrediu o amante da mulher ao encontrá-los juntos em sua casa) e volta a morar com os pais após a reabilitação. Pat se esforça para controlar sua depressão e surtos bipolares — e acha a corrida como um dos caminhos. No processo, conhece Tifanny (Lawrence), uma jovem também problemática. O filme não foge de pequenos clichês, mas não chega a ser problema, pois é fácil se envolver com a história e se divertir com os alívios cômicos bem trabalhados pelos personagens secundários, como o pai de Pat (Robert de Niro), também agressivo e sistemático, seu amigo de infância, um colega de clínica (Chris Tucker) e seu terapeuta. A corrida tem papel importante na recuperação de Pat, que vê no esporte um meio de extirpar a negatividade e superar os acontecimentos. Correndo (sempre com moletom e um saco plástico no corpo “para suar mais”) ele se aproxima de Tifanny. Eles desenvolvem uma relação de amizade e auxílio mútuo. Maratona do Amor O britânico Simon Pegg protagoniza e corroteiriza esta comédia dirigida por David Schwimmer (o Ross, de Friends). Ele interpreta Dennis, que, cinco anos após abandonar a sua noiva Elizabeth grávida no altar, decide reconquistar o seu amor. Elizabeth, porém, namora Whit, um tipo atlético que correrá uma maratona na Nike River Run, uma tradicional corrida londrina (inventada para o filme, os produtores não conseguiram os direitos de filmar na Maratona de Londres). Dennis decide que correrá os 42 km, pois acredita que, ao demonstrar compromisso com tal objetivo, mostrará a Elizabeth que está pronto para um relacionamento com ela. O enredo é um tanto quanto bobinho, mas se diferencia das típicas comédias pastelão dos EUA, mesmo sendo dirigida por um humorista norte-americano. O que faz o filme ser menos tosco do que poderia é o próprio Simon Pegg, pouco conhecido do público brasileiro, mas aclamado em seu país, já tendo vencido o Bafta por sua atuação na série Spaced. Pegg segura a graça do filme e as boas piadas da película têm seu toque ácido e irônico por conta da assinatura do roteiro. Pegg faz, afinal, um ótimo anti-herói e sabe cativar o espectador. Um filme engraçado para assistir sem muitas pretensões. Filhos do Paraíso O cinema iraniano é um dos expoentes do Oriente Médio nas últimas décadas. Filhos do Paraíso reúne a sensibilidade e a profundidade das histórias cotidianas — uma das marcas do cinema persa a partir dos anos 1980 — sem perder o ritmo. O filme conta a história de Ali, um simpático garoto de 9 anos que perde o único par de sapatos da sua irmã Zahra, de 6 anos, ao levá-lo para reparos (um problema sério para uma família pobre da periferia de Teerã). Para evitar a bronca dos pais, Ali passa a dividir o seu par de tênis com ela. A película mostra a saga e a cumplicidade dos irmãos, que revezam os calçados escondidos dos pais, enquanto, num segundo plano, reflete sobre uma sociedade desigual. A chance para resolver a situação surge quando Ali descobre uma competição de corrida entre escolas cujo prêmio é… um par de tênis! No esforço de preparar-se para a competição sem deixar que a família tome conhecimento, Ali (numa atuação tocante do pequeno Amir Farrokh Hashemian) corre sem parar, num misto de angústia e esperança — uma analogia interessante à vida dos que são relegados à pobreza e cuja única possibilidade é o sacrifício. Filhos do Paraíso foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1999 com outros de temática semelhante, como A Vida É Bela e Central do Brasil. Raça Do ponto de vista histórico, Raça, cinebiografia de Jesse Owens, atleta que se destacou em provas de velocidade na década de 1930, é um bom entretenimento. O filme desenvolve de forma ampla a vida do velocista, buscando mostrar não apenas suas conquistas nas pistas, como também suas relações e problemas pessoais. Compromete-se, ainda, em tentar abordar a questão racial envolvida no contexto em que a história se passa (o próprio nome do filme em inglês é um trocadilho entre raça e corrida). O mote são as Olimpíadas de 1936, em que Owens conquistou suas quatro medalhas douradas (100 e 200 metros rasos, salto em distância e revezamento 4×100 metros) na Alemanha nazista de Adolf Hitler. A direção faz um bom trabalho quando foca em desenvolver questões reais, mas se perde nos tantos dramas que pretende abordar. Poderia haver mais objetividade e menos romantização, afinal, o mais interessante da história de Owens são os acontecimentos que causaram impactos reais. Na relação entre o atleta e Hitler, o debate é superficial e não se preocupa em desmistificar algumas lendas. Faz parecer que a questão racial era um problema mais pontual do que estrutural, não se aprofundando como poderia na própria segregação institucional dos Estados Unidos naquele período. Tecnicamente não é um filme ruim, e é possível se divertir e se emocionar se você for capaz de se abstrair dos problemas e se deixar levar pela beleza da história. As atuações, se não são dignas de premiação, não comprometem. Mas talvez um documentário que se propusesse a se aprofundar na história real, analisando o ambiente social da época de forma mais crítica (e não tão superficial), fosse mais interessante do que um filme mergulhado em situações romantizadas. é treino
24/03/2020 - 20 Preciosos Minutos
Treino HIIT
Nós corredores já sabemos que para aprimorar o nosso programa de corrida não podemos deixar de fortalecer nossos músculos para ter a força necessária na distribuição deo impacto quando corremos e assim ficar longe das lesões. Hoje temos muitas opções de como realizar este fortalecimento. Desde a famosa musculação com máquinas como o pilates, ginástica funcional, croosfit, exercícios localizados etc. Força é uma capacidade física muito importante e certamente e parte integrante do seu vigor físico. Força muscular, na definição de estudiosos, é a quantidade de esforço que um grupo de músculos pode exercer. Já o conceito de vigor vai um pouco mais ‘a frente, pois combina força e velocidade. Vigor é a capacidade de mover um objeto a certa distância em um determinado intervalo de tempo. Como vemos qualquer atividade feita com mais autoridade, força e sempre respeitando seus limites pode trazer mais resultados. É fundamental em sua corrida que pratica ter um músculo rápido e mais forte. Além de ganhar mais velocidade, você se torna mais resistente a lesões, cansa menos, suporta trabalhos mais intensos e tudo isto sem nenhuma relação com a sua idade ou genética. Com tantos compromissos profisssionais, às vezes, achamos melhor nem treinar devido ao tempo escasso. Porém, 20 minutos podem se tornar preciosos em nosso treinamento de musculação para complementar nosso treino de corrida. A grande alternativa é o HIIT, treino que invadiu as academias nos EUA e, agora, também está nas academias de São Paulo. HIIT significa High Intensity Interval Training ou Treino Intervalado de Alta Intensidade. São aulas com duração de 20 minutos, que alternam exercícios de alta intensidade e curta duração com exercícios menos intensos, onde é possível se recuperar e se preparar para a próxima sessão de exercícios intensos. Essas aulas são parecidas com o famoso crossfit, mas com uma duração bem menor. O tempo de duração do HIIT é uma excelente maneira de maximizar um treino que é limitado no tempo. Estes exercícios intensos curtos proporcionam melhor capacidade e condição atlética, melhora o metabolismo e a queima de gordura e dependendo da escolha dos exercícios pode ajudar na sua corrida O treino Uma sessão de HIIT muitas vezes consiste em um período de aquecimento, seguido de 3 a 10 repetições de exercícios de alta intensidade, separados por exercício de média intensidade para a recuperação, terminando com um período de desquecimento. O exercício de alta intensidade deve ser feito próximo ao esforço máximo. O exercício de média intensidade deve ser cerca de 50%. Não existe uma fórmula específica para o HIIT. Dependendo do nível de desenvolvimento cardiovascular, a intensidade de nível moderado pode ser tão lento como caminhar. Em 20 minutos de aula é possível queimar mais de 300 calorias, além de melhorar a condição aeróbia e anaeróbia e ganhar vigor físico, capacidade muito importante para a corrida e qualquer atividade física que venha a praticar. Aprovado Não podia deixar de testar o HIIT e, em minha avaliação, é necessário ter uma boa base física com músculos fortalecidos. Os resultados são expressivos. Hoje treino menos. Este menos é mais, com certeza. Estou mais forte, com menos riscos de lesões e mais confiante. Recentemente, fiz uma expedição ao acampamento-base do Himalaia, a cadeia montanhosa mais alta do mundo. Realizei uma média de 20km por dia em trilhas a mais de 5 mil metros de altitude, com uma mochila com mais de 10kg nas costas. No mês que vem, teremos a Meia Maratona de Buenos Aires, na Argentina – volto aqui para contar o resultado. É claro que o meu objetivo é terminar a prova muito bem e com a metade do volume e tempo que treinava antigamente. Tudo isto graças a novas teorias do treinamento que surgem sem parar em nossas vidas. Já abordei aqui nesta coluna um livro também americano que mostra esta tendência de treinar menos, dando prioridade para a intensidade em relação ao volume de treino que se chama “The First 20 minutes”, os primeiros 20 minutos, da escritora Gretchen Reynolds. Li várias vezes e hoje não tenho como escapar desta nova rotina de treinos durante a minha semana. Com tantos compromissos profisssionais, as vezes achava que era melhor nem treinar as sessões de musculação, mas hoje 20 minutos podem se tornar preciosos em meus futuros objetivos. Bons treinos! Aulus Sellmer
Treino HIIT
Nós corredores já sabemos que para aprimorar o nosso programa de corrida não podemos deixar de fortalecer nossos músculos para ter a força necessária na distribuição deo impacto quando corremos e assim ficar longe das lesões. Hoje temos muitas opções de como realizar este fortalecimento. Desde a famosa musculação com máquinas como o pilates, ginástica funcional, croosfit, exercícios localizados etc. Força é uma capacidade física muito importante e certamente e parte integrante do seu vigor físico. Força muscular, na definição de estudiosos, é a quantidade de esforço que um grupo de músculos pode exercer. Já o conceito de vigor vai um pouco mais ‘a frente, pois combina força e velocidade. Vigor é a capacidade de mover um objeto a certa distância em um determinado intervalo de tempo. Como vemos qualquer atividade feita com mais autoridade, força e sempre respeitando seus limites pode trazer mais resultados. É fundamental em sua corrida que pratica ter um músculo rápido e mais forte. Além de ganhar mais velocidade, você se torna mais resistente a lesões, cansa menos, suporta trabalhos mais intensos e tudo isto sem nenhuma relação com a sua idade ou genética. Com tantos compromissos profisssionais, às vezes, achamos melhor nem treinar devido ao tempo escasso. Porém, 20 minutos podem se tornar preciosos em nosso treinamento de musculação para complementar nosso treino de corrida. A grande alternativa é o HIIT, treino que invadiu as academias nos EUA e, agora, também está nas academias de São Paulo. HIIT significa High Intensity Interval Training ou Treino Intervalado de Alta Intensidade. São aulas com duração de 20 minutos, que alternam exercícios de alta intensidade e curta duração com exercícios menos intensos, onde é possível se recuperar e se preparar para a próxima sessão de exercícios intensos. Essas aulas são parecidas com o famoso crossfit, mas com uma duração bem menor. O tempo de duração do HIIT é uma excelente maneira de maximizar um treino que é limitado no tempo. Estes exercícios intensos curtos proporcionam melhor capacidade e condição atlética, melhora o metabolismo e a queima de gordura e dependendo da escolha dos exercícios pode ajudar na sua corrida O treino Uma sessão de HIIT muitas vezes consiste em um período de aquecimento, seguido de 3 a 10 repetições de exercícios de alta intensidade, separados por exercício de média intensidade para a recuperação, terminando com um período de desquecimento. O exercício de alta intensidade deve ser feito próximo ao esforço máximo. O exercício de média intensidade deve ser cerca de 50%. Não existe uma fórmula específica para o HIIT. Dependendo do nível de desenvolvimento cardiovascular, a intensidade de nível moderado pode ser tão lento como caminhar. Em 20 minutos de aula é possível queimar mais de 300 calorias, além de melhorar a condição aeróbia e anaeróbia e ganhar vigor físico, capacidade muito importante para a corrida e qualquer atividade física que venha a praticar. Aprovado Não podia deixar de testar o HIIT e, em minha avaliação, é necessário ter uma boa base física com músculos fortalecidos. Os resultados são expressivos. Hoje treino menos. Este menos é mais, com certeza. Estou mais forte, com menos riscos de lesões e mais confiante. Recentemente, fiz uma expedição ao acampamento-base do Himalaia, a cadeia montanhosa mais alta do mundo. Realizei uma média de 20km por dia em trilhas a mais de 5 mil metros de altitude, com uma mochila com mais de 10kg nas costas. No mês que vem, teremos a Meia Maratona de Buenos Aires, na Argentina – volto aqui para contar o resultado. É claro que o meu objetivo é terminar a prova muito bem e com a metade do volume e tempo que treinava antigamente. Tudo isto graças a novas teorias do treinamento que surgem sem parar em nossas vidas. Já abordei aqui nesta coluna um livro também americano que mostra esta tendência de treinar menos, dando prioridade para a intensidade em relação ao volume de treino que se chama “The First 20 minutes”, os primeiros 20 minutos, da escritora Gretchen Reynolds. Li várias vezes e hoje não tenho como escapar desta nova rotina de treinos durante a minha semana. Com tantos compromissos profisssionais, as vezes achava que era melhor nem treinar as sessões de musculação, mas hoje 20 minutos podem se tornar preciosos em meus futuros objetivos. Bons treinos! Aulus Sellmer
13/02/2020 - Treinando Pela Manhã
CORREDORES MATUTINOS
Corredores matutinos Mais uma vez resolvi escrever sobre detalhes que percebo em minha profissão. Há mais de 20 anos vou ao parque logo cedo e percebo que encontro os mesmos corredores com a mesma disciplina de sempre. Acordam por volta das 6 horas ou até mais cedo e treinam, não se importando com as condições climáticas e dispostos a correr para ganhar a energia necessária e vencer mais um dia de suas vidas. Isto para mim é incrível: onde esses corredores matutinos encontram tanta motivação, disciplina e regularidade? Pesquisei na literatura científica e descobri detalhes sobre qual seria o perfil desses corredores que mantêm por tanto tempo a mesma motivação. Quem sabe, depois dessa leitura, você reavalie sua postura e aumente a disposição para calçar o tênis e treinar nas primeiras horas da manhã? Precisamos mudar as estatísticas em que de 10 corredores, apenas um enfrenta qualquer adversidade para treinar, enquanto o restante, nove, desiste ao aparecer qualquer obstáculo. Perfis Há três grupos específicos de corredores com costumes e hábitos particulares. No primeiro, estão aqueles que tomam uma decisão e praticamente não perdem nenhum dos treinos que se propuseram a fazer. Decididos, correm não se importando com obstáculo à frente. Com a decisão tomada e as metas definidas tudo ocorre como conseqüência natural de todo o processo, portanto, levantar cedo não se torna doloroso. Nesse grupo, a preocupação não é buscar condição física perfeita, mas estilo de vida em que o prazer tem prioridade. Como resultado, a qualidade de vida se aprimora sem ter que lutar com nenhum pensamento adverso. O 2º grupo é formado por corredores que falham com freqüência e cumprem um pouco mais da metade dos treinos programados. Mesmo conseguindo correr um pouco, não é um grupo que me agrada. Há sempre o pensamentos de “roubar” um perna do percurso ou qualquer pensamento negativo torna-se gatilho para interromper o treino sem antes tentar continuar. Eles são rotulados como “corredores com ações intencionais”, sabem que farão tudo pela metade. Por último, estão aqueles que juram iniciar seus treinos pela manhã, mas sempre apresentam uma desculpa para se ausentar. Os psicólogos classificam esse perfil como “lutadores constantes contra pensamentos que levam a desistir do propósito assumido no dia anterior”. Isto é, depois de prontos para correr, colocam outras prioridades como ler um jornal e acabam desistindo e adiam o treino. Quando se dão conta, a semana acabou e nada aconteceu. Motivação Para que você consiga fazer uma avaliação da sua consciência e realmente assumir em qual dos grupos você se identifica, não esqueça que é possível mudar de comportamento e o segredo chama-se motivação. Estar sempre motivado é de fundamental importância e geralmente um grande desafio para muitos. Existem dois tipos de motivação num contexto geral: auto-motivação, que deriva de uma série de razões pessoais como estar saudável, condicionado e relaxado. Temos também a motivação externa que é influenciada pelos amigos, grupo de treinamento e profissionais da área envolvidos que, dependendo do ambiente externo, podem trazer aspectos negativos ou positivos. Como vemos a motivação é importante em qualquer atividade, seja ela física ou não, por isso devemos dar relevante importância a ela, principalmente, quando a monotonia passa a ser um pensamento presente quando treinamos. Para os iniciantes, tenho algumas sugestões que podem ajudar: 1. Faça uma avaliação física completa com o objetivo de mostrar suas aptidões e limitações. 2. Procure um grupo de treinamento ou até mesmo um personal trainer. 3. Sempre treine com pessoas do seu mesmo nível de condicionamento físico. 4. Estabeleça um período específico para treinar, da mesma forma que um compromisso que devemos manter. 5. Monitore seu progresso. 6. Combine os compromissos com objetivos que dessa forma sua permanência no programa de corrida poderá ser mais duradoura, se tornando um corredor natural. Mito Estamos falando sobre treino matutino e uma pergunta deve ter passado pela sua mente: Treinar pela manhã não faz mal à saúde? Não. O período da manhã é um bom horário para exercícios físicos, já que o corpo não está desgastado por um dia inteiro de trabalho. Você só deve atentar a dois pontos cruciais: Tenha uma boa noite de sono, caso contrário, seu rendimento não será o ideal e forçará desnecessariamente seu corpo. E não treine em jejum. Seu organismo está há cerca de oito horas sem receber nenhuma fonte de energia. Colocar o corpo para um treino, seja qual for a intensidade, é muito arriscado. Alguns corredores alegam que se sentem indispostos para comer tão cedo, outras dizem que se exercitam em jejum por puro hábito. O café da manhã é a principal fonte de energia e a mudança para uma dieta pré-exercício não envolve nenhum tipo exagerado de esforço. Através da reeducação alimentar seu organismo se adapta a esse novo hábito e a sua sessão de treinamento ficará eficiente por proporcionar mais energia a seus músculos. No início, a ingestão de pequenas porções de carboidratos como sucos e frutas já é o suficiente, para depois mudar para alimentos mais presentes no seu dia-a-dia chegando finalmente a porções maiores por volta de trinta a sessenta minutos antes de seus treinos. Portanto, espero ter ajudado você, corredor, a perceber qual seu perfil e, quem sabe, ter oferecido os elementos e as informações necessárias para encontrar as motivações e se tornar um corredor pleno e matutino. Nunca se esqueça: Qualidade de vida é uma questão de mudança de hábito. Aulus Sellmer
CORREDORES MATUTINOS
Corredores matutinos Mais uma vez resolvi escrever sobre detalhes que percebo em minha profissão. Há mais de 20 anos vou ao parque logo cedo e percebo que encontro os mesmos corredores com a mesma disciplina de sempre. Acordam por volta das 6 horas ou até mais cedo e treinam, não se importando com as condições climáticas e dispostos a correr para ganhar a energia necessária e vencer mais um dia de suas vidas. Isto para mim é incrível: onde esses corredores matutinos encontram tanta motivação, disciplina e regularidade? Pesquisei na literatura científica e descobri detalhes sobre qual seria o perfil desses corredores que mantêm por tanto tempo a mesma motivação. Quem sabe, depois dessa leitura, você reavalie sua postura e aumente a disposição para calçar o tênis e treinar nas primeiras horas da manhã? Precisamos mudar as estatísticas em que de 10 corredores, apenas um enfrenta qualquer adversidade para treinar, enquanto o restante, nove, desiste ao aparecer qualquer obstáculo. Perfis Há três grupos específicos de corredores com costumes e hábitos particulares. No primeiro, estão aqueles que tomam uma decisão e praticamente não perdem nenhum dos treinos que se propuseram a fazer. Decididos, correm não se importando com obstáculo à frente. Com a decisão tomada e as metas definidas tudo ocorre como conseqüência natural de todo o processo, portanto, levantar cedo não se torna doloroso. Nesse grupo, a preocupação não é buscar condição física perfeita, mas estilo de vida em que o prazer tem prioridade. Como resultado, a qualidade de vida se aprimora sem ter que lutar com nenhum pensamento adverso. O 2º grupo é formado por corredores que falham com freqüência e cumprem um pouco mais da metade dos treinos programados. Mesmo conseguindo correr um pouco, não é um grupo que me agrada. Há sempre o pensamentos de “roubar” um perna do percurso ou qualquer pensamento negativo torna-se gatilho para interromper o treino sem antes tentar continuar. Eles são rotulados como “corredores com ações intencionais”, sabem que farão tudo pela metade. Por último, estão aqueles que juram iniciar seus treinos pela manhã, mas sempre apresentam uma desculpa para se ausentar. Os psicólogos classificam esse perfil como “lutadores constantes contra pensamentos que levam a desistir do propósito assumido no dia anterior”. Isto é, depois de prontos para correr, colocam outras prioridades como ler um jornal e acabam desistindo e adiam o treino. Quando se dão conta, a semana acabou e nada aconteceu. Motivação Para que você consiga fazer uma avaliação da sua consciência e realmente assumir em qual dos grupos você se identifica, não esqueça que é possível mudar de comportamento e o segredo chama-se motivação. Estar sempre motivado é de fundamental importância e geralmente um grande desafio para muitos. Existem dois tipos de motivação num contexto geral: auto-motivação, que deriva de uma série de razões pessoais como estar saudável, condicionado e relaxado. Temos também a motivação externa que é influenciada pelos amigos, grupo de treinamento e profissionais da área envolvidos que, dependendo do ambiente externo, podem trazer aspectos negativos ou positivos. Como vemos a motivação é importante em qualquer atividade, seja ela física ou não, por isso devemos dar relevante importância a ela, principalmente, quando a monotonia passa a ser um pensamento presente quando treinamos. Para os iniciantes, tenho algumas sugestões que podem ajudar: 1. Faça uma avaliação física completa com o objetivo de mostrar suas aptidões e limitações. 2. Procure um grupo de treinamento ou até mesmo um personal trainer. 3. Sempre treine com pessoas do seu mesmo nível de condicionamento físico. 4. Estabeleça um período específico para treinar, da mesma forma que um compromisso que devemos manter. 5. Monitore seu progresso. 6. Combine os compromissos com objetivos que dessa forma sua permanência no programa de corrida poderá ser mais duradoura, se tornando um corredor natural. Mito Estamos falando sobre treino matutino e uma pergunta deve ter passado pela sua mente: Treinar pela manhã não faz mal à saúde? Não. O período da manhã é um bom horário para exercícios físicos, já que o corpo não está desgastado por um dia inteiro de trabalho. Você só deve atentar a dois pontos cruciais: Tenha uma boa noite de sono, caso contrário, seu rendimento não será o ideal e forçará desnecessariamente seu corpo. E não treine em jejum. Seu organismo está há cerca de oito horas sem receber nenhuma fonte de energia. Colocar o corpo para um treino, seja qual for a intensidade, é muito arriscado. Alguns corredores alegam que se sentem indispostos para comer tão cedo, outras dizem que se exercitam em jejum por puro hábito. O café da manhã é a principal fonte de energia e a mudança para uma dieta pré-exercício não envolve nenhum tipo exagerado de esforço. Através da reeducação alimentar seu organismo se adapta a esse novo hábito e a sua sessão de treinamento ficará eficiente por proporcionar mais energia a seus músculos. No início, a ingestão de pequenas porções de carboidratos como sucos e frutas já é o suficiente, para depois mudar para alimentos mais presentes no seu dia-a-dia chegando finalmente a porções maiores por volta de trinta a sessenta minutos antes de seus treinos. Portanto, espero ter ajudado você, corredor, a perceber qual seu perfil e, quem sabe, ter oferecido os elementos e as informações necessárias para encontrar as motivações e se tornar um corredor pleno e matutino. Nunca se esqueça: Qualidade de vida é uma questão de mudança de hábito. Aulus Sellmer
19/06/2019 - Coluna Treinador Aulus Sellmer
SUSTENTABILIDADE E CORRIDA
Sustentabilidade e Corrida Todos nós percebemos que o nosso planeta esta sofrendo bastante com a quantidade de lixo que nós humanos e corredores também produzimos. Esta muito claro que precisamos propor alternativas para de alguma forma ficar livre dos plásticos e outro lixo que geramos nas ruas quando treinamos ou nas provas que participamos. São muitos copos, garrafas que jogamos nas ruas durante uma maratona ou até mesmo durante um treino de uma assessoria nos parques das nossas cidades. Lá fora, é claro, já existem estudos que avaliam os efeitos ambientais e sociais de eventos esportivos e em alguns países já é oferecida uma certificação para aqueles organizadores que aderem às melhores práticas. Ninguém gosta de ver uma rua cheia de garrafas ou copos plásticos de uso único, mesmo podendo ser limpo e reciclado, o que torna isso diferente do que você vem fazendo em sua casa com a coleta seletiva de lixo, privilégio de alguns bairros do município de São Paulo. Na cidade universitária em São Paulo, onde aos sábados temos mais de 5 mil corredores treinando, a quantidade de lixo plástico chega a casa de toneladas por mês, um grande problema que precisamos resolver o mais rápido possível, pois o nosso planeta esta pedindo soluções. A reciclagem é uma opção forte, mas reduzir a quantidade usada é ainda melhor ou buscar alternativas sem agredir o meio ambiente seria melhor ainda. Fiz uma pesquisa e descobri que algumas maratonas foram bem criativas para tentar limitar seu lixo descartável e outros descartáveis. A Maratona de Londres deste ano, por exemplo, reduziu o número de garrafas plásticas em mais de 215.000 em comparação com o ano passado, reduzindo também o número de estações de bebida no percurso da prova para 19 ao invés de 26. Em uma estação eles ofereceram cápsulas de algas marinhas (uma variedade de algas comestíveis, que é um vegetal amigo do clima que você deve comer e vai hidratar o seu corpo), que foi o maior teste de sachês de água, um produto de uma empresa de Londres que comercializa como uma alternativa comestível para garrafas plásticas de água. Esta foi uma das várias etapas que a maratona fez este ano como parte de uma meta de enviar lixo zero para aterros em 2020, e a maratona ainda esta avaliando se as cápsulas de alga eram eficazes, de acordo com o diretor do evento, Hugh Brasher. Outra idéia que vem surgindo em provas grandes com milhares de participantes é de uma empresa de engenharia americana que criou um bebedouro de 40 metros de comprimento para a linha de chegada de uma prova. O bebedouro gigante, permite que vários corredores bebam água ao mesmo tempo e estima-se que consiga economizar cerca de 85.000 garrafas plásticas e copos de cera em uma maratona com 50 mil inscritos. Também existe o desperdício de frutas e roupas onde em algumas provas, ONGs coletam roupas para doação e oferecem compostagem para bananas, maçãs e outros alimentos que sobram pós-prova. Não podemos esquecer daqueles cobertores metálicos que os corredores recebem no final das maratonas internacionais? E eles também podem ser reciclados, sendo utilizados por uma empresa que fabrica decks e grades de madeira alternativa. São muitos danos que hoje estas provas de corrida causam para o meio ambiente. Mas talvez seu maior dano ambiental seja algo que você nunca imaginou e esta relacionado com a emissão de carbono que este evento produz. Nas corridas distribuimos milhares de camisetas, medalhas, que consomem materiais e energia para fabricar e transportar. "Se estes itens são encomendados em excesso, isso é um desperdício de demanda" de acordo com Hugh Brasher. "Isso é melhor ou pior do que ter garrafas plásticas e copinhos de cera de uso único que depois é possível reciclá-las?" Uma questão a se pensar. Ainda com relação ao carbono, não podemos esquecer dos familiares que acompanham os corredores para uma prova internacional e também geram uma demanda de carbono que precisa ser compensado. As maiores maratonas do mundo, incluindo Chicago, Nova York e Londres, têm mais de 40.000 corredores, e muitos familiares voam ou dirigem para chegar até o local da prova. Fiz outra pesquisa e descobri que uma instituição , a Climate Neutral Group, que ajuda as organizações a limitar e compensar suas emissões de carbono, descobriu que 97% das emissões da Maratona da Cidade do Cabo vieram das viagens aéreas ou rodoviárias dos participantes. A maratona investiu em projetos locais para compensar essas emissões e hoje é considerada uma maratona neutra (emissão zero de carbono) , pois todos os participantes e familiares são instruídos a compensar sua viagem, como por exemplo plantar uma árvore, ou escolher companhias aéreas, no momento de comprar sua passagem aérea que oferecem opções para doar dinheiro ou milhas para compensar as emissões de gases de efeito estufa de sua viagem. Como vemos, participar de provas envolve consequências que ainda aqui em nosso país não existe nenhum tipo de preocupação como lá fora. Quem sabe o tema desta coluna não provoque nossos organizadores de provas em pensar com mais sustentabilidade. Quem sabe um dia chegamos lá, pois o número de provas de corrida não param de crescer e um dia teremos que pagar esta conta.
SUSTENTABILIDADE E CORRIDA
Sustentabilidade e Corrida Todos nós percebemos que o nosso planeta esta sofrendo bastante com a quantidade de lixo que nós humanos e corredores também produzimos. Esta muito claro que precisamos propor alternativas para de alguma forma ficar livre dos plásticos e outro lixo que geramos nas ruas quando treinamos ou nas provas que participamos. São muitos copos, garrafas que jogamos nas ruas durante uma maratona ou até mesmo durante um treino de uma assessoria nos parques das nossas cidades. Lá fora, é claro, já existem estudos que avaliam os efeitos ambientais e sociais de eventos esportivos e em alguns países já é oferecida uma certificação para aqueles organizadores que aderem às melhores práticas. Ninguém gosta de ver uma rua cheia de garrafas ou copos plásticos de uso único, mesmo podendo ser limpo e reciclado, o que torna isso diferente do que você vem fazendo em sua casa com a coleta seletiva de lixo, privilégio de alguns bairros do município de São Paulo. Na cidade universitária em São Paulo, onde aos sábados temos mais de 5 mil corredores treinando, a quantidade de lixo plástico chega a casa de toneladas por mês, um grande problema que precisamos resolver o mais rápido possível, pois o nosso planeta esta pedindo soluções. A reciclagem é uma opção forte, mas reduzir a quantidade usada é ainda melhor ou buscar alternativas sem agredir o meio ambiente seria melhor ainda. Fiz uma pesquisa e descobri que algumas maratonas foram bem criativas para tentar limitar seu lixo descartável e outros descartáveis. A Maratona de Londres deste ano, por exemplo, reduziu o número de garrafas plásticas em mais de 215.000 em comparação com o ano passado, reduzindo também o número de estações de bebida no percurso da prova para 19 ao invés de 26. Em uma estação eles ofereceram cápsulas de algas marinhas (uma variedade de algas comestíveis, que é um vegetal amigo do clima que você deve comer e vai hidratar o seu corpo), que foi o maior teste de sachês de água, um produto de uma empresa de Londres que comercializa como uma alternativa comestível para garrafas plásticas de água. Esta foi uma das várias etapas que a maratona fez este ano como parte de uma meta de enviar lixo zero para aterros em 2020, e a maratona ainda esta avaliando se as cápsulas de alga eram eficazes, de acordo com o diretor do evento, Hugh Brasher. Outra idéia que vem surgindo em provas grandes com milhares de participantes é de uma empresa de engenharia americana que criou um bebedouro de 40 metros de comprimento para a linha de chegada de uma prova. O bebedouro gigante, permite que vários corredores bebam água ao mesmo tempo e estima-se que consiga economizar cerca de 85.000 garrafas plásticas e copos de cera em uma maratona com 50 mil inscritos. Também existe o desperdício de frutas e roupas onde em algumas provas, ONGs coletam roupas para doação e oferecem compostagem para bananas, maçãs e outros alimentos que sobram pós-prova. Não podemos esquecer daqueles cobertores metálicos que os corredores recebem no final das maratonas internacionais? E eles também podem ser reciclados, sendo utilizados por uma empresa que fabrica decks e grades de madeira alternativa. São muitos danos que hoje estas provas de corrida causam para o meio ambiente. Mas talvez seu maior dano ambiental seja algo que você nunca imaginou e esta relacionado com a emissão de carbono que este evento produz. Nas corridas distribuimos milhares de camisetas, medalhas, que consomem materiais e energia para fabricar e transportar. "Se estes itens são encomendados em excesso, isso é um desperdício de demanda" de acordo com Hugh Brasher. "Isso é melhor ou pior do que ter garrafas plásticas e copinhos de cera de uso único que depois é possível reciclá-las?" Uma questão a se pensar. Ainda com relação ao carbono, não podemos esquecer dos familiares que acompanham os corredores para uma prova internacional e também geram uma demanda de carbono que precisa ser compensado. As maiores maratonas do mundo, incluindo Chicago, Nova York e Londres, têm mais de 40.000 corredores, e muitos familiares voam ou dirigem para chegar até o local da prova. Fiz outra pesquisa e descobri que uma instituição , a Climate Neutral Group, que ajuda as organizações a limitar e compensar suas emissões de carbono, descobriu que 97% das emissões da Maratona da Cidade do Cabo vieram das viagens aéreas ou rodoviárias dos participantes. A maratona investiu em projetos locais para compensar essas emissões e hoje é considerada uma maratona neutra (emissão zero de carbono) , pois todos os participantes e familiares são instruídos a compensar sua viagem, como por exemplo plantar uma árvore, ou escolher companhias aéreas, no momento de comprar sua passagem aérea que oferecem opções para doar dinheiro ou milhas para compensar as emissões de gases de efeito estufa de sua viagem. Como vemos, participar de provas envolve consequências que ainda aqui em nosso país não existe nenhum tipo de preocupação como lá fora. Quem sabe o tema desta coluna não provoque nossos organizadores de provas em pensar com mais sustentabilidade. Quem sabe um dia chegamos lá, pois o número de provas de corrida não param de crescer e um dia teremos que pagar esta conta.